EXPANSÃO

Das 20 cidades da RMC, 5 têm crescimento da área rural

Levantamento da Fundação Seade revela que mancha urbana teve queda em Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis e Vinhedo desde 2000

Sarah Brito
29/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 18:09
George Guido Borrmann produz frutas no distrito de Betel, em Paulínia, e não abre mão da vida no campo (Camila Moreira/ AAN)

George Guido Borrmann produz frutas no distrito de Betel, em Paulínia, e não abre mão da vida no campo (Camila Moreira/ AAN)

Das 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), cinco apresentaram variação negativa no índice de urbanização no comparativo entre 2000 e o ano passado. Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis e Vinhedo tiveram retração na urbanização, aumentando a área rural, de acordo com dados Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), divulgados pela Agemcamp.   A tendência ocorre na contramão do País, onde a maior parte das pessoas que moravam na zona rural se mudaram para as cidades. O município que teve a menor retração foi Campinas, com variação negativa de 0,05%. Em segundo lugar está Americana (0,23%), seguida de Vinhedo (0,95%), Artur Nogueira (1,55%) e Cosmópolis (3,18%).O grau de urbanização da Região Metropolitana de Campinas (RMC), de forma geral, foi de 97,48% em 2014.   O número é menor que o apresentado pelas Regiões Metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista, de 98,88% e 99,81%, respectivamente, mas maior que a do Vale do Paraíba e de Sorocaba. Na RMC, entre os anos de 2000 e 2014, o índice permaneceu estável, variando entre 96% e 97%, segundo a Fundação. Um dos fatores que foram considerados nas análises populacionais diz respeito à taxa ou grau de urbanização em que se encontra a população local. Trata-se do percentual da população que vive em zona urbana. Esses dados são utilizados em estudos demográficos. De acordo com o economista e assessor técnico da Agemcamp e da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, Maurício Hoffman, apesar das porcentagens de variação negativa serem pequenas, podem indicar mudanças no cenário das cidades. “Reflete o processo de instalação das pessoas, indústria e comércio, além de também poder indicar que houve mudança na lei de zoneamento, alterando a mancha urbana”, explicou. Segundo ele, diversos fatores podem explicar a tendência contrária nas cinco cidades da RMC. Uma delas é a escolha de deixar o conglomerado urbano em busca de uma vida mais tranquila na zona rural. Na região, existem chácaras de recreio que se tornaram morada da população, que buscam diminuir o custo e aumentar a qualidade de vida. A idade média da população também influencia.   Na RMC, assim como no restante do Brasil, a média de vida aumenta: há mais idosos e menos crianças. A tendência é que, durante a aposentadoria, as pessoas procurem lugares mais calmos para viver. “Há também a tomada de áreas rurais por grandes empresas, que se instalam próximos a estradas, fora do centro urbano. As pessoas querem morar próximo ao trabalho, e isso estimula a conquista da área rural”, disse.   Outro ponto indicado por Hoffmann foi a “pulverização” de unidades habitacionais fora da região central.

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