Na lista do novo diretor constam como prioridades o combate ao roubo de cargas, homicídios e a reestruturação do quadro funcional da polícia
José Henrique Ventura, que assumiu o Deinter 2: "Os maiores problemas estão em Campinas e Jundiaí" (Thomaz Marostegam/Especial para AAN)
Na lista de desafios do novo diretor do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2 (Deinter 2), em Campinas, José Henrique Ventura, constam como prioridades o combate ao roubo de cargas, homicídios e a reestruturação do quadro funcional da Polícia Civil regional. Ventura foi nomeado ao cargo na última quarta-feira, no lugar de Kleber Antônio Torquato Altale, que assumiu semana passada, a função de delegado-geral adjunto. Até então, ele era o titular da 2ª Delegacia Seccional de Campinas, que agora aguarda nomeação de um novo titular, indicação esta que deve acontecer até no máximo a próxima terça-feira. O Deinter-2 é responsável por cinco seccionais (duas em Campinas, uma em Jundiaí, uma em Bragança Paulista e outra em Mogi Guaçu), que abrangem 34 cidades e contam com 109 delegacias. Nos cinco primeiros meses deste ano, segundo estatísticas da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), foram registrados em todas as seccionais 144 roubos de cargas, contra 170 em igual período de 2017. Ou seja, houve redução de 15,3% nessa modalidade de crime. Já homicídios, foram 65 neste ano, contra 96 no ano passado, com queda de 32,3%. Mesmo com a queda, Ventura afirma que a Polícia Civil regional continuará se empenhando para reduzir ainda mais os índices nas cidades que integram o Deinter-2. “Vamos investir e valorizar o trabalho preventivo, pois é ele que contribuiu na redução dos crimes. Vamos trabalhar mais o serviço especializado, de investigação”, disse o diretor. Pelas estatísticas, Campinas lidera nas modalidades citadas por Ventura, com 91 roubos de cargas e 53 homicídios neste ano, seguido de Jundiaí, 42 e 5, Bragança Paulista, 10 e 4 e Mogi Guaçu, 1 e 3, respectivamente. “Os maiores problemas estão em Campinas e Jundiaí, porque essas duas cidades são grandes e fazem parte de uma malha rodoviária com grande fluxo, ricas economicamente e muito populosas”, comentou Ventura. “Não há um quadro alarmante de crimes em Campinas e Jundiaí, mas é preocupante. Ainda bem que não temos muitos latrocínios e os índices de homicídios estão abaixo da média do Estado”, frisou e acrescentou: “O desafio em assumir o Deinter-2 é grande e difícil, mas faz parte da valorização da carreira”. Apesar de frisar que o quadro funcional ser de responsabilidade da SSP, Ventura disse que vai procurar trabalhar da melhor forma possível com o recurso humano disponível. Um levantamento recente, feito pela Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), mostra que faltam 725 policiais civis e 43 delegados no Deinter-2. De acordo com uma resolução, em 2013, as seccionais tinham 1.849 vagas para policiais civis e 181 para delegados, mas respectivamente faltam 39,21% e 23,76%. “O Estado perdeu muitos funcionários nos últimos anos, especialmente nesse processo da mudança da Previdência. Muitos anteciparam os pedidos de aposentadoria. Além disso, também tivemos perdas naturais como de exoneração, demissões, mortes e afastamentos. O Estado está procurando compensar este déficit com bonificações e concursos. Há expectativas de novos concursos. Enquanto isso, temos que trabalhar e incentivar o quadro que temos. O policial precisa ser motivado para dividir o fardo”. Segundo ele, ainda é prematuro para falar em mudanças, mas avisa que vai dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos pelo antecessor. “Começamos a administrar com tudo de bom que foi deixado, mas serão acrescentadas algumas coisas”.