férias escolares

Criança em casa pode gerar estresse

Na teoria, esses 15 dias representam um momento perfeito para uma interação mais próxima e íntima entre pais e filhos

Henrique Hein
30/06/2018 às 21:24.
Atualizado em 28/04/2022 às 14:28
A dentista Maria Regina com os filhos Henrique e Clarisse: 'eternos bebês' (Divulgação)

A dentista Maria Regina com os filhos Henrique e Clarisse: 'eternos bebês' (Divulgação)

O mês de julho chegou e com ele o tradicional período de férias escolares também. De acordo com a Prefeitura de Campinas, cerca de 68 mil alunos (acima dos quatro anos) da rede municipal de ensino entrarão em recesso durante os dias 7 a 22 de julho. Na teoria, esses 15 dias representam um momento perfeito para uma interação mais próxima e íntima entre pais e filhos. Entretanto, na prática, a história muitas vezes acaba reservando cenários bem diferentes do esperado, com direito a brigas, estresse e noites mal dormidas. Segundo a pedagoga Ana Lúcia Dominiquini, de 47 anos, a pausa nos estudos, além de ser fundamental para o desenvolvimento das crianças, é um importante combustível para que elas retornem mais dispostas e com ânimo para encarar o segundo semestre. Segundo ela, o intervalo, se bem aproveitado, melhora a concentração e a sedimentação do conteúdo pelo cérebro da criança. Porém, a especialista relata que muitos pais não sabem o que fazer com meus filhos durante os 30 dias de férias escolares e como transformar esse momento de interação em algo proveitoso para ambos. "Não é fácil ficar com crianças em casa, porque ao mesmo tempo que nós queremos que elas descansem, elas querem gastar energia, correndo, brincando e buscando novidades a todo momento. Infelizmente, nenhum pai ou mãe consegue oferecer tudo o que eles querem a todo tempo e a qualquer momento. Isso acaba, na maioria dos casos, gerando situações que acabam em brigas e desavenças entre pais e filhos", explica a pedagoga. Para Ana Lúcia, o que era para ser um momento de prazer e relaxamento se torna um período de estresse para as crianças, que, quando voltam para as aulas, não conseguem render tanto quanto poderiam se tivessem aproveitado melhor as férias. “O que eu recomendo aos pais é que eles elaborem um plano de férias para que seu filho possa entreter a cabeça com algumas atividades relaxantes, por exemplo, viajar e visitar a casa de amigos e dos avós", comentou. A dentista Maria Regina Petrucci, de 54 anos, conta com orgulho que é mãe dos gêmeos Henrique e Clarisse, ambos de 19 anos. Bem-humorada, ela explica que sempre foi uma mãe muito apegada aos seus ‘eternos bebês’, mas que nem por isso deixou de ‘se livrar’ deles nos períodos dos recessos escolares. “Hoje eles estão grandinhos e já são mais independentes, mas quando eram menores, eu levava eles para viajar e acampar. Até hoje eu deixo eles juntarem uns 15 amigos na minha casa. Sempre achei importante deixá-los à vontade, principalmente no período de férias. Considero esse momento importante para que possam relaxar e distraírem um pouco a cabeça dos estudos", comentou. Maria Regina disse ainda que nunca precisou organizar uma programação específica com seus filhos. Porém, ela acredita ser importante a mudança da rotina, de modo a não privar as crianças de realizaram algumas de suas vontades durante as férias. "Você tem que dar um pouco de liberdade para elas, porque se não elas acabam ficando insatisfeitas. Até nós adultos nos cansamos da rotina e do dia a dia com eles o tempo todo. Afinal, também gostamos de novidades e de ter os nossos momentos a sós", disse a dentista.

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