CAMPINAS

Criação de novas empresas desacelera

Os 5,1 mil negócios instalados em 2018 representaram uma retração de 52,8% em relação a 2017

Maria Teresa Costa
20/01/2019 às 09:46.
Atualizado em 05/04/2022 às 09:40

A criação de novas empresas em Campinas desacelerou no ano passado. Os 5.188 novos negócios instalados na cidade em 2018 representaram uma retração de 52,8% em relação a 2017, quando 11.013 empresas foram abertas. A desaceleração se concentrou na instalação de microempresas, aquelas que têm receita bruta anual superior R$ 360 mil. Enquanto em 2017 surgiram 9.584 novos negócios desse porte, no ano passado foram 3.647. O fechamento de empresas no período cresceu 8,6% e também atingiu especialmente as microempresas. Dos novos negócios instalados na cidade, 817 são empresas de pequeno porte, 3.504 são microempresas e 679 são acima de médio porte. O secretário de Desenvolvimento Econômico, André Von Zuben, atribui a retração à retomada da geração de emprego na cidade. Segundo ele, no ano passado começou a haver uma recuperação, ainda tímida, o que pode ter colaborado para inverter a curva de crescimento de novas microempresas. “As pessoas desempregadas e sem alternativas de emprego formal acabam montando o próprio negócio, o que pode justificar o grande número de micros criadas em 2017. No ano passado, houve melhora da empregabilidade no município e, com isso, tivemos um número menor de novas empresas desse porte”, afirmou. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que em 2018, até novembro, 134.075 pessoas foram admitidas com carteira assinada e 127.949 foram demitidas, gerando um saldo positivo de 6.126 empregos. Em 2017, no mesmo período, o saldo ficou negativo em 274 postos. O economista Leandro de Oliveira, consultor de empresas, avalia que os números precisam ser analisados com cautela. “Em 2017 tivemos um grande crescimento de novas empresas, que pode, a primeira vista, parecer que tivemos uma onda de empreendedorismo na cidade, e não foi isso. O que ocorreu foi que pessoas que perderam o emprego com a crise, usaram recursos das rescisões para montar pequenos negócios”, afirmou. Em 2018, segundo ele, pode ter começado uma fase de acomodação do mercado, e os novos negócios que surgiram estão se aproximando mais da realidade, justamente por conta da ligeira retomada de contratações. “Se a economia melhorar e as reformas anunciadas se confirmarem, passaremos então a ter um cenário mais propício à geração de novos negócios”, disse. Para ele, por enquanto, o que existe são apenas anúncios de intenções de mudanças pelo governo federal. Segundo um levantamento do Empresômetro, empresa brasileira de inteligência de mercado, no ano de 2018 foram abertos mais de 2,5 milhões de novos negócios no País. No Estado de São Paulo, mais de 764 mil empresas novas, uma média de 63 mil por mês. Dentre os setores que mais cresceram estão os de venda de roupas e acessórios, cabeleireiros e obras em alvenaria. “São segmentos que movimentam a economia e geram renda não somente ao empresário, mas a toda cadeia produtiva necessária para abastecer aqueles negócios. Então, vários empregos são criados, a arrecadação aumenta e há mais dinheiro circulando no País”, diz o diretor do Empresômetro, Otávio Amaral. 

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