Região Metropolitana de Campinas (RMC) é responsável por 8% do potencial de consumo do Estado de SP, e avança este ano, mesmo com crise no País
Manutenção do lar: destino da maior parte dos recursos dos consumidores (Reprodução)
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) é responsável por 8% do potencial de consumo do Estado de São Paulo. Estudo divulgado pela consultoria IPC Marketing estima que a região vai atingir um volume de R$ 81,74 bilhões neste ano, um avanço de 4,70% em relação aos R$ 78,08 bilhões de 2015. A região é a segunda em potencial no Estado, atrás apenas da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). E na RMC, Campinas segue como o principal mercado, com um total de R$ 32,32 bilhões - embora tenha caído uma posição no ranking nacional IPC Maps frente ao ano passado, para 11ª colocação agora. Ainda assim, o relatório da consultoria destaca o município como um dos principais mercados do País. O avanço do IPC Maps de Campinas foi de 3,94% em relação a 2015. A manutenção do lar vai consumir a maior parcela dos recursos voltados ao consumo, com um volume de R$ 8,64 bilhões. Alimentação no domicílio é o segundo item no qual os campineiros mais vão gastar neste ano, com R$ 3,18 bilhões, seguida por alimentação fora de casa, com R$ 1,98 bilhão. Na RMC, a manutenção do lar vai consumir R$ 21,74 bilhões; alimentação em casa, R$ 8,14 bilhões; e alimentação fora de casa, R$ 5 bilhões. Mas os gastos que mais cresceram em relação ao ano passado foram os destinados aos transportes urbanos: o valor passou de R$ 2,23 bilhões para R$ 2,36 bilhões. O segundo com maior aumento foi o fumo, de R$ 496,3 milhões para R$ 525,2 milhões. O estudo mostrou que o potencial de consumo da classe A deve recuar 0,41% neste ano, passando de R$ 10,51 bilhões para R$ 10,46 bilhões. Já a classe B deve ampliar seus gastos em 5,41%, passando de R$ 40,24 bilhões para R$ 42,61 bilhões, assim como a classe C (gastos 3,03% maiores, de R$ 21,89 bilhões para R$ 22,56 bilhões). O maior aumento de potencial de consumo, contudo, ficou com as classes D e E: o estudo indica uma expansão de R$ 3,51 bilhões para R$ 4,15 bilhões. O diretor do IPC Marketing, Marcos Pazzini, afirma que a evolução do potencial de consumo no País foi uma das piores dos últimos anos. “Para 2016, estamos prevendo um resultado negativo de 3,3%. Em 2015, também tivemos recuo de 4%. Foi um ano ruim e 2016 também será, embora um pouco melhor em relação ao ano passado”. Segundo ele, a queda de Campinas no ranking do IPC Maps não significa uma piora do quadro econômico da cidade. “Campinas perdeu uma posição devido ao crescimento do potencial de consumo de Manaus, que era a 12ª economia em 2015 e passou a ocupar a 9ª posição este ano. Não foi um problema de Campinas”, afirmou. Cidade ainda é 1ª entre as não capitais O diretor do IPC Marketing, Marcos Pazzini, lembrou que Campinas continua ocupando o primeiro posto entre os municípios que não são Capitais. “Em 2016, a população de Campinas, falando apenas do município, terá R$ 32,3 bi em dinheiro destinado ao consumo. O valor é superior inclusive ao de alguns Estados, como Sergipe, Rondônia, Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. Em termos de quantidade de empresas, Campinas concentra 152.609 unidades em 2016, com predominância do setor de serviços e comércio”, diz. O especialista lembra que as áreas próximas de grandes polos econômicos como Campinas também estão em franco desenvolvimento no Interior do País. “Sempre que os custos de vida e as condições urbanas de cidades grandes, como é o caso de Campinas, pioram, com congestionamentos, aumento de violência, maior custo de mão de obra, a tendência é que municípios de porte médio se destaquem e apresentem crescimento maior. Este ainda não é o caso de Campinas, que apesar de ser a maior cidade do Interior paulista, teve sua participação no potencial de consumo estabilizada do ano passado para este ano”, avalia. Pazzini afirma que as classes mais afetadas pela crise econômica em Campinas entre 2015 e 2016 são a A e a C1. “A classe A decresceu 3,6% em termos nominais e a classe C1 em 0,2%. As classes B1, B2, C2, D e E aumentaram de tamanho entre 2015 e 2016”, aponta. Ele acrescenta que devido a perda de potencialde consumo da classe A entre 2015 e 2016, a concentração da renda está com a classe B. “Em 2015, eladeteve 51,7% do potencial de consumo da cidade e em 2016 deve ficar com 54,9%”. Pazzini avalia que o comportamento de compra do consumidor mudou pouco em relação ao ano passado. “Em termos concretos, a mudança de 2015 para 2016 ainda é muito pequena. O problema é que os consumidores estão mais receosos em adquirir produtos e assumir parcelas de financiamento, pois a insegurança é grande”, conclui. POTENCIAL DE CONSUMO NA RMC EM 2016 Consumo Urbano: R$ 79,80 bilhões Consumo Rural: R$ 1,94 bilhão Consumo Total: R$ 81,74 bilhões