Equipamento fará varredura da área em busca de alterações; buraco foi aberto na última quinta-feira (6)
O risco de novos deslizamentos de terra na cratera aberta na Rua Gustavo Armbrust, no Cambuí, depois que uma obra da Construtora GNO abriu uma cratera de 50m de extensão e 15m de profundidade, engolindo também parte da rua, levou a empresa a buscar um equipamento eletrônico para monitorar o local e detectar possíveis movimentações do solo. O equipamento deve ser instalado hoje ou amanhã, e fará uma varredura em tempo real, durante 24 horas.
A tecnologia permite vários tipos de medição: sismografia da área, nível de selagem do solo, prumo e nível do solo. Ainda não foi definido se os dados serão enviados para um computador ou coletados no próprio equipamento. Esses e outros detalhes da tecnologia que será utilizada somente serão divulgados quando a construtora concluir a compra ou aluguel do equipamento.
O incidente que provocou o deslizamento de terra na manhã da última quinta-feira e abriu a cratera é monitorado visualmente. A GNO informou que a selagem das trincas, feita com gesso para assegurar que qualquer movimentação de terra seja percebida, não apresentou alterações nos últimos dias.
O secretário de Infraestrutura da Prefeitura de Campinas Carlos Augusto Santoro não foi localizado ontem para comentar o assunto, mas sua assessoria de imprensa confirmou as informações sobre a instalação do equipamento de monitoramento. A construtora agora espera uma liberação, por parte da Prefeitura, para iniciar a construção de um talude no local para evitar novos deslizamentos de terra. A expectativa é que isso comece a ser feito nesses primeiros dias da semana.
Mudança
Apesar de o incidente não ter provocado vítimas, três de sete imóveis vistoriados pela Defesa Civil foram interditados. Um apresenta fissuras e os outros dois foram lacrados por precaução, por estarem próximos à cratera.
A construtora informou que irá indenizar todos os comerciantes ou moradores prejudicados. Comerciantes afetados já iniciaram a mudança. Robson Di Masi, proprietário da Tattoo Designer, que funciona em um dos imóveis interditados, afirmou que já procura um novo local para trabalhar.
“A GNO já entrou em contato e estamos definindo um acordo. Não tenho ideia dos prejuízos com o lucro cessante. Eu estava com a agenda cheia e agora não estou atendendo ninguém.” Segundo ele, a Defesa Civil informou que a interdição é por tempo indeterminado.
A proprietária da Dermage, empresa de manipulação de fórmulas de cosméticos e medicamentos, Fernanda Camargo Soares, aproveitou para retirar alguns materiais do prédio que foi interditado. Ela está atendendo temporariamente na unidade do Centro, mas diz que está bem otimista em conseguir um novo endereço no Cambuí nos próximos dias.
“Estou vendo muito positivamente as conversas com a GNO. Espero mesmo que logo esteja instalada em outro endereço com as mesmas características daqui”, diz, lamentando o ocorrido e os prejuízos. “Viemos retirar documentos e alguns materiais. Amanhã(hoje)vamos tentar a retirada de equipamentos, porém, isso depende de uma nova vistoria da Defesa Civil, pois são máquinas pesadas, como cabines de pressão”, diz.
Veja também
Solo de obra cede e 'engole' rua no bairro Cambuí Comissão integrada pelas Secretarias de Urbanismo, de Infraestrutura e CREA e IC vai investigar o caso