PESQUISA ATUALIZADA

Custo da cesta básica cresce após quatro meses em queda

Observatório PUC-Campinas calculou o preço de R$ 705,71 em novembro; oito do 13 itens apresentaram elevação

Edimarcio A. Monteiro/ [email protected]
21/12/2023 às 08:28.
Atualizado em 21/12/2023 às 08:28
A banana foi o item que sofreu o maior reajuste (14,5%), seguida pelo quilo de carne (5,23% de elevação); de janeiro a novembro, a banana foi o segundo produto com maior crescimento no valor, atrás apenas do arroz (Rodrigo Zanotto)

A banana foi o item que sofreu o maior reajuste (14,5%), seguida pelo quilo de carne (5,23% de elevação); de janeiro a novembro, a banana foi o segundo produto com maior crescimento no valor, atrás apenas do arroz (Rodrigo Zanotto)

O custo da cesta básica em Campinas foi de R$ 705,71 em novembro, mês em que teve alta de 2,14%, de acordo estudo mensal divulgado pelo Observatório PUC-Campinas. A alta encerrou uma sequência de quatro meses de queda. Em outubro, o valor foi de R$ 690,91, o segundo menor desde que a pesquisa começou a ser feita em setembro de 2022, quando o custo apurado foi de R$ 688,67.

Dos 13 itens que a compõem o levantamento, oito apresentaram elevação. O quilo de carne apresentou a segunda maior elevação, 5,23%, e é o que mais pesa no cálculo da cesta, com participação de 35,43% do total. Segundo a pesquisa feita em supermercados da cidade, o preço médio encontrado foi de R$ 41,67.

Já o item que teve o maior reajuste foi a banana, 14,5%. A banana tem participação de 9,17% no cálculo da cesta. Também registraram aumento de preço os seguintes produtos: arroz (5,04%), açúcar (1,8%), batata (3,61%), manteiga (0,19%), café (0,40%) e óleo (0,82%). Considerando que o salário mínimo deveria suprir as necessidades alimentares de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças), ou seja, ser suficiente para a compra de três cestas, o valor no mês passado deveria ser de R$ 2.117,13. Porém, o trabalhador de Campinas compromete 53,5% da renda com a aquisição de uma cesta, considerando que o salário mínimo atual é de R$ 1.320.

“O valor atingido é o maior desde junho e demanda atenção quanto à evolução nos próximos meses. Apesar disso, no balanço anual a cesta permanece com valor inferior ao do início do ano”, afirmou o coordenador do estudo, o economista Pedro de Miranda Costa. Em janeiro, o custo da cesta básica foi de R$ 756,00, o que significa que o valor no mês passado foi 6,65% menor. “A cesta apresenta, no acumulado do ano, variação negativa, significando um ganho de poder de compra do salário no que se refere a itens básicos de alimentação”, disse o pesquisador, que também é professor da PUC-Campinas.

OUTRAS CIDADES

De acordo com Costa, “contribuíram para esse resultado o ajustamento das cadeias produtivas de insumos agrícolas e as safras favoráveis de muitos dos componentes da cesta.” Segundo a pesquisa, o item que apresentou a maior baixa de preço em novembro foi o tomate, 7,02%. Outros produtos que tiveram queda foram o pão francês (1,9%), leite (0,59%), feijão (0,22%) e farinha de trigo (4,26%).

No acumulado de janeiro a novembro, a maior variação é do arroz, com alta de 16,4%. Outros cinco produtos também tiveram elevação de preço no período: banana (13,32%), açúcar (12,62%), leite (2,07%) e pão francês (0,7%). Por outro lado, os três itens que sofreram a maior queda foram o óleo de soja (29,79%), o feijão (22,17%) e o tomate (14,98%).

A pesquisa do Observatório PUC-Campinas apontou que a alta local no mês passado acompanhou o aumento verificado em nove capitais brasileiras, segundo pesquisa, que adota a mesma metodologia, feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos e Socioeconômicos (Dieese). São Paulo é a cidade com a cesta básica mais cara, custando R$ 749,28 em novembro. No mês passado, a capital paulista registrou uma alta de 3,06%, a maior elevação do país. A alta de 2,14% de Campinas foi a segunda maior. Na sequência, aparece Goiânia-GO com 1,97%.

Em termos de valor absoluto, a segunda cesta mais cara foi registrada em Florianópolis-SC (R$ 747,59), seguida por Porto Alegre (R$ 739,18).

Considerando apenas o custo, Campinas ficou em quinto lugar entre as 18 cidades pesquisadas. Aracaju, capital de Sergipe, foi a que apresentou o menor valor de cesta, R$ 516,76. Porém, é preciso observar que os produtos que compõem a cesta são diferentes por levar em consideração os hábitos alimentares regionais.

A capital com o preço mais próximo ao verificado em Campinas foi o Rio de Janeiro (R$ 728,27). Considerando a variação de preço em novembro, Natal-RN apresentou a maior queda entre as cidades pesquisadas. Na capital potiguar, a cesta teve uma redução de 2,55% no valor, custo de R$ 567,30. 

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