ENTREVISTA

Descendentes de imigrantes de Okinawa mantêm viva herança cultural do Oriente

Associação Okinawa Kenjin em Campinas estimula jovens a aprenderem tradições típicas oriundas do arquipélago

Manuel Alves Filho e Luiz Felipe Leite
20/10/2024 às 08:41.
Atualizado em 20/10/2024 às 08:41
jovens durante apresentação de taikô (tambor); à direita, a dança do “Shishimai”, também conhecida como “Dança do Leão”, realizada para afastar espíritos malignos e trazer boa sorte (Kamá Ribeiro)

jovens durante apresentação de taikô (tambor); à direita, a dança do “Shishimai”, também conhecida como “Dança do Leão”, realizada para afastar espíritos malignos e trazer boa sorte (Kamá Ribeiro)

A Prefeitura de Campinas calcula que a comunidade japonesa que vive na cidade representa aproximadamente 1,5% da população local. Registros históricos apontam que pouco mais de 50 imigrantes vindos da “Terra do Sol Nascente” chegaram ao maior município da região em 1918 para trabalhar como lavradores. Mais de um século depois, as gerações seguintes buscam manter vivas as raízes culturais dos seus locais de origem, dentre eles os que vieram de Okinawa. 

Conhecido como Reino de Ryukyu até 1879, quando foi anexado pelo Japão, o local consiste em 169 ilhas que formam o arquipélago Ryukyu, no Mar da China Oriental, entre Taiwan e as demais ilhas que formam o Japão. Sua capital, Naha, está a 1.578 quilômetros de distância de Tóquio, capital nacional japonesa. Como efeito de comparação, está mais perto da Ilha de Taiwan (681 quilômetros). 

Independente durante mais de 400 anos, Okinawa possui uma cultura distinta dos demais locais no Japão, com vestes e danças folclóricas influenciadas pela China e pela Coreia, por exemplo. O consumo de frutas tropicais e a recepção calorosa, que lembra os povos do Havaí, também são características dos moradores e descendentes do arquipélago. Após a Segunda Guerra Mundial, as ilhas permaneceram sob a administração dos Estados Unidos até 1972, quando foram devolvidas formalmente aos japoneses. 

Com o objetivo de transmitir essa história e seus valores, os descendentes dos imigrantes de Okinawa em Campinas se juntaram nas últimas décadas e criaram a Associação Okinawa Kenjin de Campinas. O grupo já se reuniu em vários locais, como no Jardim Chapadão, e atualmente possuem uma sede na Avenida Marechal Rondon, no Jardim Eulina. 

Com várias famílias integrando a associação, os descendentes dos imigrantes vindos de Okinawa retomaram no ano passado um evento realizado duas vezes entre os anos de 1980 e 1990, o Okinawa Day. A quarta edição do evento, que também foi realizado em 2023, começou ontem, dia 19, e terminará hoje, dia 20. 

Segundo a coordenadora de eventos da Associação Okinawa Kenjin de Campinas, Edna Harumi Moriya, também responsável pela organização do festival, trata-se de uma imersão cultural e gastronômica nas tradições oriundas do arquipélago, com apresentações musicais e de danças, entre outras. “É um evento aberto para todos, sem distinção. É uma maneira de termos um dia de Okinawa em Campinas, com comidas típicas e com um clima caloroso”, contou. 

Ela esteve na redação do Correio Popular nesta semana, a convite do presidente-executivo Ítalo Hamilton Barioni, onde foi entrevistada ao lado de Alexandre Katsuaki Kushi, atual presidente da associação. A dupla esteve acompanhada do antecessor de Alexandre na função, Osmar Thomitho Genka. 

Durante a conversa, os representantes da Associação Okinawa Kenjin falaram sobre a história familiar em Campinas, as diferenças culturais entre os descendentes vindos de Okinawa com os demais que vieram de outras partes do Japão, e como despertar o interesse dos mais jovens pelas tradições vindas do Oriente, considerando os avanços tecnológicos e outros fatos que chamam a atenção das novas gerações. Por fim, eles também abordaram como a associação colabora para uma maior integração entre o Brasil e as ilhas de Okinawa.

Para ler a entrevista completa assine o Correio Popular.

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