SAÚDE

Cresce o consumo do cigarro eletrônico

Ferramenta importante para os fumantes que tentam largar o vício, vaporizadores são nova opção

Alison Negrinho
22/11/2017 às 23:31.
Atualizado em 22/04/2022 às 18:15
Estudo na Grã-Bretanha mostra que riscos associados aos vaporizadores são 95% menores do que os cigarros (Divulgação)

Estudo na Grã-Bretanha mostra que riscos associados aos vaporizadores são 95% menores do que os cigarros (Divulgação)

Na rua, festas ou em uma simples conversa entre amigos. A presença do cigarro eletrônico é uma realidade no Brasil. Mesmo que ainda não tenha sido regulamentado pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa), o dispositivo se trata de uma importante ferramenta aos fumantes que tentam largar o vício. De acordo com relatório do Public Health England, braço executivo do Departamento de Saúde da Grã-Bretanha, os riscos associados ao uso de vaporizadores são 95% menores do que os cigarros convencionais. Tipicamente chamados de cigarros eletrônicos, os vaporizadores consistem em uma bateria, uma bobina de aquecimento e um líquido. O líquido em questão, é uma mistura de componentes e, geralmente, contém nicotina, água e outro item, como o propileno glicol e/ou glicerol e aromatizantes. Desta maneira, o vaporizador não possui fumo e combustão, o que faz com que o consumidor inale somente o líquido. Outros grupos, além do Public Health England, reconhecem o potencial de dano reduzido dos vaporizadores. Entre eles estão as ONGs ASH (Action on Smoking and Health); Cancer Research UK; British Heart Foundation; Royal College of Physicians. A última, inclusive, afirma que “a substituição em larga escala dos cigarros tradicionais por cigarros eletrônicos, ou outros produtos de nicotina sem tabaco, tem o potencial de prevenir quase todos os danos causados pelo tabagismo”. A regulamentação do cigarro eletrônico foi recomendada pela OMS em 2014, bem como a restrição do uso apenas por maiores de 18 anos. Entretanto, como a Anvisa não acatou a recomendação, os médicos não podem receitá-lo aos seus pacientes, fazendo com que quem utiliza, precise comprar por meio de sites na internet ou quando vai a outro país. Há também os produtos de tabaco aquecido, em que a tecnologia contida nos objetos é denominada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como "heat not burn" (o calor não queima) e traz o uso de dispositivos eletrônicos que aquecem um bastão de tabaco, através de um elemento elétrico com design específico, que limita a temperatura máxima atingida. O produto aquece o fumo ao invés de queimá-lo, gerando o que é chamado pelos estudiosos de e-vapor. Embora mais novos no mercado, eles oferecem aos consumidores uma experiência sensorial mais próxima do consumo de um cigarro convencional. Fabricados com fumo processado, os produtos de tabaco aquecido entregam cerca de 90% menos substâncias tóxicas do que o cigarro padrão. Mudanças PhD em biologia, a Dra. Annette Dalrymple, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, explicou que a indústria do tabaco está passando por um processo de mudanças. "Novos produtos já estão disponíveis em diversos países, como vaporizadores e produtos de tabaco aquecido. A inovação é enorme. Os consumidores estão buscando novas opções", disse. No Brasil, ainda que uma resolução da Anvisa de 2009, proíba a importação, distribuição e publicidade de produtos como vaporizadores e de tabaco aquecido, a própria agência incluiu o tema dentro de sua agenda regulatória para o período 2017-2020.

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