prejuízo coletivo

Crescem furtos na rede de energia

A CPFL Paulista registrou um crescimento de 6,31% no número de irregularidades nas ligações de energia elétrica na sua área de concessão

Alenita Ramirez
21/11/2018 às 07:14.
Atualizado em 05/04/2022 às 23:59

A CPFL Paulista registrou um crescimento de 6,31% no número de irregularidades nas ligações de energia elétrica na sua área de concessão, no primeiro semestre deste ano, em comparação com igual período de 2017. Em seis meses, os furtos e fraudes saltaram de 7.342 no ano passado para 7.806 casos neste ano. Entre as cidades atendidas pela distribuidora, Campinas foi a que registrou o maior número de irregularidades identificadas, alcançando a marca de 6.886 ocorrências. Só no último dia 8, quatro pessoas foram presas em flagrante, na região do 11º Distrito Policial (DP), por furtos de energia. De acordo com a companhia, só nos seis primeiros meses deste ano foram feitas 20.410 inspeções em imóveis e estabelecimentos comerciais, que totalizaram na quantidade de ocorrências. Com a fiscalização, foram recuperados 16.526 MWh, volume esse suficiente para abastecer 9.181 residências por até um ano. “As pessoas cobram tanta ética dos governantes, mas elas mesmas não dão exemplo. O furto ou fraude, mesmo que de forma ‘inocente’, é crime, que pode levar de um a quatro anos de prisão”,disse o gerente de Serviços Comerciais da CPFL Energia, Pedro de Aro. De acordo com Aro, de cada 10 inspeções realizadas, três apresentam fraudes. Das 5,9 mil irregularidades registradas em 2017 em Campinas, 38% eram de furtos. “O furto ou fraude de energia refletem em perdas comerciais e isso significa que o consumidor fiel, que paga a sua conta, acaba sendo prejudicado, pois essa perda é repassada para a conta dele. As ligações irregulares representam 2% no total de perdas de energia. Por isso a companhia faz inspeções frequentes e campanhas para diminuir ainda mais este índice, visando reduzir o encarecimento da conta de luz dos consumidores, manter a qualidade dos serviços prestados pela companhia e garantir a segurança da população, já que há risco de curto-circuito e incêndios”, falou o gerente. Monitoramento As inspeções são realizadas constantemente para coibir qualquer tipo de irregularidade na rede. De acordo com Aro, a CPFL desenvolve ativamente uma estratégia de monitoramento e análise do perfil de consumo de seus clientes, de modo a identificar possíveis variações no consumo de energia elétrica que indiquem perdas comerciais. A inspeção ocorre desde 2016. De acordo com a companhia, esse trabalho foi fortalecido com o projeto da telemedição dos grandes clientes industriais e comerciais. Mais de 26 mil medidores inteligentes foram instalados nestes consumidores, que possibilitaram o monitoramento em tempo do consumo de energia, tornando mais eficaz o processo de identificação de fraudes. “Temos um sistema analítico, com um banco de dados, que verifica o perfil do consumidor. Quando o valor da conta cai muito de um mês para outro, esse sistema alerta. Então é feito um acompanhamento deste consumidor. Esse sistema é de última geração e se faz no padrão de entrada. Se for constatado fraude, a cobrança é sobre 36 meses anterior ao alerta da fraude e mais multa, que é estabelecida de acordo com a categoria do cliente”, disse o gerente. Corte Na semana passada, a CPFL Paulista cortou duas ligações clandestinas no Condomínio Itayu, na região do Carlos Lourenço. O prédio está abandonado e foi ocupado há pelo menos 10 anos. O furto de energia virou caso de polícia, e a ligação irregular foi desligada após a companhia comunicar as autoridades e ter escolta policial. No condomínio, foram descobertos dois tipos de gatos: o aéreo e o subterrâneo. Aro afirma, no entanto, que as ligações clandestinas em condomínios são raras. As fraudes mais comuns, explica, acontecem em residências e estabelecimentos comerciais. O curioso é que o crime é praticado por gente de todas as classes sociais.

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