Projeto de R$ 86 milhões inclui dois viadutos e reestruturação viária na Rodovia Miguel Burnier, que apresenta congestionamentos nos horários de pico
70 mil veículos por dia passam pela Miguel Burnier, um dos gargalos no trânsito em Campinas (Elcio Alves/ AAN)
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) finaliza um projeto de aproximadamente R$ 86 milhões que deve reestruturar o trânsito na Rodovia Miguel Noel Nascente Burnier (SPA-135), em Campinas, e promete minimizar o caos viário na região. A via, que liga a Rodovia Adhemar de Barros (SP-340) à Avenida Norte-Sul, é uma das mais movimentadas da cidade - 70 mil veículos trafegam no local diariamente - e passar por ela nos horários de pico é um martírio para moradores da região do Mansões Santo Antônio e bairros próximos. A obra prevê rebaixamento da pista central da Burnier, eliminação de faróis, construção de vias marginais e implantação de dois viadutos para ligar os bairros Jardim Santa Cândida e Jardim Nilópolis. A expectativa é que o projeto esteja pronto no segundo semestre, quando deve passar por audiências públicas na Câmara, mas não há data para o início e término da obra. Problemas no trânsito A área se tornou um dos maiores gargalos do trânsito campineiro, com o crescimento populacional e imobiliário dos bairros Chácara Primavera, Jardim Santa Cândida e Mansões Santo Antônio. A infraestrutura viária não acompanhou a proliferação de prédios e condomínios e pouco foi feito durante os anos para amenizar os efeitos no local. Da forma que está configurado o tráfego no local hoje, moradores do Santa Cândida só conseguem acessar a Rodovia Miguel Burnier por duas ruas que travam em horários de pico, a Rua Jasmim e a pequena Rua Henrique Osvaldo. O acesso entre os bairros cortados pela rodovia também é precário: há apenas um retorno para quem está no Nilópolis e que ir para o outro lado da Burnier, já próximo à altura da Jasmim. No sentido contrário, para quem está no Santa Cândida, existe uma pequena marginal antes da Rua Henrique Otávio. Casas, empresas e faculdades Toda a área, repleta de prédios residenciais, empresas e duas faculdades, a Anhanguera e a Policamp, acumula trânsito pesado. O cruzamento das ruas Jasmin, Luiz Otávio (marginal da Burnier) e da rodovia é um dos piores pontos de congestionamento de carros. Os reflexos são sentidos em diversas ruas, como Lauro Vanucci, Hermantino Coelho, Adelino Martins e João Vedovello. As duas últimas, já no Parque das Flores, são uma das poucas vias que dão acesso à Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCamp) e travam nos períodos de entrada e saída das aulas da instituição. A solução proposta pelo DER aos moradores e comerciantes do local, em reunião no final de janeiro, é rebaixar a pista central da Burnier para que sejam feitas dois viadutos que interliguem os bairros, um na altura da Policamp, na Avenida Lafayete Arruda Camargo, e outro em frente à Rua Luís Moretzshon Camargo. A rodovia deixará de ter semáforos e será expressa até a Lagoa do Taquaral. Pára desafogar o trânsito, serão construídas ainda duas marginais. A reportagem não teve acesso ao teor inteiro do projeto, que segundo o DER ainda sofrerá pequenas alterações, mas o departamento confirmou a construção dos viadutos. Os sentidos, porém, não foram informados. Urgência Apesar do projeto, moradores cobram solução paliativa imediata. O aposentado Aroldo de Oliveira Bícego, de 68 anos, afirmou que a população não pode esperar por uma obra que ainda não tem data para começar. Ele alegou que o trânsito piora a cada e dia protocolou pedido na Empresa de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) para que fosse reaberto um acesso à Burnier, anterior ao acesso da Rua Lauro Vanucci, na Rua Luiz Otávio. A alça foi feita pelo DER, mas fechada logo depois pelo Ministério Público Estadual, que considerou a entrada para o bairro perigosa. Para Bícego, o ideal é que este acesso fosse utilizado para quem quer entrar no Santa Cândida e o acesso da Lauro Vanucci, mais a frente, para quem quer acessar a rodovia. “Mas o pedido foi negado”, disse.Cronograma Em nota oficial, o DER informou que somente após a conclusão do projeto, o cronograma de obras será definido. A empresa responsável pela execução do projeto é Canhedo Beppu Engenheiros Associados e a obra foi um pedido da Prefeitura e Ministério Público Estadual. Já a Emdec informou que presidente Carlos José Barreiro fez apontamentos no plano, mas não informou quais.