covid-19

Demanda leva à ampliação de leitos

A Prefeitura de Campinas criou 102 leitos de retaguarda e mais 25 leitos de Unidade de Terapia Intensiva para dar conta da demanda crescente de casos

Gilson Rei
18/06/2020 às 07:39.
Atualizado em 28/03/2022 às 22:29
A UPA Carlos Lourenço prestará assistência a pacientes de Covid-19 (Divulgação)

A UPA Carlos Lourenço prestará assistência a pacientes de Covid-19 (Divulgação)

A Prefeitura de Campinas criou 102 leitos de retaguarda e mais 25 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para dar conta da demanda crescente de casos de Covid-19. Campinas anunciou ontem que está com 86,58% de ocupação nos leitos de UTI para pacientes Covid-19 nas unidades públicas e particulares, sendo 100% de ocupação nos leitos da rede municipal e 88% na rede estadual. O município confirmou também ontem o registro recorde de 21 mortes em 24 horas, chegando a 185 óbitos e 4.796 casos confirmados em três meses de pandemia. Apesar da aceleração dos números da doença, a Prefeitura de Campinas negou que haja filas de espera por leitos nos hospitais da cidade ou transferências de pacientes para outras cidades. O prefeito Jonas Donizette (PSB), ao ser questionado sobre o assunto, respondeu que existe uma ampliação permanente de leitos de UTI e de retaguarda e que, para evitar filas e transferências para São Paulo, agendou reunião com a Divisão Regional de Saúde para ver questões de logística e disponibilidade em casos de transferência de pacientes de Covid-19 em unidades de atendimento da região. “Há toda uma logística delicada para o transporte de pacientes nesta situação”, disse Jonas. Segundo o prefeito, a transferência de pacientes de Campinas para outras cidades não está sendo cogitada porque há um esforço para evitar o colapso. Porém, se um dia ocorrer falta de leitos no município, o prefeito disse que pretende manter as pessoas em cidades da região que receberam respiradores do Estado de São Paulo e apresentam poucos casos. O secretário de Saúde, Carmino de Souza, afirmou que o avanço da pandemia é preocupante. “Vivemos o pior momento da epidemia em Campinas e no Estado de São Paulo. Houve uma interiorização muito grande na expansão da Covid-19. Só temos uma arma, que é o isolamento social. Quem não acreditava que seria uma avalanche ou um tsunami já percebeu que o desafio é gigantesco. Vamos ter que aprender a lidar com isto por muito tempo”, disse o secretário. Ampliações A Prefeitura de Campinas está abrindo 25 leitos de UTI para pacientes Covid-19. Serão 15 leitos no Hospital Metropolitano, a partir de hoje, e mais dez leitos na Santa Casa, cujo contrato está em andamento. Campinas contava ontem com 328 leitos de UTI nas redes pública e particular. Deste total, 284 estavam ocupados, correspondendo a 86,58%. Com isso, havia ontem 44 leitos livres, somando as redes pública e particular. Na rede municipal existiam 120 leitos, todos ocupados. Na rede estadual (AME e HC da Unicamp), dos 57 leitos, 50 estavam ocupados, o que correspondeu a 88% de ocupação. Já na rede particular eram 151 leitos, dos quais 114 estavam ocupados, equivalendo a 75%. Além dos leitos de UTI, Campinas contará com mais 102 leitos de retaguarda clínica, sendo três no Hospital Beneficência Portuguesa, que já estão disponíveis; 28 no Hospital Metropolitano, a partir de hoje; mais 28 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Carlos Lourenço, a partir de hoje; outros 30 leitos no Hospital de Campanha, a partir da semana que vem; e mais 13 leitos na Santa Casa nos próximos dias. Uma das soluções apresentadas pela Prefeitura foi transformar a UPA Carlos Lourenço em unidade de internação para pacientes com Covid-19. A unidade terá 28 leitos, sendo 25 de retaguarda clínica e três para estabilização, que serão utilizados em caso de agravamento de estado de saúde antes da transferência para UTI. A UPA foi fechada ontem para finalizar os atendimentos iniciados, remover os pacientes que não são Covid para outras unidades e terminar as adaptações do espaço físico. Os pacientes com sintomas respiratórios, que antes buscavam atendimento na UPA Carlos Lourenço, poderão ser atendidos nas unidades de saúde do entorno. São os centros de saúde Orosimbo Maia, Esmeraldina, Paranapanema, São Vicente e Vila Ipê. Os casos urgentes deverão buscar atendimento na UPA São José e no Pronto-Socorro do Hospital Mário Gatti. “Foi feita toda uma adequação de equipe e também dos exames laboratoriais na UPA Carlos Lourenço. Estamos equipando como se fosse um hospital, inclusive com equipamento de gasometria. Temos 12 kits de UTI, que contam com respiradores e monitores cardíacos, já instalados e testados”, explicou o presidente da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar, Marcos Pimenta. A UPA Covid Carlos Lourenço prestará assistência a pacientes encaminhados pela Central de Regulação Municipal. Não haverá atendimento de demandas espontâneas no local. O funcionamento será 24 horas, nos sete dias da semana. Governo promete apoio ao município O governador João Doria (PSDB) afirmou em live, ontem, que a Secretaria de Estado da Saúde está em contato permanente com a Unicamp e Campinas, e medidas serão determinadas para apoio à cidade. “Conversei com o Carmino (secretário municipal de Saúde, Carmino de Souza) e Campinas tem plano de colocar mais 100 leitos em operação até o final de semana, incluindo hospitais sob gestão municipal, Unicamp e Ambulatório Médico de Especialidades”, informou o secretário estadual José Henrique Germann. (MTC/AAN)

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