Férias de meio de ano serão ampliadas na rede municipal e antecipadas nas unidades estaduais
Patrícia Abdo e o filho Vinícius, que está ansioso para conseguir ingressos e assistir jogos da Copa com os pais: expectativa de dispensa das aulas ( Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)
A realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil já provoca mudanças no planejamento das escolas da rede pública, que irão antecipar ou ampliar o período de férias de julho no próximo ano. O evento começa daqui a 236 dias, com jogo de estreia da Seleção brasileira em 12 de junho, no estádio Itaquerão, em São Paulo, e prossegue até 13 de julho em 12 capitais brasileiras, entre elas Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Muitos pais campineiros pretendem aproveitar a proximidade com as cidades-sede para levar os filhos para assistir as partidas.Na rede municipal de ensino de Campinas, os estudantes terão férias estendidas no período da Copa. Em 2014, o planejamento pedagógico começa uma semana antes e, no período do torneio, em vez de 15 dias, os alunos vão ter o dobro do período para aproveitar as férias e curtir os jogos em casa ou nas cidades sede. No ano que vem, eles iniciarão o período de folga no dia 12 de junho e só retornarão em 14 de julho. Já o recesso dos professores será diferente, conforme a Prefeitura. Começa em 27 de junho e vai até 11 de julho. A Secretaria Municipal de Educação afirma que tem de cumprir 200 dias letivos, período mínimo estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).A Secretaria de Estado da Educação também organizou um calendário especial para 2014 por causa da Copa do Mundo. As férias escolares para os 4,3 milhões de alunos da rede paulista foram antecipadas e marcadas para ocorrer entre os dias 12 de junho e 11 de julho, período em que os jogos de futebol acontecem. Como os dias 12 e 13 de julho — quando ocorre a decisão do 3º colocado e a final da Copa —, cairão no sábado e no domingo, os estudantes vão poder aproveitar em casa. Para isso, o início das aulas será antecipado de 1º de fevereiro para 27 de janeiro. A reorganização do calendário também mantém a garantia dos 200 dias letivos previstos em lei e não haverá prejuízo curricular aos estudantes. Rede particularA rede particular de ensino está em processo de definição dos calendários. A recomendação do Ministério da Educação (MEC) é para que as escolas ajustem o calendário por causa do torneio mundial, mas o órgão do governo federal dá autonomia para definição de folgas e férias, desde que os 200 dias letivos sejam cumpridos.A orientação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), que representa as unidades particulares, é para que as escolas não antecipem as férias.“A escola monta o calendário do jeito que ela quiser, mas não aconselhamos ninguém a cancelar aula por causa dos jogos”, disse o presidente Benjamin Ribeiro da Silva. Segundo ele, antecipar ou retardar o período de férias pode trazer muitos problemas para as unidades de ensino, dificultando o cumprimento do calendário obrigatório. PlanejamentoEscolas particulares esperam conciliar as aulas com os jogos, muitos sem mudar as férias. No Colégio Progresso, de acordo com a diretora Cris Tempesta, as alterações no calendário em 2014 serão poucas. Os alunos serão liberados uma hora antes dos jogos da Seleção Brasileira na Copa. “A gente continuará com aulas normais, mas não vamos fazer avaliações ou algo mais complicado que comprometa o aluno ou a família que vai viajar para ver jogos ou que precise faltar”, afirmou.O Colégio Notre Dame também optou por não alterar o calendário, mas sem desprezar as partidas do Brasil. Conforme a unidade, os alunos e a comunidade acadêmica serão liberados duas horas antes das partidas da Seleção. O Colégio Sagrado Coração de Jesus também informou que vai dispensar os seus estudantes durante os jogos da Seleção, e promete que fará a reposição em seguida.A diretora educacional da Escola Ser, Vânia Bueno, disse que o calendário para o próximo ano está em estudo atualmente e será definido apenas na segunda quinzena de novembro, e o efeito Copa do Mundo é uma das preocupações.“A minha opinião é que facilita fazer o período de férias durante a Copa, porque mesmo que tenhamos aulas nesses dias elas não terão o mesmo rendimento. Ou reduzimos o período nesses dias ou temos a ausência de muitos alunos, e aí não dá para inserir conteúdo novo. A escola não pode remar contra um gigante evento, que é a Copa do Mundo, mas ainda estamos definindo e até a segunda quinzena de novembro vamos informar aos pais”, afirmou Vânia.