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Delegacia da Mulher passa a atender 24h

A 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas, no Jardim Londres, agora oferece atendimento 24 horas às vítimas

Alenita Ramirez
01/03/2019 às 07:50.
Atualizado em 05/04/2022 às 01:28

A 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas, no Jardim Londres, agora oferece atendimento 24 horas às vítimas. O anúncio foi feito pelo secretário-geral da Polícia Civil, Youssef Abou Chahin, durante inauguração do novo expediente, que passou a valer ontem. Segundo ele, ainda este mês, a 1ª DDM de Campinas, no Jardim Proença, também terá horário estendido. A promessa do secretário-geral e de que até 2022, ao menos 40 delegacias da mulher terão atendimento integral no Estado. "Existe um estudo de viabilidade e dependendo de como é o atendimento nas unidades, então é implantado o serviço 24 horas. Por enquanto, o estudo apontou a necessidade para as duas delegacias de Campinas", disse o delegado. Para implantar o serviço na 2ª DDM, foi feito um remanejamento de policiais entre as delegacias. No total serão cinco equipes que vão trabalhar dia e noite, de domingo a segunda-feira. As equipes serão compostas por mulheres: uma delegada, duas investigadoras e uma escrivã, além da titular Maria Helena Taranto Jóia. “Estamos aqui comprometidas e essa estrutura foi pensada para elas. Vamos ter muito trabalho, temos grande responsabilidade porque aqui nós cuidamos de vidas e vidas que correm riscos”, disse Maria Helena. Para atender à demanda estadual, com a implantação de horário integral nas demais unidades, inclusive a 1ª DDM, o secretário informou que foram abertas, via concurso público, ao menos 2.750 vagas e que até o meio do ano os convocados devem iniciar os treinamentos. “Paralelamente nós já conversamos com o governador João Doria (PSDB) sobre a abertura de novos concursos e ele autorizou o estudo e o impacto orçamentário, que já estão sendo feitos também”, falou. A Capital paulista conta com apenas uma delegacia de serviço 24 horas. A 2ª DDM de Campinas é a segunda do Interior Paulista a ter o novo modelo de atendimento. Sorocaba foi a primeira. De acordo com Chahin, a expansão do serviço de atendimento 24 horas nas DDMs foi motivada pelo aumento no número de crimes envolvendo mulheres, principalmente em grandes centros. “Foi feito um estudo dos municípios que têm mais movimento, mais populosos, e então começamos a implantar. A própria cidade de São Paulo possui apenas uma delegacia funcionando 24 horas”, disse o secretário. Tanto Chahin como Maria Helena destacam a importância de que os casos de violência contra a mulher sejam denunciados com maior rapidez possível, e o secretário acredita que o atendimento 24 horas pode auxiliar nesse sentido. “Por vezes acontece algum problema dentro de casa, a mulher, constrangida em ir ao plantão e encontrar um delegado homem, por exemplo, deixa para o dia seguinte, mas acaba conversando com o marido e desistindo. Um mês depois pode acontecer uma coisa mais grave”, comentou Chahin. Em números A 2ª DDM está com cerca de 1,2 mil inquéritos em andamento, desde que foi inaugurada em novembro de 2016. Por mês, segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2 (Deinter 2), José Henrique Ventura, são instaurados 150 inquéritos e relatados para a Justiça, 180. “Além disso, a cada 24 horas é concedida ao menos uma medida protetiva”, disse ventura. Já a 1ª DDM contabiliza até o momento 3,2 mil inquéritos. Segundo o titular da 2ª Delegacia Seccional, Aldo Galeano, constantemente são realizadas operações para cumprimento de mandados contra os agressores, porém, quando os policiais chegam no endereço, as vítimas não querem mais que os companheiros sejam presos. “Entre 30% e 40% dos casos, as mulheres voltam atrás um ou dois dias depois da agressão. O problema é que uma vez agredida, a mulher sempre será agredida e o problema pode se agravar”, disse Galeano.

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