O crescimento é pequeno, mas reflete uma ligeira reação do mercado em relação a 2016, quando a frota do Município cresceu apenas 0,87%
Mais carros, mais caos: número de veículos não para de crescer na cidade, e o trânsito se torna mais complicado (Cedoc/RAC)
Campinas registrou no ano passado um crescimento de 1,59% na frota de veículos, segundo levantamento dos licenciamentos registrados pelo Departamento Estadual de Trânsito do Estado (Detran). O crescimento é pequeno, mas reflete uma ligeira reação do mercado em relação a 2016, quando a frota do Município cresceu apenas 0,87% - a menor taxa dos últimos seis anos. A cidade fechou 2017 com 916,6 mil veículos, 14,3 mil a mais em relação ao que possuía no ano anterior. Nesse período, 40 veículos por dia foram agregados à frota municipal, a maioria automóveis (67,1%). "Esse crescimento, depois de chegar ao fundo do poço em 2016, se deve à queda da inflação e dos juros", afirmou o economista Henrique de Oliveira, consultor em varejo. Para ele, pesa também a confiança na retomada do crescimento do País, que dá seus primeiros sinais. "Temos que observar, no entanto, que é um crescimento sobre uma base baixa", ressaltou. De acordo com balanço da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos (Fenabrave), a venda de veículos novos no Brasil cresceu 9,23% no ano passado, encerrando um período de quatro anos seguidos de queda. A alta é em relação a 2016, o pior ano para o setor, que vendeu 1,05 milhões de veículos, o volume mais baixo desde 2006. A entidade projeta um crescimento de 11,8% nas vendas em 2018 com o emplacamento de pelo menos 2,5 milhões de veículos. A entidade, que reúne as concessionárias, espera um ano de recuperação por conta dos sinais positivos da economia. O volume de negociações de veículos seminovos e usados no País fechou 2017 com crescimento de 6,5%, segundo a federação dos revendedores (Fenauto). Foram comercializados 14,2 milhões de veículos, antes 13,3 milhões em 2016. Segundo o Detran, a frota de veículos muda constantemente, porque, da mesma forma que veículos zero ou vindos de outras localidades são incorporados, alguns são transferidos do município e do Estado para outras localidades. E outros ainda são definitivamente excluídos do sistema - quando há perda total após acidentes ou impossibilidade de circulação, por exemplo. Poluição O crescimento da frota também contribui para o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Os últimos dados disponíveis no balanço das emissões divulgado pela Secretaria de Estado de Energia e Mineração para Campinas são de 2016, ano em que a cidade "jogou" 2,15 milhões de toneladas de poluição no ar. O levantamento leva em consideração a queima de combustíveis como gás natural, gasolina automotiva, óleo diesel, óleo combustível, querosene iluminante e de aviação, GLP (gás liquefeito de petróleo), coque de petróleo e asfalto. No caso de Campinas, a maior emissão vem da frota de veículos, segundo o ambientalista Jorge Christi. "O índice só não é maior porque nossa frota tem um percentual alto de veículos movido a alccol", afirma. O aumento da concentração de dióxido de carbono implica no aumento da capacidade da atmosfera em reter calor - e, consequentemente, faz aumentar a temperatura. O excesso de dióxido de carbono que atualmente é lançado para a atmosfera resulta da queima de combustíveis fósseis, principalmente pelo setor industrial e de transporte. Repasse do IPVA, contudo, teve queda no ano passado O repasse do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para Campinas teve uma queda de 2,84% no ano passado em relação a 2016, já descontada a inflação do período. Esse imposto é pago por todo dono de veículo no início de ano ao Estado, o o bem está registrado. Ele é calculado sobre o valor de mercado que consta nas tabelas publicadas por cada ente federativo. O percentual aplicado, a alíquota, varia de acordo com a tributação de cada Estado. Em São Paulo, a alíquota é de 4% para veículos de passeio movidos à gasolina e bicombustíveis e picapes de cabine dupla; de 3% para veículos de passeio movidos exclusivamente à álcool, eletricidade ou gás natural; de 2% para utilitários de cabine simples, ônibus, motocicletas, motonetas, quadriciclos e similares; e de 1% para caminhões. Do valor arrecadado, metade fica com o Estado e a outra metade é repassado aos municípios onde foi efetuado o licenciamento. SAIBA MAIS Crescimento da frota de Campinas 2017 916.682 1,59% 2016 902.306 0,87% 2015 894.499 1,67% 2014 879.734 2,24% 2013 860.430 4,62% 2012 822.388 5,62% 2011 778.620 6,91%