CAMPINAS

Cratera no Cambuí fica sem prazo para ser fechada

Buraco de 50 metros de extensão e 15 de profundidade se abriu há 10 meses e engoliu praça

Sarah Brito/AAN
22/03/2014 às 05:00.
Atualizado em 27/04/2022 às 00:17

Apesar das obras de reconstrução da Rua Gustavo Armbrust e de parte de uma praça engolidas por um cratera, no Cambuí, em Campinas, estarem na última fase, não há ainda prazo definido para que o local volte a ser como antes. Segundo a Prefeitura, a estrutura de todos os subsolos até o térreo, junto ao paradão, já estão construídos no barranco, para evitar novos deslizamentos.   Já a reconstrução da praça será feita após a finalização da obra, que deve ser remodelada como era inicialmente. A obra é realizada pela GNO Empreendimentos e Construções, responsável pelo terreno, e passou por outras duas fases. A empresa não quis se pronunciar sobre o assunto.   Antecipação   O prazo de término da obra, informado pela GNO, por meio de assessoria de imprensa, é final de 2014. Anteriormente, o prazo divulgado era término apenas no próximo ano.   A cratera de 50 metros de extensão e 15 de profundidade se abriu no dia 6 de junho de 2013, durante os trabalhos de fundação da construção de um prédio comercial. O acidente ocorreu depois do muro de contenção da obra da GNO ceder. Além de um trecho da rua, árvores, postes, calçadas e parte da Praça Salim Jorge foram engolidos pelo buraco.   Não houve vítimas e o acidente não foi mais grave porque uma hora antes agentes da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) perceberam a rachadura no solo e providenciaram a retirada dos funcionários do canteiro e de empresas do entorno. No local, está sendo construído um edifício comercial de 11 andares.   Interdição   Três edificações vizinhas foram interditadas por apresentar rachaduras nas paredes e no piso. No local foram feitas alterações de medidas — na largura da rua, por exemplo — mas a antiga fachada deve ser mantida. Essas mudanças ocorreram para corrigir possíveis erros, segundo a administração.   O laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), divulgado em janeiro, indicou que o acidente foi provocado, principalmente, por falhas na execução do sistema de ancoragem do muro. O relatório custou R$ 350 mil à Prefeitura.A ruptura teria ocorrido devido a baixa capacidade das linhas de tirantes — espécie de trilhos de aço, presos à parede, que são introduzidos no subsolo e fixados por estruturas de concreto injetado, e cuja função é escorar o muro.   Causas   Segundo o laudo, houve falha na formação dessas estruturas de concreto no solo, chamadas bulbos de ancoragem. Houve ainda outros fatores, entre eles a adoção de parâmetros de resistência do maciço de solo elevados frente às características dos materiais encontrados no local e a simplificação do modelo de distribuição das tensões horizontais.   Outro foi a provável elevação do nível de água do local por causa de vazamento da rede de abastecimento existente perto da parede, que pode ter ocorrido por causa da movimentação do solo e o peso de caminhão de concreto e falhas na execução dos tirantes. A conclusão que foi de que essas falhas na execução dos tirantes foi a principal causa da ruptura.  De acordo com a administração, os fatos apontados no documento não serão usados para imputar punições à construtora, mas servirão, para aprimorar os procedimentos e garantias nas futuras liberações de obras para a execução de paredes moldadas no solo (paredes diafragmas). primorar os procedimentos e garantias nas futuras liberações de obras para a execução de paredes moldadas no solo (paredes diafragmas). Na ocasião, a GNO Empreendimentos e Construções, responsável pela obra, informou que analisaria o laudo e não comentou o assunto.

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