Pandemia

Crise força fechamento de 290 comércios no Centro

Número de estabelecimentos comerciais na área caiu de 2.620 em 2019, para 2.330 neste ano

Daniel de Camargo/AAN
24/11/2020 às 20:38.
Atualizado em 26/03/2022 às 18:03
A redução na receita por conta do confinamento foi responsável pela extinção dos negócios (Cedoc/RAC)

A redução na receita por conta do confinamento foi responsável pela extinção dos negócios (Cedoc/RAC)

O isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19 resultou no fechamento de 290 lojas no centro expandido de Campinas. Segundo dados do departamento de economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) divulgados hoje (24), o número de estabelecimentos comerciais na área caiu de 2.620 em 2019, para 2.330 neste ano. A entidade aponta essa queda como uma das causas para expectativa de redução de R$ 47,9 milhões no faturamento no comércio do Centro. No ano passado, foram movimentados R$ 789,4 milhões na região e a previsão é de que, em 2020, o montante totalize R$ 741,5 milhões. Segundo o diretor da Acic, o economista Laerte Martins, a redução na receita dessas empresas, em grande maioria de micro e pequeno porte, foi responsável pela extinção dos negócios. Afirma, porém, que existe um movimento favorável em curso, com incentivos — principalmente, do poder público — que já produz a abertura ou reabertura de empresas. Pondera que, a médio prazo, as perdas serão repostas e que o momento é oportuno para empreendedores ingressarem no mercado. Próximo do fim do ano, ressalta que empréstimos ou linhas de crédito para formação de capital de giro são fundamentais para abastecimento de estoque e contratações. O setor de shoppings também foi impactado. No fim de julho, pouco antes da reabertura dos centros comerciais, um estudo da Comissão de Shoppings Center da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Campinas informou que, pelo menos, 103 estabelecimentos encerraram suas operações. Segundo apurou a comissão junto aos lojistas, o fim das atividades também ocorreu devido à falta de capital de giro e recursos financeiros. A Acic apontou, em levantamento anterior, que o agravamento da crise econômica brasileira por causa da pandemia fez 1.717 empresas deixarem de existir na cidade no primeiro semestre deste ano. A quantidade, entretanto, foi 26% inferior — ou 601 negócios a menos — ante as 2.318 firmas encerradas no mesmo período de 2019. Natal Considerando esse cenário e um menor poder aquisitivo dos consumidores, a Acic indica que o faturamento do comércio de Natal no município deverá sofrer uma retração de R$ 165 milhões em relação à 2019. No ano passado, as vendas natalinas atingiram R$ 2,722 bilhões. A projeção é de que os números de 2020 não deverão passar de R$ 2,557 bilhões. Em Campinas, 40% das lojas estão localizadas em shoppings centers, em diferentes bairros; 35% na região central e 25% na periferia. Em dezembro, devido ao Natal, as lojas dos shoppings centers devem responder por 38% das vendas totais do mês; as instaladas no chamado centro expandido, por 29%; os supermercados por 19%; e os estabelecimentos localizados na periferia, por 14%. Laerte Martins indica ainda que a quantidade de pessoas contratadas para vagas temporárias para o período natalino em Campinas deve encolher 23,45%. A previsão é de que sejam gerados 5.420 postos de trabalho desta modalidade, 1.660 a menos do que os 7.080 contabilizados em 2019. Em sua análise, aponta que a tendência se estende para a Região Metropolitana de Campinas (RMC), que deve ter redução de 23,41%. Devido ao fechamento das lojas, a maior defasagem nas contratações em Campinas, deve ser no comércio do centro estendido, com uma diminuição de 33,98% (4.294 em 2019 e 2.835 este ano). Nos shoppings centers, a queda estimada é de 22,42% (7.431 no ano passado contra 5.765 em 2020) e, nos supermercados, de 9,93% (2.820 em 2019 contra 2.540 em 2020). Na RMC, prevê que a quantidade de vagas temporárias será 34,02% (1.887 em 2019 contra 1.245 em 2020) menor nos comércios centrais; de 22,80% (3.957 em 2019 contra 3.055 em 2020) nos shoppings centers; e de 9,39% (1.236 em 2019 contra 1.120 em 2020) nos supermercados.

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