PREVENÇÃO

Corretor de imóvel entra na operação antidengue

Conselho Regional de Corretores de Imóveis mobiliza 14,5 mil profissionais para vistoriar as casas

Patrícia Azevedo
25/04/2013 às 06:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 18:53
A empresária Camila Geraldes Magalhães fixa cartaz da campanha em vitrine (Gustavo Tílio/ Especial para AAN )

A empresária Camila Geraldes Magalhães fixa cartaz da campanha em vitrine (Gustavo Tílio/ Especial para AAN )

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) iniciou uma grande ofensiva contra a dengue em imóveis de Campinas ontem. O aumento no número de ocorrências nos últimos dias tem preocupado a Secretaria de Saúde — em dois dias foram confirmados 190 novos casos.

No caso do Creci, a entidade está orientando corretores e imobiliárias a promover vistorias diárias nos imóveis que estão vazios e foram disponibilizados para venda ou aluguel. A ideia é que os cerca de 4,5 mil corretores que atuam no Estado façam as vezes de agentes de saúde no combate à dengue.

“São cerca de 4 mil corretores e 10 mil estagiários atuando no Estado. Isso quer dizer que cerca de 14 mil pessoas podem atuar para combater o mosquito da dengue”, comenta Douglas Vargas, conselheiro do Creci e proprietário de imobiliária em Campinas. Douglas conta que na sua imobiliária a orientação é para fazer vistorias sempre que um imóvel for visitado.

O delegado regional do Creci, José Carlos Sioto, afirmou que existem entre cinco e seis mil imóveis desocupados para venda ou aluguel em Campinas e a intenção é que as imobiliárias vistoriem todos os que tenham autorização do proprietário.

“Há dois anos os corretores fizeram um curso com funcionários da Secretaria de Saúde sobre como encontrar criadouros da dengue e essas informações são repassadas aos novos funcionários”, afirmou o subdelegado regional do Creci, Reinaldo Biondi.

Durante a manhã e a tarde deste quarta-feira (24), uma equipe com delegados e subdelegados do Creci vistoriou pelo menos duas residências, no Castelo e no Taquaral.

“Nós verificamos itens como vasos de plantas, vasos sanitários e objetos deixados no quintal que podem acumular água. Se há algum problema com calhas e piscinas, por exemplo, notificamos os proprietários a tomar providências”, afirmou Sioto. Em nenhuma delas foram encontrados focos ou criadouros.

Sioto contou que, após a fiscalização, o corretor irá fixar um adesivo no imóvel com o nome do profissional que fez a inspeção e a data da última fiscalização. “Os vizinhos também podem colaborar. Se verem que há um possível criadouro em uma casa para alugar ou vender, deve acionar a imobiliária e pedir uma vistoria”, contou Sioto.

Adesão

O empresário Mário Uchoa, proprietário da HM&Polo, diz que vai aderir à iniciativa e orientar os seus corretores a fazer as vistorias quando visitarem as casas. “É quase uma obrigação social nossa ajudar. A dengue é um problema de saúde pública e todos os esforços são bem-vindos”, afirmou.

Ele conta que a iniciativa não irá implicar em mais trabalho para os funcionários. “As visitas são feitas diariamente nas propriedades, então não é trabalho algum verificar se há algo que possa ser um criadouro”, disse.

Quem também irá aderir à iniciativa é Maurício Galetti Martins, da imobiliária Casteleti. “Todo mundo pode ajudar e são poucas as coisas que podem ser criadouros em uma casa vazia”, contou.

Mobilização

Uma das dificuldades de eliminar criadouros na cidade é justamente em imóveis fechados. A coordenadora do Programa de Combate à Dengue de Campinas, Tessa Roesler, diz que os agentes de saúde não têm como entrar nesses espaços e toda ajuda é bem-vinda. “Imóveis fechados têm coisas que são potenciais criadouros, como ralos e vasos sanitários em desuso. Quanto mais pessoas estivermos mobilizando, melhor”, conta.

Tessa lembra que essa iniciativa ocorreu em anos anteriores e informou que a secretaria oferece treinamento a esses profissionais.

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