RESGATE CULTURAL

Dário entrega primeira fase da reforma do Convivência

Prefeito promete concluir 250 obras até a celebração dos 250 anos de Campinas

Isadora Stentzler/ [email protected]
08/11/2023 às 08:41.
Atualizado em 08/11/2023 às 08:41
O teatro interno do Centro de Convivência está pronto para receber os equipamentos necessários para entrar em operação até o final de 2024 (Kamá Ribeiro)

O teatro interno do Centro de Convivência está pronto para receber os equipamentos necessários para entrar em operação até o final de 2024 (Kamá Ribeiro)

A Prefeitura Municipal de Campinas anunciou na terça-feira (7) a conclusão da primeira fase da reforma do Centro de Convivência Cultural de Campinas Carlos Gomes. O evento marcou também o lançamento da campanha em celebração aos 250 anos da cidade, destacando um programa de 250 dias de apresentação de novas obras.

Embora aguardado com grande expectativa, o Centro de Convivência permanecerá fechado ao público até o final de 2024, data prevista para a conclusão da segunda etapa e a reabertura oficial do espaço. A entrega desta fase inicial, que deveria ter sido concluída no ano passado, representa um marco significativo para a comunidade local.

O projeto, iniciado em outubro de 2020, contou com um investimento total de R$ 23,5 milhões, sendo R$ 19,1 milhões provenientes do Governo do Estado e R$ 4,4 milhões do Município.

Uma das principais preocupações abordadas foi o combate às infiltrações provocadas pelas águas das chuvas, que resultaram na interdição do local em 2011. Essa questão foi abordada de maneira especial, com a implementação de um poço auxiliar de 13 metros de profundidade para a drenagem da água que passa sob o fosso do teatro, antes propenso ao acúmulo de água. Além disso, o Teatro de Arena foi submetido à impermeabilização utilizando Película de Polimetilmetacrilato (PMMA).

A renovação abrangeu a substituição completa das instalações hidráulicas e elétricas, reforma da alvenaria, camarins, áreas de ensaio, espaços de circulação, exposição e da sala da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. Adicionalmente, foram aplicados revestimentos acústicos nas áreas da plateia, palco, ensaios e no café, garantindo uma experiência sonora aprimorada. O projeto também priorizou a acessibilidade, instalou um sistema moderno de detecção e combate a incêndio, incorporou uma cabine transformadora e gerador externos para segurança, e implementou um sistema de ar-condicionado nas salas e espaços de uso coletivo.

A equipe de reportagem esteve no local na terça-feira (7), explorando todos os espaços recém-reformados, com exceção do teatro interno, que ainda aguarda a instalação de cadeiras e do palco. Durante a visita, uma apresentação musical foi oferecida por membros da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, que aguarda a reinauguração do espaço no final do próximo ano, quando terá novamente uma sala dedicada.

Mário Marques, presidente da Associação dos Músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, expressou a importância do Centro de Convivência para os artistas, comparando-o à relevância de um hospital para um médico. Lamentou o período de doze anos sem um teatro de ópera na cidade, mas agora vislumbra um renascimento para esse espaço, repleto de esperança para um retorno vigoroso.

"É uma pena que a cidade tenha ficado sem um teatro de ópera por todos esses anos. Perdemos tempo valioso. No entanto, estamos ressuscitando este espaço com grande esperança de um retorno robusto", enfatizou Marques. Ele destacou a necessidade vital de uma conexão entre a orquestra e um teatro dedicado, mencionando as dificuldades enfrentadas ao compartilhar o Teatro Castro Mendes com a diversidade cultural da cidade. No entanto, ao retornar ao Centro de Convivência, a orquestra terá sua própria sala, proporcionando à cidade não apenas um, mas dois teatros.

Inaugurado em 9 de setembro de 1976, o Centro de Convivência é uma obra do arquiteto Fábio Penteado, abrangendo uma área total de aproximadamente 6 mil m², dos quais 4 mil m² são destinados à área externa e 2 mil m² compreendem a área interna, abrigando o teatro, galerias, salas de ensaio, espaços técnicos e administrativos, banheiros e camarins. Destaca-se, na área externa, o Teatro de Arena, com capacidade para acomodar até 3 mil pessoas.

