ANIVERSÁRIO

Culto à Ciência comemora nesta quinta-feira 150 anos de atividades

Alberto Santos Dumont, Guilherme de Almeida e Júlio de Mesquita foram alunos da escola Alessandro Torres

Bianca Velloso/ [email protected]
13/04/2023 às 09:48.
Atualizado em 13/04/2023 às 09:48
Culto à Ciência conta a história de Campinas e da transformação da vida brasileira, promovida pela transição da Monarquia para a República (Alessandro Torres)

Culto à Ciência conta a história de Campinas e da transformação da vida brasileira, promovida pela transição da Monarquia para a República (Alessandro Torres)

A Escola Estadual Culto à Ciência, localizada no bairro Botafogo, está completando nesta quinta-feira (13) 150 anos. Apresentações artísticas, exposições e discursos marcam a celebração do aniversário da instituição pública de ensino mais antiga do Brasil, com a mesma sede desde a fundação. A Escola Estadual Culto à Ciência é um símbolo histórico, um patrimônio cultural e arquitetônico campineiro, que representa um marco na formação de personalidades que ganharam destaque no cenário nacional, como Alberto Santos Dumont e Júlio de Mesquita. 

Diversas atividades serão realizadas para professores, funcionários e convidados, entre elas, visita ao memorial da escola. Uma exposição conta a história da instituição através de fotos e desenhos com destaque para eventos marcantes do colégio. O diretor da escola, Glauber Maldonado Ferreira falou sobre as atividades do dia. “Terá uma exposição de fotos e desenhos antigos, uma visitação ao memorial da escola, a inauguração de uma placa comemorativa no jardim da escola e depois autoridades e alunos discursarão”, contou. O memorial da escola conta com um acervo de materiais antigos e livros que são recuperados e tratados por alunos dos programas de iniciação científica.

A data celebrada nesta quinta-feira marca 150 anos do lançamento da pedra fundamental para a construção da escola. A inauguração de fato aconteceu no dia 12 de janeiro de 1874. Porém, as comemorações de aniversário são feitas no dia 13 de abril. Na época, o nome da escola era Culto Á Sciencia, pois seguia as normas de grafia da língua portuguesa vigentes em 1873. 

Uma das características é que sua origem está ligada a uma grande transformação da vida brasileira, na transição da Monarquia para a República. A instituição nasceu como Sociedade Culto à Ciência, uma escola particular para meninos. A maioria dos alunos era filhos de membros da Loja Maçônica Independência — fazendeiros, intelectuais e comerciantes. 

O diretor do colégio acredita que essa celebração é um marco para a sociedade, uma vez que vários sonhos e projetos de vida foram desenvolvidos nos corredores e salas de aula da instituição de ensino. “Me sinto muito honrado em ser diretor dessa escola, ainda mais diante desse marco que são os 150 anos. Ao mesmo tempo que é uma honra muito grande, também é uma responsabilidade. É um período de muita celebração e compromisso”, disse Ferreira, que desempenha a função de diretor desde 2018.

Segundo Glauber Ferreira, os 560 alunos matriculados na instituição estão empenhados nas atividades. “Os estudantes estão muito animados e participativos. Eles entendem a relevância da escola enquanto patrimônio público tombado, cultural e material”, comentou. Ferreira defendeu que ter uma escola aberta por todo esse tempo é um ato de resistência. “É uma luta pela educação. Aqui orientamos o desenvolvimento de atividades e aprendizagem dos nossos jovens e estudantes e auxiliamos no planejamento de um futuro”, disse. Atualmente, a escola oferece apenas aulas para alunos do Ensino Médio e funciona com turmas em período integral. O prédio foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Cultura, em 1983, abriga 14 salas de aula e três laboratórios.

Alunos famosos

Ao longo de 150 anos de história, a Escola Culto à Ciência já formou personalidades de destaque, não só no cenário nacional como internacional. Alberto Santos Dumont, conhecido como o pai da aviação, foi um dos alunos ilustres. Outras figuras de destaque que passaram pela instituição de ensino, foram o poeta Guilherme de Almeida, o jornalista Júlio de Mesquita, o apresentador de televisão Fausto Silva, a atriz Regina Duarte e o ator Carlos Zara. Já no campo das ciências exatas, passou por lá o engenheiro e arquiteto Lix da Cunha. Além de políticos e ex-prefeitos de Campinas, como Raphael de Andrade Duarte, Francisco Amaral, Edivaldo Orsi e Jonas Donizette. Um dos professores ilustres foi Basílio de Magalhães, historiador e folclorista brasileiro. 

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