PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

CPFL nas Escolas forma geração de ‘estudantes sustentáveis

Programa abrange capacitação de professores e conscientização de alunos sobre eficiência energética

Isadora Stentzler/ [email protected]
15/10/2022 às 05:48.
Atualizado em 15/10/2022 às 05:48
Destinado a alunos de 1˚ ao 9˚ ano de escolas públicas, o programa leva os jovens a desenvolver atividades lúdicas e interativas relacionadas à preservação ambiental (Matheus Meireles)

Destinado a alunos de 1˚ ao 9˚ ano de escolas públicas, o programa leva os jovens a desenvolver atividades lúdicas e interativas relacionadas à preservação ambiental (Matheus Meireles)

O Programa CPFL nas Escolas tem criado uma geração de estudantes com foco na sustentabilidade. Voltada à eficiência energética, a iniciativa já atendeu mais de 50 mil estudantes da rede pública de ensino somente na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e incentiva, por meio da economia de energia, como cuidar da vida na Terra.

"Nosso objetivo é que todos os estudantes consigam entender o quão benéfica é a eficiência energética para a sustentabilidade do mundo", frisa a coordenadora de projetos da CPFL Energia, Natália Zanni. "Melhorar a eficiência energética reduz a necessidade de geração de mais energia. O que acontece com isso: a gente adia a necessidade de construção de novas usinas e também contribui para a redução de emissão de gases de efeito estufa e de outros poluentes."

O programa foi criado em dezembro de 2020 para estudantes da rede pública conhecerem a matriz energética do País e, a partir daí, se sentirem provocados a ter uma vida mais sustentável.

Realizado apenas para alunos de 1° ao 9° ano de escolas públicas, o programa já atendeu 80 mil estudantes no Estado e pretende totalizar 90 mil pessoas até dezembro.

Ele é realizado em etapas, sendo a primeira voltada a professores e a segunda, aos alunos e familiares.

"A sustentabilidade e a eficiência energética são temas que estão intimamente conectados no programa", explica Natália sobre a metodologia. "Não só pelo impacto positivo no meio ambiente, mas também pela contribuição à melhoria dos recursos energéticos. Então, por meio da dimensão ambiental, social e econômica da eficiência energética, conseguimos trazer os pontos-chave da sustentabilidade. Isso tudo trabalhado dentro da perspectiva dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas)."

Na primeira etapa, os professores passam por capacitações no formato on-line, onde são expostos, além do conceito de eficiência energética, as metodologias que podem ser aplicadas a cada faixa etária de estudantes. Os professores recebem um material didático alinhado com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sobre o tema.

Já os estudantes recebem um material didático chamado Almanaque do Aluno, com o qual são realizadas atividades interativas.

Para tanto, há a Carreta da CPFL, que proporciona aos estudantes um complemento do que aprendem em sala de aula. A unidade móvel é repleta de modernos equipamentos e recursos tecnológicos, contando com três ambientes climatizados e monitores treinados pela CPFL, que são responsáveis por apresentar, de forma lúdica, quais são as formas mais eficientes de se utilizar a energia elétrica.

Também são exibidos vídeos em 3D sobre a história da energia elétrica e que abordam desde as suas fontes naturais, passando pelo processo de geração, transmissão e distribuição. No espaço ainda é possível conhecer uma casa eficiente, que simula o uso e o consumo de cada equipamento.

Além disso, têm a oportunidade de participar de atividades itinerantes, onde conhecem, na prática, o conteúdo estudado nos livros.

"A partir do momento que passam pelo processo de formação com a gente, os professores têm um período de mais ou menos 10 semanas para fazer a trilha pedagógica com os alunos. Já com as carretas, que compõem uma das frentes com a qual trabalhamos a parte prática, eles passam por atividades lúdicas que ensinam as diversas formas de energia. Ali, têm acesso à energia eólica, por exemplo, como essa energia é gerada, tudo de forma muito lúdica e divertida. O que é muito interessante é a possibilidade de acesso social que esse projeto também dá às crianças. Para muitas delas, às vezes, é o primeiro passeio que fazem pela escola. Então, chegam muito curiosas, chegam admirando muito a carreta, porque não conheciam algo igual e podem experimentar ali o que tiveram dentro da sala de aula", aponta Natália.

São concedidas premiações para os estudantes de famílias que diminuírem a conta do telefone durante o período do projeto e para os professores que mais engajarem alunos a usar o aplicativo do programa.

"A gente espera que os alunos desenvolvam habilidades e competências socioemocionais e ambientais, presentes nas atividades. Hoje, o custo com energia elétrica para fazer a produção para a população em geral é muito alto. E o aumento da eficiência, do consumo eficiente inteligente, reduz o custo e possibilita uma maior economia. Então, com a diminuição da emissão de poluentes no ar, a gente também contribui para a redução de problemas respiratórios e os gastos com saúde", avalia Natália.

Transformação

Professora de Ciências da EMEB Dr. Luiz Nicolau Nolandi, de Cosmópolis, Rhayssa Terra de Faria constata o desenvolvimento dos estudantes dentro das propostas trabalhadas. Na unidade, as atividades começaram a partir do terceiro bimestre, ela pôde participar das capacitações e acompanhar a transformação dos estudantes em adolescentes preocupados com a sustentabilidade.

"Os alunos se interessam demais pelo projeto", afirma. "Acredito que a aprendizagem está muito ligada ao interesse, e a forma de trabalhar os conteúdos reflete diretamente nos resultados. Energia é um assunto em alta e, hora ou outra, eles terão contato. Eles observam os pais pagando a conta, os meses em que ela vem mais cara e quando são incentivados a economizar. Então, é um assunto que, de toda forma, faz parte do cotidiano deles ou um dia fará. Nesse sentido, é muito válido aproximar o conteúdo da realidade do aluno".

A professora Rhayssa Faria acompanha quatro turmas do 6º ano. Entre os destaques, ela recorda do dia em que as turmas visitaram a Carreta da CPFL e da forma como a interação dos alunos evoluiu no estudo do tema.. Ela reconhece seus próprios ganhos com o programa pois, uma vez na semana, traduz o conhecimento da eficiência energética em linguagem adolescente. "Nós, professores, estamos em constante aprendizado. No caso da ciência, que está em constante avanço e se modificando, é especialmente necessário continuar estudando. O projeto ajuda em nossa formação que, ao meu ver, nunca tem fim."

Coordenador pedagógico da escola, Tadeu David Machado frisa ainda que os 120 estudantes que, neste momento, estão participando passam a compreender de forma mais efetiva o cuidado com o meio ambiente. Embora o consumo consciente de energia seja o mote do programa, ele consegue refletir em outras pontas, criando uma geração de estudantes preocupada com o planeta.

"Eficiência energética não é energia sustentável ou fontes de energia renováveis, nas suas utilizações ou definições, mas sim o melhor aproveitamento das energias renováveis e sustentáveis, de modo que se gere menos poluição e mais kwh, bem como mais duração dos produtos que consumimos. Exemplos disso são desde a produção sustentável de um alimento até sua embalagem. Sinto um grande ganho com o projeto nesse sentido", aponta.

Além de Cosmópolis, escolas de Campinas e Hortolândia também receberam o projeto e ajudam na criação desses estudantes comprometidos.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por