Esta é a pior epidemia da história da cidade, que concentra aproximadamente 10,5% do número de casos positivos no Estado
A vacina será aplicada em três doses, com intervalos de seis meses entre elas ( Cedoc/ RAC)
O número de casos de dengue em Campinas subiu para 54.259, segundo o último balanço do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do dia 17 de julho. Desse total de confirmações, 53.815 são autóctones (quando o vírus é contraído no município) e 444 casos importados, ou seja, quando o paciente é infectado em outra cidade. No levantamento anterior, divulgado pelo órgão no início do mês, o município registrava 51.112 casos. Esta é a pior epidemia da história da cidade, que concentra aproximadamente 10,5% do número de casos positivos no Estado. Sete pessoas morreram e outros sete óbitos estão em investigação. O levantamento apontou ainda que a epidemia vem perdendo força, como já se esperava, no período de estiagem. Segundo o balanço do CVE, foram confirmados 25 casos nos primeiros dias de julho. No mês passado, foram 973. A secretaria acredita que o pico de transmissão foi em março, quando foram confirmados 18.944 casos da doença. Até agora, Campinas já tem 11.595 a mais do que a quantidade registrada em todo o ano passado, quando 42.664 pessoas contraíram dengue, o correspondente a 27,1% de aumento. Campinas também concentra o maior número absoluto de casos confirmados no Estado, seguida de Sorocaba, com 45.280, e da Capital, com 33.196 pessoas que contraíram dengue. Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que todas as ações necessárias e recomendadas foram realizadas e intensificadas desde o ano passado. E que essas atividades continuam acontecendo, apesar do período de Inverno. O vírus tipo 1 da dengue manteve-se nas duas epidemias. Em entrevista há duas semanas, o secretário de Saúde Carmino de Souza afirmou que não tem como garantir que Campinas fique livre de uma epidemia de dengue no próximo ano, após surtos da doença em 2014 e 2015. O secretário reconheceu as medidas adotadas este ano como “insuficientes”, mas afirmou que não existe “milagre” sem o engajamento da população. No próximo semestre, a Prefeitura planeja manter as ações realizadas nos últimos dois anos. A Prefeitura alega que as epidemias deste ano e de 2014 foram atípicas — por isso o número elevado de casos. Os fatores que influenciaram estão ligados ao clima e a crise hídrica. O calor acelera o metabolismo do mosquito, e ele pica mais pessoas em menos tempo. O ano de 2014 foi o mais quente da história, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Já a crise hídrica teria feito as pessoas a guardarem água em casa, com medo da falta do recurso. Com isso, muitos recipientes e baldes foram usados sem a devido proteção. De acordo com informações do trabalho de campo realizado pela Secretaria de Saúde, pelo menos 80% dos criadouros do mosquito estão dentro das casas das pessoas. A Secretaria afirmou que medidas de prevenção e controle foram reforçadas com mutirões de remoção de criadouros e limpeza e organização da cidade. Desde 2013, mais de 420 mil toneladas de entulhos foram removidas de bairros de todas as regiões da cidade e tiveram a destinação adequada. Diariamente, três toneladas de criadouros são retirados pelas equipes de saúde. Foi criado o Comitê Gestor Municipal de Prevenção e Controle da Dengue e chikungunya e autorizada a contratação de mais 255 agentes comunitários de saúde. Também serão chamados mais 20 Agentes de Controle Ambiental e Agentes de Apoio ao Controle Ambiental. Além disso, o número de funcionários das duas empresas contratadas para atuar junto às equipes da Saúde no controle da dengue será ampliado de 60 para 200.