CUIDADO COM O MOSQUITO

Dengue avança em Campinas e abrange novas áreas de risco

Secretaria de Saúde emite novo alerta para a doença que atinge 17 bairros

Do Correio Popular
14/04/2022 às 10:36.
Atualizado em 14/04/2022 às 10:36
Agentes da prefeitura nebulizam residência em Barão Geraldo (Ricardo Lima)

Agentes da prefeitura nebulizam residência em Barão Geraldo (Ricardo Lima)

A Secretaria de Saúde de Campinas divulgou mais um alerta apontando novas áreas de risco para a transmissão da dengue. Ao todo, 17 bairros fazem parte do alerta, sendo que alguns já constavam nos avisos anteriores da Prefeitura. A Região Norte, com mais incidência de casos, tem os bairros Cidade Universitária I, Parque Fazendinha e Parque Santa Bárbara como áreas de risco. Na sequência, a Região Leste, segunda mais atingida pela doença, tem o Jardim Conceição, Jardim Flamboyant, Vila 31 de Março e Vila Itapura como áreas de atenção.

Ainda há os bairros Jardim Campo Belo, Carlos Lourenço, Vila Rica e Vila Georgina (Sul), Jardim Aeroporto, Jardim São João, Jardim São Pedro de Viracopos, Núcleo Residencial 28 de fevereiro (Sudoeste), Jardim Rossin e Satélite Íris IV (Noroeste). A divulgação constante das áreas de risco é uma estratégia utilizada pela Secretaria de Saúde para aumentar a sensibilidade dos serviços públicos e privados em relação ao diagnóstico da dengue e para conscientizar a população. Até o dia 4 de abril, Campinas registrou 534 casos.

A população pode contribuir de diversas maneiras. De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), 80% dos criadouros estão dentro de casa, portanto, é necessário ter atenção para evitar acúmulo de água em latas, pneus e outros objetos. Caixas d'água devem permanecer vedadas. Vasos sanitários, não utilizados, também devem ficar fechados. Além da atenção para identificar e eliminar um criadouro, impedindo o nascimento de novos mosquitos, a população precisa ficar atenta aos principais sinais da doença e procurar uma unidade de saúde em caso de suspeita. Os sintomas são febre, náusea, vômitos e dores no corpo, cabeça, olhos ou nas articulações.
Do dia 14 de março até 4 de abril, última atualização, a incidência de casos saltou de 11 para 44 a cada 100 mil habitantes em Campinas. A notícia positiva é que, até o momento, nenhum óbito por dengue foi registrado em 2022.

Cidade Universitária I

Até o dia 4 de abril, eram 32 casos de dengue entre os moradores que têm o Centro de Saúde do distrito de Barão Geraldo como referência, incidência de 82 casos a cada 100 mil habitantes, quase o dobro da municipal. No bairro Cidade Universitária I, a prefeitura fez ontem de manhã a nebulização dentro das residências. Ana Beatriz da Silva, de 56 anos, trabalha há mais de 20 anos em um hotel na Rua Antônio Augusto de Almeida. Ela contou que fez o teste para dengue na terça-feira e o resultado foi positivo. 

"Eu sou a vigésima pessoa com dengue nessa rua. Tem duas pessoas internadas no hospital com dengue hemorrágica. Tem uma casa na esquina que está fechada e com muitos mosquitos. Já ligamos na Prefeitura que manda entrar em contato com a imobiliária que empurra para o proprietário. Fica um jogo de empurra-empurra".

Os moradores suspeitam que essa casa, sem ninguém residindo desde o fim do ano passado, possa ser um local com criadouros do Aedes aegypti.

O professor aposentado Yano Tomomasa, de 80 anos, pegou dengue há cerca de um mês, ficou três semanas mal, mas se recuperou. "Eu fiquei mal e tive que ir todos os dias ao Centro Médico".

A esposa do professor aposentado está internada com dengue em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Outras duas pessoas da residência também pegaram a doença. 
Tomomasa reclamou que presenciou algumas casas não sendo fiscalizadas. Embora não isente o poder público, ele cobrou a população para contribuir com a prevenção e o combate ao mosquito da dengue, permitindo a entrada das equipes. "Os vizinhos precisam ser colaborativos, ter senso coletivo. Se a pessoa não está doente, ela não está nem aí. Se alguém morre, o problema não é dela. Não existe senso de comunidade".
Em nota, o Devisa informou que "as equipes não entram em imóveis fechados. A medida dos técnicos é tentar localizar e notificar o proprietário. Se a reclamação foi feita por meio do telefone 156, a Vigilância em Saúde Norte tomará as medidas cabíveis".
 

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