bares e restaurantes

Demissões podem chegar a 30 mil

Novo decreto publicado ontem pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), endurece as regras para o funcionamento de bares e restaurantes

Henrique Hein
henrique.hein@rac.com.br
26/03/2020 às 08:20.
Atualizado em 29/03/2022 às 19:52

Novo decreto publicado ontem pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), endurece as regras para o funcionamento de bares e restaurantes no período de combate ao coronavírus (Covid-19), ao mesmo tempo em que representantes do setor afirmam que se não receberem ajuda imediata do Governo Federal para pagamento de salários dos funcionários, pelo menos 10 mil demissões acontecerão até o final desta semana somente no município. Além disso, outras 20 mil pessoas das demais cidades da RMC também poderão perder os empregos até o final de março se o socorro federal não vier. Campinas tem hoje seis mil estabelecimentos, que empregam cerca 30 mil pessoas. O decreto assinado prevê que restaurantes, padarias e congêneres devem, a partir de agora, manter apenas os serviços de entrega de refeições. O texto anterior determinava um limite de até 30% da capacidade de atendimento. De acordo com Matheus Mason, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) da RMC, as políticas de isolamento são fundamentais para evitar o alastramento da doença e precisam ser respeitadas. “Estamos vivendo um período de pandemia e vidas precisam ser preservadas. Os bares e restaurantes estão operando com vendas inferiores a 15%, porque as pessoas estão com medo de sair de casa. Para a gente o melhor é as pessoas ficarem em casa para que o vírus vá embora e o setor volte ao normal o mais rápido possível”, afirma. No entanto, apesar de entender a situação em que o País se encontra, Mason explica que nenhum bar ou restaurante vai conseguir pagar o salário integral de suas equipes na atual circunstância, sem qualquer tipo de apoio por parte da União. Desde o começo do mês, a Abrasel vem negociando medidas de apoio junto ao Governo Federal para reduzir os prejuízos de bares e restaurantes durante a epidemia da Covid-19 no País. “Se o Governo Federal não ajudar, não haverá como pagar o salário dos empregados que trabalham em bares e restaurantes de Campinas e também das demais cidades da região”. Segundo Mason, a associação está buscando alternativas para que não ocorra uma demissão em massa de 30 mil pessoas na região nos próximos dias. “O que conseguimos fazer juntamente com o sindicato dos trabalhadores, para que não houvesse demissão em massa no setor, é que as empresas, mesmo fechadas, pagassem pelo menos um terço dos salários por mês durante três meses”, explica. Apesar desta medida, ele conta que muitos empreendimentos já procuraram a associação para informar que não vão conseguir pagar seus funcionários. “Já temos relatos de pequenos e médios (empreendimentos) que não vão conseguir nem pagar este percentual. Muitos já estavam com dificuldade de pagar o vale do dia 20, pois a crise da Covid-19 já tinha impactado o setor uma semana antes”, disse. Decreto também suspende passes escolar e universitário Além de determinar que restaurantes e demais ramos do setor funcionem em Campinas apenas por meio do delivery, o decreto assinado ontem pelo prefeito Jonas Donizette (PSB) também suspendeu os passes de ônibus para estudantes e universitários. Após o término da campanha de vacinação contra gripe, a gratuidade no transporte público para idosos também será suspensa. As ações, segundo o chefe do Executivo, visam reduzir a circulação de pessoas na cidade e, assim, diminuir o risco de contágio pelo Covid-19. “Nós estamos suspendendo os passes universitário e estudante, porque neste momento as aulas estão suspensas. No caso dos idosos, a recomendação é que só utilizem se precisarem sair para tomar a vacina da gripe, depois disso, nós também podemos suspender a gratuidade”, disse o prefeito. Segundo Jonas, agentes de mobilidade urbana da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) passarão a atuar nos terminais de ônibus para orientar as pessoas sobre a necessidade de ficarem em casa. Neste primeiro momento, a atuação não será para restringir a locomoção, mas para esclarecer os cidadãos sobre os riscos da pandemia. Ainda na área de transporte público, foi anunciado o retorno da linha 3.41 – Jd. São Gabriel, a fim de minimizar a lotação da linha 1.73 – Jd. São Vicente / Parque Itália; e reforço das linhas 3.13 – CDHU – Amarais e 3.32 – Hospital das Clínicas, buscando melhorar o atendimento da região.

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