EDUCAÇÃO

Depois do vestibular, novo desafio

Alunos aprovados em faculdades se preparam para viver longe da família

Beatriz Maineti
correiopontocom@rac.com.br
15/02/2018 às 07:44.
Atualizado em 22/04/2022 às 13:26

Sofia Rodrigues de Albuquerque Lopes com os pais Ivo e Silvia: orgulho (Leandro Torres)

As listas de aprovados para as faculdades públicas, estaduais e federais já foram liberadas, e isso foi motivo de comemoração para muitos estudantes. Com a publicação da nota do vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os resultados mais esperados já foram divulgados, além das notas do Ensino Nacional do Ensino Médio (Enem), que também é uma porta de entrada para grandes universidades em todo o País. Entretanto, após as comemorações, as preocupações começam a chegar. Muitos desses alunos terão de enfrentar o mundo sozinhos pela primeira vez em uma cidade diferente e encarando todas as experiências de uma universidade. É um processo longo e penoso para toda a família, mas, também, de muito orgulho. A alegria da aprovação começa a dividir espaço com o medo e a insegurança a partir do momento que a informação é processada pelo estudante. Muitos jovens terão que passar a se preocupar com aluguel, emprego e as contas, além dos cuidados da casa, como cozinhar e lavar a roupa. Para muitos, o desafio é bem vindo, e a parte difícil de iniciação é facilmente superada. Para outros, o processo é mais lento, e isso muitas vezes pode acarretar problemas mais graves, como doenças, físicas ou psicológicas. O estudante Otávio Braghetto Pescarini, de 20 anos, foi aprovado em ciências biológicas na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 2016, e saiu da pequena cidade de Vinhedo para enfrentar o campus da universidade em Sorocaba. Segundo ele, o choque inicial foi grande, mas a animação foi maior. “Acho que é porque eu nunca gostei de pensar muito no meu futuro, e naquela hora eu estava me cobrando muito”, afirmou Otávio. A Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) divulgou sua lista de aprovados na última quarta-feira para todos os campus da instituição. O campus de Botucatu abriu 600 vagas para o processo seletivo de 2018, e Sofia Rodrigues de Albuquerque Lopes, de 19 anos, foi uma das selecionadas para cursar veterinária na cidade. Sofia saiu do Ensino Médio direto para o Ensino Superior, e conta que estudou para o vestibular desde o primeiro ano, além de ter feito o Enem durante os três anos de Ensino Médio para se preparar. Esse esforço lhe rendeu a 13º colocação no vestibular da Unesp, além da aprovação na Universidade de São Paulo (USP), e, para ela, a sensação desse momento é de alívio. “Foi um alívio muito grande de ver que valeu a pena ter deixado de ir em festas ou de sair para ficar estudando”, confessa Sofia. Ivo Lopes, de 54 anos, e Silvia Rodrigues, de 53, os pais de Sofia, não medem esforços para demonstrar o orgulho da filha. “Ela quis muito isso, ela plantou e agora colheu”, afirmou Silvia. Para Ivo, o pai, a comemoração é conjunta. “É uma vitória!”, disse o pai. A professora doutora Angela Soligo, docente da Faculdade de Educação da Unicamp, afirma que esse processo de transição, no começo, é mais difícil para a família do que para o jovem. De acordo com a professora, é preciso que os pais confiem na educação que deram aos seus filhos para que a ausência não machuque a ninguém. Além disso, Angela aconselha que os pais telefonem para seus filhos com certa frequência, sempre respeitando a privacidade do jovem.

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