MAIS MÉDICOS

Cubanos que decidiram ficar estão apreensivos

Muitos constituíram família no Brasil e não pretendem retornar

Alenita Ramirez
alenita.jesus@rac.com.br
01/12/2018 às 17:16.
Atualizado em 05/04/2022 às 22:55

Médicos cubanos que decidiram continuar no Brasil estão apreensivos com a desvinculação do Programa Mais Médico, mas esperam que em breve voltem a atuar na área. Segundo levantamento feito pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em 2016, cerca de 1,4 mil médicos cubanos que faziam parte do programa tinham constituído famílias no Brasil. Hoje, a entidade não tem o número de quantos vão realmente ficar em terras brasileiras. Esse dado, segundo a Opas, só estará disponível após o dia 12 deste mês, data limite para que os caribenhos deixem o País. Em Campinas, havia 42 médicos cubanos que atuavam em diversas unidades da cidade. Eles eram os responsáveis pelo Programa Médico da Família. A Prefeitura não sabe informar quantos deles já deixaram o Brasil ou até mesmo quantos devem ficar. No entanto, dois especialistas cubanos que ainda atuam no Centro de Saúde (CS) San Martin afirmam que permanecerão no Brasil, mesmo sem emprego. Um deles, uma médica, se casou com um brasileiro e não quer deixar a nova vida que aqui constituiu. “É muito difícil para nós. Estamos tristes, muitos tristes. Mas temos esperança em voltar a trabalhar na área”, disse uma médica. Pela regra, os estrangeiros ou brasileiros que são formados fora do Brasil são obrigados a prestar o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira, conhecido como Revalida. Desde 2011, foram aprovados 459 médicos de nacionalidade cubana. Como muitos não prestaram o exame, não conseguiram se inscrever no Programa Mais Médicos. Os cubanos que vão ficar afirmam que vão tentar o exame no ano que vem, para conseguir emprego. “Enquanto isso não sei o que vou fazer”, disse um deles. De acordo com a Opas, 8,3 mil cubanos integravam o Mais Médico no Brasil. Quando o programa iniciou, em 2013, eram 11,4 mil. Na época, os cubanos vinham com contrato inicial de três anos e foram convidados a fazer parte do programa para suprir a falta de especialistas na rede, em especial em áreas do Norte e Nordeste do País. No entanto, os especialistas passaram a ser utilizados nos programas das unidades básicas de diversas cidades brasileiras. Os dois médicos cubanos que vão permanecer em Campinas estão no CS San Martin desde a inauguração, em 2014. De acordo com o secretário de Saúde, Cármino Antonio de Souza, 42 médicos escolheram Campinas para atuar. Eles devem substituir os médicos cubanos. A maior parte dos especialistas que atuavam na cidade já deixou de trabalhar. Para suprir a ausência nas unidades, as consultas foram redirecionadas, segundo Souza. “É lamentável essa situação. Deixar eles aqui ou não, não depende de nós, Campinas. Eles estão ligados ao Ministério da Saúde e é lá que tudo se decide”, falou o secretário. 

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