Os casos de coronavírus no Brasil e no mundo vão provocar uma Páscoa mais modesta neste ano no comércio de Campinas
Os casos de coronavírus no Brasil e no mundo vão provocar uma Páscoa mais modesta neste ano no comércio de Campinas. O faturamento com a venda de ovos de chocolate, bacalhau, peixes, produtos do mar, bebidas e azeites na Páscoa ficará abaixo das expectativas iniciais, quando era previsto um crescimento maior da economia. Apesar disso, esta Páscoa ainda deverá ser 2% melhor que a de 2019 e 4% melhor em relação a 2018. Os números foram anunciados ontem pelo Departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) e revelam que o faturamento deverá chegar a R$ 264,5 milhões, um aumento de 2,5% no comércio de Campinas em relação ao mesmo período do ano passado. Já nas 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) a previsão é do comércio faturar R$ 522,6 milhões, uma evolução de 2,35% em relação à Páscoa de 2019. Laerte Martins, economista e diretor da Acic, explicou que as vendas poderiam ser maiores, mas o quadro se alterou a partir de janeiro porque houve um impacto muito alto, tanto na oferta como no preço dos produtos importados. O economista explicou que um dos fatores que causaram aumento no preço dos produtos importados foi o acordo internacional feito entre Estados Unidos e China. Outro fator foi o surgimento dos casos de coronavírus — que geraram alta do dólar, falta de produtos e equipamentos, além da suspensão da produção em algumas empresas no exterior para evitar aglomeração de pessoas. Mesmo com esse cenário econômico, a Acic divulgou que o consumo de ovos de chocolates na Páscoa deverá superar em 1,3% a quantidade do ano passado em Campinas e região. A expectativa é obter uma venda de 3.495 toneladas de ovos de chocolate. Na Páscoa do ano passado foram vendidas 3.094 toneladas, volume superior às 3.034 toneladas de 2018. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), 76% das vendas de ovos de chocolate devem acontecer nos supermercados, que enfrentam competição com lojas especializadas e produções de microempreendedor individual.. Ontem, Juliana Gambeta, técnica em enfermagem, disse que estava apenas vendo as opções e os preços no supermercado Covabra. "Vou comprar ovos para quatro crianças com idade entre 6 e 9 anos e o importante é pesquisar antes de comprar" , afirmou. O mesmo estava fazendo Fátima Gonçalves, comerciante, que buscava as opções de bacalhau e os preços. "Percebi pequeno aumento, mas acredito que não foi muito acima do que paguei no ano passado" , comentou. O grupo de supermercados Covabra informou que a expectativa é que nesta Páscoa as vendas aumentem 7% em relação ao ano anterior, incluindo todos os artigos e produtos desta época, desde ovos de chocolate, peixes, bacalhau, vinhos, azeitonas e azeite. Preços dos produtos terão aumento médio superior à inflação Estimativas da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) indicam que, de forma geral, o nível de preços — incluindo ovos de chocolate, bacalhau, peixes, produtos do mar, bebidas e azeites — deverá apresentar um aumento médio de 6% em relação ao ano de 2019. Isso representará um acréscimo de aproximadamente 2,5% em relação ao índice da inflação registrada no ano passado. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) estima que o preço dos ovos de Páscoa deverá ser aproximadamente 2% superior ao de 2019. "Apesar dos preços do cacau e açúcar terem se mantido estáveis nos últimos 12 meses, houve várias altas consecutivas da cotação do dólar, dos valores dos corantes e do leite, recentemente", explicou o economista da Apas, Thiago Berka. Ele destacou também que o valor dos ovos nos mercados não é tabelado e que, portanto, é aconselhável que o consumidor sempre pesquise em vários estabelecimentos antes de comprá-los. Já o aumento dos pescados deve ficar dentro da média histórica para o período da Páscoa. Desde 2012, o preço dos peixes, em geral, sobe 2,46% na Semana Santa. Para este ano, a Apas acredita que o aumento deve ficar entre 2,1% e 2,5%. "Alguns pescados devem ter aumento entre 0,5% e 1%, índice abaixo do previsto, como é o caso do bacalhau, que terá o valor do quilo variando entre R$ 69,00 e R$ 119,00 dependendo do tipo: dessalgado, tiras, postas, filé e sem espinhas", disse Berka.