BALANÇO

Dengue registra 2,6 mil novos casos em Campinas

Cidade chega a 32,9 mil registros da doença, mas índices de aumento já começam a apresentar redução

Eric Rocha
11/05/2015 às 20:14.
Atualizado em 23/04/2022 às 13:59
A ação ocorreu em cerca de 30 quadras do bairro; epidemia na cidade ainda preocupa ( Dominique Torquato/ AAN)

A ação ocorreu em cerca de 30 quadras do bairro; epidemia na cidade ainda preocupa ( Dominique Torquato/ AAN)

O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado confirmou mais 2.623 casos de dengue em Campinas. Os dados apontam um total de 32.947 registros da doença na cidade até o último dia 4 de maio. O número é 8,6% maior do que os 30.324 casos registrados até 30 de abril pela Secretaria Municipal de Saúde. Não houve aumento no número de mortes entre os dois balanços — até agora, são sete no ano provocados pela dengue. Apesar dos números altos, o ritmo das confirmações começa a cair em relação aos últimos balanços. Na divulgação da Prefeitura do final de abril, o aumento era de 15,1% em relação ao último dado revelado, que era do CVE, quatro dias antes. Para tentar prevenir um novo surto no próximo ano — no chamado período interepidêmico (entre 1 de junho e 31 de maio de 2016) — a Prefeitura divulgará nos próximos dias um Plano Intersetorial de combate à dengue, documento que afirma ser inédito no País. A ideia é formalizar como trabalhará cada secretaria ou serviço público municipal no enfrentamento à doença. Uma sala de situação composta por esses órgãos, criada em meio à epidemia do ano passado, já atua de maneira integrada para tentar barrar o seu avanço. “Nós gostaríamos de brecar a transmissão no município, mas não sei se isso é possível universalmente. O objetivo é integrar para reduzir o maior possível”, afirmou o secretário de Saúde, Carmino de Souza. De acordo com a secretaria, a estratégia de prevenção não será alterada mesmo com a diminuição do ritmo da infestação registrada nas últimas semanas. O número de equipes próprias da Prefeitura que atuam no trabalho de campo, com telagens de caixa d'água e busca ativa de casos de dengue, não será reduzido. Duas empresas privadas contratadas no ano passado para auxiliar nesse trabalho devem ter o contrato ampliado a partir de uma nova licitação, que deve ser aberta nos próximos meses. A ideia é ampliar de 45 para 200 o número de funcionários nesta função. “Esses ajustes serão feitos sempre. Se por hipótese, tivermos um ano que vem muito calmo, não vamos tirar o pé. Isso precisa ser feito sempre, se não a gente perde a guerra”, disse. A Prefeitura também quer aumentar o número de agentes comunitários de saúde. Atualmente 550 servidores atuam na visitação de casas e em trabalhos educativos de conscientização com os moradores. Uma lei, já em tramitação na Câmara Municipal, pretende convocar 255 pessoas já aprovadas em concurso público até julho. O objetivo é reforçar as equipes e ter um efetivo total de até 1.200 agentes. Não há um prazo estabelecido pelo Município para que esse número seja atingido. Segunda piorA cidade registra até agora a segunda pior epidemia de dengue da sua história. Só perde para ano passado, quando houve dez vítimas fatais e 42.109 casos. Os dados estaduais divulgados ontem mostram que 98,5% deles são autóctones (contraídos no próprio município). Apenas 495 registros são de pessoas que contraíram a doença em outras cidades. O pior mês foi março, com 19.827 casos. Além das medidas anunciadas, a Prefeitura pede que a população colabore com ações que impeçam a proliferação de larvas do mosquito Aedes Aegypti, vetor da dengue. Entre elas, estão tampar as caixas d’água, evitar excesso de água em vaso de plantas, pneus e outros recipientes. “A gente não vai dar conta se as pessoas não fizerem o que puder, porque a maior parte das infecções é doméstica. É muito importante que a gente enfatize isso para a população”, alerta o secretário.

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