Número de casos cresce no ano, e ministério vê as 19 cidades da região em zona de risco para 2014
Os casos de dengue explodiram na Região Metropolitana de Campinas (RMC) neste ano em relação a 2012, e as perspectivas são de que o quadro piore ainda mais com a chegada do Verão. Não houve registros de mortes este ano, mas em algumas cidades a quantidade de infectados pelo vírus da dengue chega a ser dez, 20 e até 30 vezes maior do que no ano passado. Assim como no Estado de São Paulo, toda a região de Campinas está em situação de alerta. Na tentativa de minimizar as consequências, os municípios intensificaram as ações de combate e os serviços de saúde pedem a colaboração da população na eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença.O município de Indaiatuba é um dos que registrou grande aumento no número de casos, passando de 26 em 2012 para 762 este ano, aumento de a 2.692%. Engenheiro Coelho saltou de três para 494 (16.366%). Nova Odessa passou de sete para 71 casos (2.342%) e Campinas pulou de 981 casos para 6.793, um aumento de 610%. Dos municípios que apresentaram os dados, Santo Antonio de Posse foi o único que apareceu na direção contrária, com queda nos casos de dengue este ano, passando de 95 no ano passado para 60 de janeiro a novembro deste ano (veja quadro nesta página).Em Campinas, as regiões mais afetadas foram as Sul, Noroeste e Norte e, atualmente, continua havendo transmissão na região Noroeste — área de abrangência do Jardim Florence. Em Jaguariúna, segundo apontou o Mapa do Ministério da Saúde (leia texto abaixo), os bairros Nassif, Dom Bosco e Parque Florianópolis foram considerados os mais críticos em relação a focos nas residências.O aumento expressivo do número de casos na Região Metropolitana de Campinas ao longo do ano foi atribuído à não interrupção da transmissão no período de Inverno. “Praticamente não tivemos Inverno. Não tivemos um período definido. O clima foi quente e isso contribuiu para a proliferação do mosquito”, explicou a diretora da Vigilância Epidemiológica regional de Campinas Márcia Pacola. Predominaram os vírus tipo 1 e tipo 4. Este último passou a circular este ano, o que tornou muita gente suscetível a contraí-lo. “Como já tivemos muitas epidemias na região, houve a contaminação pelos vírus 1, 2 e 3. O 4 é novo e toda a população está suscetível a ele”, disse.A notícia positiva é que não houve registro de mortes este ano, e a ruim é que a tendência é de que os casos de dengue aumentem com a temporada de chuvas, período em que o mosquito transmissor encontra condições favoráveis para se procriar: calor, umidade e locais com água limpa e parada para colocar seus ovos. E a preocupação com os meses de chuva que se aproximam é grande. “Estamos muitíssimos preocupados com o próximo Verão. No dia 26 de novembro vamos participar de reunião com as cidades da RMC para apresentar o panorama entre os prefeitos e mostrar que a preocupação é grande em relação a dengue”, afirmou Márcia.Muitos dos municípios já desencadearam ou intensificaram as ações de controle da dengue. “A equipe da Saúde de Campinas trabalha constantemente nas atividades ‘casa a casa’ ou de visitas domiciliares; monitoramento de imóveis especiais (escolas, hospitais, cemitérios entre outros) e pontos estratégicos (como borracharias, ferros velhos etc); além disso realiza a busca ativa de suspeitos e positivos de dengue e faz arrastões aos sábados com apoio do DLU”, explicou Brigina Kemp, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde. Neste final de semana Jaguariúna vai promover arrastão contra a dengue nos bairros Nassif, Dom Bosco e Vila Guilherme, das 8h às 16h.As secretarias, os especialistas e gestores de saúde orientam a população a colaborar no controle, já que na região Sudeste a maior parte dos criadouros está nas casas. “Pedimos que a população intensifique as ações, fazendo a limpeza das calhas, eliminando todos os criadouros dos quintais, do jardim”, ressaltou Márcia Pacola. No surgimento de algum dos sintomas da dengue o serviço médico deve ser procurado rapidamente, pois quanto maior a demora, maior o risco de agravamento.