TRANSTORNO

Correios ampliam data para entregas atrasadas

Vinte e um dias depois da greve, distribuição de correspondências ainda não foi regularizada

Felipe Tonon
05/04/2014 às 05:00.
Atualizado em 27/04/2022 às 01:19

A greve dos Correios terminou há 21 dias, mas as entregas de cartas e encomendas ainda não foram regularizadas. O prazo inicial era de que as atividades dos carteiros fossem normalizadas em março. Agora, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos garante que o serviço será completamente restabelecido neste mês. Muitas pessoas que ainda não receberam suas correspondências estão procurando os centros de distribuição em Campinas. O aposentado Mario Domingo de Oliveira, de 61 anos, é morador do DIC II e foi ontem ao Centro de Distribuição do Jardim do Lago para retirar um medicamento manipulado fabricado em Marília. “Era para ter chegado em casa no mês passado, mas tive que vir aqui buscar”, contou. Os Correios também estão enviando comunicados a algumas pessoas que têm encomenda a receber. A advogada Karina Dalaqua, de 32 anos, adquiriu um produto pela internet há dois meses, mas apenas ontem conseguiu retirá-lo em um Centro de Distribuição. “Já era pra estar em casa. Mas ontem recebi uma carta pedindo para que eu viesse buscar.” Também há reclamações de quem ainda está sem receber correspondências. Quem não recebeu as faturas precisou solicitar a segunda via do boleto às instituições, que pode ser feita por meios eletrônicos, ou nas unidades locais das companhias, como de telefonia e televisão por assinatura. Mas nem todos foram atrás dos boletos que não chegaram e acabaram surpreendidos, como é o caso da agente de proteção aeroportuária Cristina Silva, de 40 anos. “As faturas chegaram ontem. Água, luz, telefone, cartões de crédito, tudo atrasado. Vou ter que pagar juros de tudo.” Moradora do Bairro das Palmeiras, a advogada Maria Maura Salvador enviou um e-mail à seção Correio do Leitor, do Correio, e relatou o problema enfrentado. “Desde o início da greve dos carteiros, que durou cerca de 42 dias até a presente data (3 de abril) estamos sem a entrega da correspondência no Bairro das Palmeiras. Mesmo para quem tem acesso à internet, o transtorno para os cidadãos é inevitável. No mínimo, esse descaso poderia ser contornado se fornecessem o endereço de uma agência onde poderíamos resgatá-las.” Em nota, os Correios disseram que as entregas de encomendas estão normalizadas em Campinas, já o serviço de entrega das correspondências, que deveria ter sido regularizado no mês passado, só deve voltar ao normal nos próximos dias. A empresa informou que para compensar os dias parados mutirões e pagamentos de horas extras estão sendo promovidos. De acordo com José Ivaldo da Silva, diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Correios, Telégrafos e Similares de Campinas e Região (Sintect-Cas), a previsão é que os trabalhos se normalizem em até duas semanas. “Realmente estamos fazendo uma força-tarefa, mas ainda não colocamos a casa em ordem”. A greve dos Correios durou 42 dias. O movimento foi considerado ilegal pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determinou o retorno às atividades no dia 13 de março. As reivindicações dos trabalhadores eram por manutenção do convênio médico, realização das entregas no período da manhã e pelo cumprimento do plano de carreiras. Além de afetar a população, a greve também provocou impacto no comércio, que registrou aumento de 1,5% na inadimplência. Como as faturas não chegavam para os consumidores, muitos deixaram de pagar.

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