Embora tenha se tornado um ícone da cidade de Campinas desde sua inauguração, o Centro de Convivência permaneceu intocado por uma reforma abrangente desde 2011, ano em que foi fechado ao público. Segundo o prefeito Dario Saadi (Republicanos), chegou-se a considerar a demolição da estrutura como uma alternativa diante dos desafios causados por infiltrações. No entanto, essa proposta foi descartada devido ao valor histórico e artístico intrínseco ao local.

"Qual foi o grande problema dessa construção que é um ícone da cidade de Campinas: é que o tipo arquitetônico dela facilitou a infiltração. O Teatro de Arena é totalmente aberto e é o teto do teatro interno, e ali entrou água em toda a estrutura (...) Tanto que chegou numa época no ano passado que se falava que era mais fácil demolir este teatro do que fazer outro. E foi enfrentado esse desafio, por isso tivemos que definir a viabilidade da estrutura, tivemos que definir uma técnica de impermeabilização e que desse uma garantia de no mínimo 10 anos", explicou Dário. 

SEGUNDA FASE

A segunda etapa do processo de revitalização do Centro de Convivência atingiu marcos significativos, com a licitação iniciada em junho deste ano e os envelopes abertos em 31 de agosto. Um total de onze empresas apresentaram documentos e propostas, que agora estão sob escrutínio das secretarias de Administração e Infraestrutura. Essas instâncias realizam uma análise minuciosa, verificando a conformidade com os requisitos do edital, além de avaliar as qualificações técnicas, com previsão de conclusão ainda neste mês.

A próxima fase compreende a análise dos preços individuais, visando a escolha do vencedor, seja uma empresa ou consórcio habilitado que ofereça o menor preço. Posteriormente, o processo passará pela homologação da Secretaria de Administração, autorização de despesas pela pasta de Cultura e Turismo, formalização do contrato pelo setor de Justiça e, por fim, a assinatura da ordem de serviço.

O prefeito destaca a complexidade desta licitação, representando um investimento expressivo de R$ 52 milhões. Esses recursos serão direcionados para aprimorar aspectos cenográficos, técnicos e de som, áreas cruciais para um teatro de alta qualidade.

A segunda fase da reforma do Centro de Convivência incorpora melhorias nas áreas de luminotécnica, acústica, áudio e vídeo, instalações elétricas e cenotecnia, com um orçamento estimado em R$ 51.813.248,80. As obras têm previsão de início em janeiro de 2024, com um prazo de execução de 12 meses.

Além disso, para o próximo ano, está prevista a licitação para a aquisição de mobiliário destinado às áreas administrativas e camarins. Paralelamente, será lançado o processo de concessão de uso para interessados em reativar o café, localizado no lado oposto à entrada principal, onde funcionou o Café de La Recoleta de 1993 a 2003.

A Secretária Municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli, destaca que, com a definição da empresa vencedora, serão abertos editais para que o Centro de Convivência seja novamente um espaço para artistas locais e da região.

250 DIAS

A conclusão da reforma do Centro de Convivência marca o início de uma contagem regressiva, que consiste em 250 dias até a celebração de 250 anos de Campinas, previsto para 14 de julho de 2024. Esse período será marcado por uma série de anúncios diários, totalizando 250 realizações, que abrangerão diversas áreas da administração municipal.

Dentre essas conquistas, destacam-se a inauguração de 16 creches denominadas "Espaço do Amanhã", as obras de requalificação da Avenida Campos Sales, a revitalização do Mercado Municipal de Campinas, a conclusão do Centro de Referência de Assistência Integral da Mulher (Craim), a abertura do Centro de Saúde São Vicente, a ativação do Centro de Saúde Cosmo Sírius, a expansão do Pronto-socorro adulto do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, e a entrega da reforma do ambulatório de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial.

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