Planejado em 1989 para operar com 220 leitos, o hospital deve finalmente ter sua capacidade plena a partir de julho deste ano
Depois de 25 anos de obras, paralisações, abandonos, questionamentos e retomadas, o Complexo Hospitalar Ouro Verde chegará em julho, no aniversário de Campinas, aos 220 leitos para o qual foi projetado. O prefeito Jonas Donizette (PSB) informou que entregará, em 14 de julho, os últimos 25 leitos que faltam para que o complexo chegue à capacidade plena. Serão mais 20 leitos de UTI para adultos e cinco leitos de UTI pediátricaO complexo hospitalar é o projeto mais longo e controverso na área da saúde de Campinas, mas que ainda espera uma definição para os rumos de sua gestão — há perspectiva de que a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) assuma a administração a partir de 2015.A Prefeitura não pode prorrogar o atual contrato de gestão que mantém com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e não conseguirá assumir os cerca de 1,3 mil funcionários sem incorrer em crime de responsabilidade fiscal.A preparação, com aquisição de terreno para a implantação do hospital foi iniciado em 1989, no governo de Jacó Bittar (na época no PT), mas as obras só tiveram início em 1991. A construção parou em 1992 e foi retomada em 1995, com previsão de estar concluída em sua totalidade no ano seguinte.A construção do hospital é modular, ou seja, formada por módulos que podem ir se agregando ao prédio principal, ao mesmo tempo que novos serviços vão sendo implantados.Projetado para ter 220 leitos, o hospital enfrentou desde falta de recursos até problemas com licitação das obras, o que atrasou o cronograma inicial. O projeto original previa investimentos de US$ 29,7 milhões, além de outros US$ 14,2 milhões em equipamentos. No governo do PSDB foi construído, em 1996, o pronto-socorro com apenas 20 leitos de retaguarda e uma policlínica. A construção de fato do hospital começou em 2006 e só foi inaugurado, incompleto, em 2008, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).A próxima meta é definir como será a administração a partir do encerramento do convênio de gestão com a SPDM em agosto de 2015. Atualmente, a Prefeitura paga mensalmente R$ 8,7 milhões mensais pelo convênio. No próximo mês, informou o prefeito, será assinado um convênio guarda-chuva com a Unicamp, modalidade que tem como característica um objeto amplo e sem definição das atividades a serem executadas. “Quero aproveitar a inteligência da nossa universidade especialmente na área da saúde. Há possibilidade de um trabalho conjunto com o Ouro Verde, mas temos que discutir condições financeiras”, afirmou. “Vou entregar o Ouro Verde em pleno funcionamento no aniversário da cidade. Em 1,5 ano de governo estou fechando esse processo depois de longo tempo em que se falou muito e pouco se fez”, disse.