atropelamentos caem

Cresce número de mortes no trânsito

O estudo mostra que motociclistas lideram o ranking das vítimas fatais em acidentes de trânsito. Dos 86 mortos em 2017, 41 conduziam motocicletas

Renato Piovesan
27/06/2018 às 10:24.
Atualizado em 28/04/2022 às 14:06
A cada dez leitos de UTIs, dois estão ocupados por vítimas de colisões nas ruas da cidade, afirma Carmino (Cedoc/RAC)

A cada dez leitos de UTIs, dois estão ocupados por vítimas de colisões nas ruas da cidade, afirma Carmino (Cedoc/RAC)

Campinas teve, em 2017, uma redução de 22% nos atropelamentos e de 12,4% nos acidentes de trânsito em relação a 2016, mas viu o número de vítimas fatais crescer 16,2% no mesmo período. O contraste mostra que, apesar da diminuição das ocorrências, a gravidade delas tem aumentado, na avaliação do presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S/A (Emdec) e secretário de Transportes de Campinas Carlos José Barreiro, que apresentou ontem o Caderno de Acidentalidade No Trânsito de Campinas – 2017.  Dados do Comitê de Análise de Acidentes de trânsito do Observatório Municipal de Trânsito apontam que 32% das mortes de motociclistas nas vias urbanas de Campinas tiveram como principal causa o excesso de velocidade. Em seguida, aparecem o consumo de álcool (18%) e a falta de habilitação (13%). O estudo mostra que motociclistas lideram o ranking das vítimas fatais em acidentes de trânsito. Dos 86 mortos em 2017, 41 conduziam motocicletas, 31 eram pedestres e 14 estavam em demais veículos, como carros, vans, ônibus e caminhões. Das vítimas fatais envolvendo motocicletas, 88% eram do sexo masculino. “Nossas principais preocupações são os pedestres e os jovens motociclistas. São nossas principais vítimas de mortalidade no trânsito. Já o álcool e a velocidade são os principais fatores que aumentam os riscos e a gravidade dos acidentes”, afirmou Barreiro. Os acidentes fatais ocorrem, principalmente, no fim de semana. A sexta-feira, o sábado e o domingo concentraram 57% das ocorrências. Em 2017, 50% das vítimas morreram no local do acidente. No ano anterior, 40,5%. De 2003 a 2017, Campinas teve uma redução de 46,4% no índice de mortalidade por 10 mil veículos. A taxa atual, de 7.27, é inferior até mesmo à média de países de alta renda, que é de 9.2. Nos países de renda média, o índice em 2017 foi de 18.4. Já os países de alta renda têm as taxas mais preocupantes, de 24.1, o triplo da campineira. Campanha Viva A apresentação do raio X dos acidentes em Campinas antecedeu o lançamento oficial da campanha Viva, que tem o objetivo de reduzir no mínimo 15% das mortes no trânsito da cidade. O trabalho, que será realizado até novembro, envolve a realização de sete projetos de engenharia de trânsito; pintura em faixas de pedestre, em locais estratégicos, da palavra Viva; e a reativação do Observatório Municipal de Trânsito. Os recursos, da ordem de R$ 3,2 milhões, são provenientes do Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran/SP), por meio do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito. Para o secretário de Saúde, Carmino Antonio de Souza, que participou do evento de lançamento da campanha, o acidente de trânsito é um problema de saúde pública. “A cada dez leitos de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) ocupados, dois estão com pessoas vítimas de acidentes de trânsito”, afirmou. A Câmara Municipal também esteve representada no evento, com o vereador Permínio Monteiro (PV). Princesa d'Oeste deve ganhar nova ciclovia A Emdec estuda implantar uma ciclovia de 1,2 km de extensão na Avenida Princesa d'Oeste. O projeto, orçado em R$ 350 mil, foi apresentado na manhã de ontem a moradores e comerciantes da região. Se sair do papel, o trajeto começará na Praça Agenor Oliveira e seguirá, pelo canteiro central, até a confluência da Princesa D’Oeste com ruas Proença e Uruguaiana. O pavimento será de concreto e ainda há iluminação de LED por painéis solares e bicicletário nas duas extremidades. Atualmente, Campinas conta com 24,6 km de ciclovias. A Prefeitura já entregou as ciclovias das avenidas Isaura Roque Quércia (6,7 km); José de Souza Campos, a Norte-Sul, com 1,3 km; Baden Powell, no Jardim Nova Europa, com 1,6 km; Theodureto de Almeida Camargo, com 1,6 km de extensão; e três trechos, implantados no Distrito de Nova Aparecida, que totalizam 2 km.

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