DESABASTECIMENTO

Cosmópolis teme falta d’água após rompimento de represa

Prefeito Junior Felisbino decretou estado de emergência e formou gabinete de crise

Israel Moreira
10/03/2023 às 09:02.
Atualizado em 10/03/2023 às 09:04
Técnicos da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Defesa Civil Municipal e Departamento de Água e Esgoto de Cosmópolis trabalham em conjunto após o rompimento (Divulgação/ Cosmópolis)

Técnicos da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Defesa Civil Municipal e Departamento de Água e Esgoto de Cosmópolis trabalham em conjunto após o rompimento (Divulgação/ Cosmópolis)

O prefeito de Cosmópolis, Junior Felisbino (PP), decretou estado de emergência e a criação de um gabinete de crise junto ao governo estadual para evitar o risco de desabastecimento total de água na cidade. A medida foi necessária após o rompimento parcial do paredão da barragem da Usina Ester na madrugada de quinta-feira (9).

O prefeito confirmou à reportagem do Correio Popular, ao anunciar a criação do gabinete de crise, que conversou na quinta-feira com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Recebi pela manhã, a ligação do governador Tarcísio de Freitas colocando a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado, à disposição para nos ajudar no que for preciso. O governador sairá de Brasília onde se encontra, e virá diretamente para cá”, disse. 

Técnicos da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Defesa Civil Municipal e Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Cosmópolis, trabalharão em conjunto a partir de agora. Em nota, a Prefeitura descartou a existência de vítimas e de alagamento da cidade.

Segundo Junior Felisbino, o nível de água da represa diminuiu em 50% de sua capacidade. “Antes, o volume era de 4,5 metros e após o incidente, o nível do manancial se encontrava abaixo dos 2 metros de profundidade. Esse é o único reservatório de água de toda a cidade de Cosmópolis. Também nos preocupa, a quantidade de lama próxima à nossa Estação de Tratamento de Água (ETA), o que nos ligou o sinal de alerta. Todos nós estamos empenhados na descoberta da causa o mais rápido possível, mas ainda é prematuro manifestar qualquer tipo de opinião”, declarou o prefeito.

A Administração Municipal lamentou o fato e teme que a falta do abastecimento de água possa prejudicar os moradores e trazer ainda mais transtornos. “Não há riscos de desabamentos das casas próximas à represa, mesmo a área sendo mista (rural e urbana). O que há, de concreto, é a possibilidade do corte no fornecimento de água, o que seria irreparável para a população. Por isso, é importante que os moradores evitem o desperdício. Locais fundamentais para o serviço público da cidade terão abastecimento de água por caminhões-pipa,” garantiu o prefeito.

A população reagiu com tristeza e preocupação ao rompimento da barragem. Alguns moradores de bairros próximos à represa, como Marlene Frandozni, que reside no bairro Jardim Esperança, disse que armazenou água em tambores e baldes como forma de precaução em caso de falta d’água. 

Entre as medidas que serão adotadas pela prefeitura de Cosmópolis, está a solicitação de auxílio de outras cidades da região ou empresas, como a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas, Sanasa. “A experiência e a capacidade no tratamento de água da empresa pode nos ajudar e muito nesse momento. Campinas é uma parceira fundamental e temos a certeza que não faltará apoio”, completou o chefe do Executivo, Junior Felisbino. 

Em contato com a assessoria da Sanasa, até o fechamento dessa edição, não houve a confirmação do pedido da Prefeitura de Cosmópolis.

Água Suja

O chefe do Executivo citou ainda que há uma semana, alguns moradores da região haviam alertado a Administração que estavam recebendo em suas casas água com coloração diferente do normal. O DAE não conseguiu chegar à conclusão da causa e confirmou que não foi possível até o momento relacionar esse fato ao rompimento da barragem.

Outras Cidades

Além dos possíveis problemas de abastecimento em Cosmópolis, há preocupação que a água vá para o Rio Jaguari e depois para o Rio Piracicaba e traga riscos para Americana, Limeira e Piracicaba. No caso de Americana, que faz limite com Cosmópolis, a cidade foi alertada pouco tempo depois do rompimento pela própria Usina Ester.

Segundo a Defesa Civil da cidade, houve preocupação imediata mesmo com o rompimento parcial da barragem, já que três bairros próximos à represa pertencem ao município, Roseli Nunes, Milton Santos e Campos Verdes, porém os riscos foram descartados pelos técnicos da Defesa Civil. “O monitoramento será constante na área, evitando prejuízos à população”, alertou o coordenador da Defesa Civil da cidade João Miletta

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