CRISE

Correios estão sem embalagens e itens básicos

Usuários reclamam da falta de material, entre eles, caixas, envelopes e até fitas adesivas

Daniel de Camargo
10/08/2018 às 07:12.
Atualizado em 23/04/2022 às 05:25
Dona Severina Josefa , de 65 anos, deixou ontem sua casa na Vila Abaeté, na saída para Indaiatuba, na esperança de enviar um pacote para o Rio Grande do Norte, mas não conseguiu  (Leandro Ferreira/AAN)

Dona Severina Josefa , de 65 anos, deixou ontem sua casa na Vila Abaeté, na saída para Indaiatuba, na esperança de enviar um pacote para o Rio Grande do Norte, mas não conseguiu (Leandro Ferreira/AAN)

Algumas agências dos Correios e Telégrafos de Campinas estão operando com estoques mínimos ou sem alguns itens essenciais como envelopes, fitas adesivas e caixas para Sedex. A unidade da Av. Francisco Glicério, nº 889, no Centro, é uma delas. Com grande fluxo de clientes, devido a sua localização, o serviço prestado recebeu inúmeras críticas ontem. A dona de casa, Severina Josefá, de 65 anos, por exemplo, se frustrou e demonstrou imensa indignação por não conseguir despachar a sua encomenda. Ela deixou a sua casa na Vila Abaeté, na saída para Indaiatuba, na esperança de enviar um pacote para o Rio Grande do Norte. Porém, ao receber a senha de atendimento foi informada que não poderia enviá-lo, porque ele estava fora dos padrões. Neste momento, ela questionou o que poderia ser feito, sendo orientada a embalar novamente o conteúdo. Contudo, o colaborador da agência informou não ter a caixa do tamanho adequado. Assim sendo, a idosa voltou para casa com o embrulho na mão. Isso, porque nem os ambulantes que trabalham na porta do local, tinham uma embalagem na dimensão necessária. “Acho um constrangimento. Eu vim até aqui e vou retornar do mesmo jeito”, esbravejou, completando que realizou o trajeto de pouco mais de 12km de ônibus, tendo em vista que o coletivo leva cerca de uma hora para finalizar o percurso. Outra campineira revoltada com o cenário era Andriny Teles. A cake designer, de 24 anos, enfrentou praticamente a mesma jornada que Severina, uma vez que reside no Jardim Telesp, que fica praticamente a mesma distância do Centro. A jovem, entretanto, carregava com si a filha Maria Clara, de 1 ano e 9 meses. “Não é a primeira vez que faltam coisas aqui”, comentou, explicando que o fato vem se repetindo nos últimos três meses. Regularmente, a autônoma envia remédios para a mãe, que se mudou recentemente para outro Estado. Devido à proporção do que precisava encaminhar, ela conseguiu resolver o problema com os comerciantes informais. Sobre os valores pagos, todavia, ela disse que gastou menos. “Paguei R$ 8 na caixinha. Nos Correios sai, em média, por R$ 12”, finalizou. Para a artesã campineira, Lígia Andrade, a situação está crítica há pelo menso um mês. “Eu despacho as minhas peças artísticas semanalmente há pelo menos dez anos, nunca vivenciei uma situação tão grave como essas nos Correios.” Ela revela que vem registrando até cancelamento de pedidos por conta também dos atrasos nas entregas. “Fiz umas lembrancinhas para visitas de nascimento do bebê que perdi tudo. A criança nasceu e a entrega não sido feita. Os pais me mandaram de volta e não pagaram”, comentou a artesã. O QUE DIZ OS CORREIOS? Em nota, os Correios informaram que já houve reposição de parte de envelopes e caixas de encomendas para comercialização."A previsão é que até o final deste mês todos os modelos de embalagem estejam disponíveis", diz o texto, ressaltando também que "a contratação do serviço de encomenda Sedex não contempla a embalagem, que pode ou não ser adquirida nas agências dos Correios, em outros fornecedores ou fabricadas pelo próprio cliente, desde que atendam às condições recomendadas". A empresa frisa que permanece à disposição dos clientes pelo 0800-725-0100 ou pelo link: http://www.correios.com.br/sobre-correios/fale-com-os-correios/.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por