Governador confirmou que não vai instalar novos pedágios na SP-304 e não descartou que o modelo apresentado possa ser melhorado
No projeto inicial estava prevista a instalação de 18 pórticos na Rota da Mogiana e mais 37 para a Rota do Circuito das Águas, impactando municípios da Região Metropolitana, como Campinas, Holambra, Jaguariúna e Pedreira (Kamá Ribeiro)
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), admitiu que pode rever a instalação dos pórticos de pedágios no projeto das novas concessões das rodovias paulistas. No projeto inicial, estava prevista a instalação de 18 pórticos na Rota da Mogiana e mais 37 para a Rota do Circuito das Águas, impactando municípios da Região Metropolitana, como Campinas, Holambra, Jaguariúna e Pedreira.
O que já está confirmado é o recuo na instalação dos pórticos previstos na Rodovia Luiz de Queiroz, a SP-304, o que beneficia Americana e Santa Bárbara d'Oeste, duas cidades da RMC que não terão novos pontos de cobrança instalados. O anúncio foi feito em um evento no início da semana em Piracicaba, quando o governador Tarcísio de Freitas afirmou que “muitas vezes a gente percebe que pode melhorar o modelo, se sensibilizando com algumas coisas que não foram previstas antes”.
Segundo o governador, o objetivo da concessão é trazer mais investimento e não um ônus excessivo para quem mora quem mora na cidade, que precisa se deslocar de um bairro para outro. “Isso realmente não nos interessa. Se tivermos que voltar atrás, reconhecendo um erro de modelagem, ter que dar um passo para trás não tem problema nenhum.”
A retirada dos pontos de cobrança para a SP-304, que faz parte do lote Rota Mogiana, gerou a expectativa de que também seja revista a instalação dos 37 pontos de cobrança para o Lote Circuito das Águas, que contém as rodovias SP-340, SP-354, SP-324, SP-332, SP-342, SP-063, SP-360, SP-133, SP-095 e SP-107.
Um dos principais opositores dos pedágios, o prefeito de Amparo, Carlos Alberto Martins (MDB), afirmou que a expectativa é a de que os pedágios, além da região de Piracicaba, também sejam reconsiderados para o Circuito das Águas. “Essa fala do governador nos deixa muito feliz, pois mostra que ele não está irredutível”, comemorou. Martins relatou que mantém conversas com outras prefeituras da região. “Todo mundo é contra”, declarou. Porém, segundo o prefeito, apesar da insatisfação com o projeto preliminar, não existe um posicionamento aberto de outros prefeitos acerca do tema. Muitos políticos consideram que é necessário buscar um denominador comum para que se chegue a um meio termo. “Não vejo dessa forma, não temos que buscar denominador comum nenhum, não tem que ter pedágio”, rebateu.
Como alternativa para solucionar o problema, o prefeito, se referindo ao pedágio da SP-340, Campinas-Mogi, na altura da cidade de Jaguariúna, disse que o atual valor de R$ 16,50, mesmo com uma possível redução da tarifa no futuro, seria suficiente para que, em uma nova concessão, contemplasse a manutenção e melhorias de todas as rodovias da região. Ele afirmou que é a favor das concessões e das melhorias previstas, mas afirmou que o projeto deve ser favorável à população “e não aos empresários que vencerem a licitação”. Outra alternativa para que o investimento total, estimado em R$ 9,48 bilhões, em infraestrutura seja alcançado, é aproveitando a verba arrecadada com o IPVA. “É para isso que se paga o imposto, para que seja investido nas estradas.”
A Secretaria de Parcerias em Investimento (SPI), informou que a consulta pública dos projetos de concessão dos lotes Rota Mogiana e Circuito das Águas foi realizada de 20 de fevereiro a 21 de março, com o objetivo de apresentar as propostas, ouvir a sociedade e coletar contribuições para o aprimoramento dos projetos. Também foram promovidas seis audiências públicas, em Campinas, Mogi Guaçu, São João da Boa Vista e Mococa. As contribuições recebidas já estão sendo analisadas pela equipe técnica, com possibilidade de serem incorporadas às versões finais dos projetos. As demandas dos gestores municipais também serão analisadas. A SPI ainda afirmou que a apresentação do projeto final da Rota Circuito das Águas será feita no próximo mês de maio, com a publicação do edital de licitação prevista para o mês de julho.
SOROCABANA
A Rota Sorocabana, com um trecho de 460 quilômetros, terá quatro pórticos a menos, diminuindo de 13 para nove os pontos de cobrança. A revisão foi anunciada pelo Governo do Estado de São Paulo na última quarta-feira. Do projeto inicial, serão dois pórticos a menos na Rodovia Raposo Tavares, SP-270, um pórtico na Rodovia Dr. Celso Charuri, SPA-91/270, e um outro anteriormente previsto para a Rodovia Castelinho, SP-075. De acordo com o governador, mesmo com a retirada dos pórticos, os investimentos previstos estão preservados. “Nosso objetivo é transformar as rodovias, com muito diálogo, sempre priorizando a segurança” finalizou.
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