Hoje, são 20 vagas que a comunidade terapêutica dispõe, com parceira, o número subirá para 90
A Instituição Padre Haroldo firmou convênio com a secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad) para aumentar o número de leitos gratuitos para o tratamento de usuários de drogas, em especial crack.
Hoje, são 20 vagas que a comunidade terapêutica dispõe para o tratamento sem custo ao paciente. Com a parceira, o número subirá para 90. Atualmente a lista de espera do Padre Haroldo soma pouco mais de 50 pessoas que querem internação voluntária no local.
O convênio será assinado em 30 dias, mesma data em que as vagas serão abertas. Do total, 60 serão disponibilizadas para homens, 30 para mulheres e outras 30 para adolescentes.
O contrato é válido por um ano, prorrogável por mais um. A parceira faz parte do programa federal “Crack, é possível vencer”. O governo custeia mensalmente parte da internação na instituição, R$ 1 mil para adultos, e R$ 1,5 mil para adolescentes.
O valor não cobre o total gasto mensalmente com o acolhimento, que chega a R$ 2,4 mil. “É um fôlego que recebemos já que nossa lista de espera é grande. Além de termos problemas com nosso déficit anual que está em R$ 800 mil. Mas, estamos aqui para dar esse atendimento ao máximo de pessoas que conseguirmos e que necessitam”, afirmou o presidente da instituição, Luis Roberto Sdoia.
O secretário do Senad esteve nesta sexta-feira (19) no local para conhecer a instituição e fechar a parceira. “É um programa que foi lançado este ano e tem o objetivo de abrir vagas em comunidades terapêuticas no País. Ao todo serão 10 mil vagas em diversas cidades do Brasil. O Padre Haroldo é uma delas e é um exemplo de instituição que é seguida por outras. Temos um estudo que diz que 70% dos usuários que estão na rua querem um tratamento”, disse Vitore Maximiano.
Exemplo de determinação e luta para se livrar do vício a ex-moradora de rua M.P., de 42 anos, vai completar um mês na instituição e diz que vive um dia após o outro. “Agora já passei a sonhar com um futuro, com meu retorno ao trabalho e viver minha vida livre das drogas e do álcool. Precisava de ajuda e sabia que aqui conseguiria me livrar”, disse.
Ela solicitou a internação no mês passado quando frequentava um dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) coordenados pela Prefeitura. “Passei oito anos na rua. Nunca quis me internar porque achava que conseguia me livrar sozinha. Até que um dia acordei em frente a Catedral Metrolitana e estava sóbria, careta e via os companheiros na fissura por droga, cigarro e bebida. Percebi que já tinha dado pra mim. Resolvi mudar”. A mulher é uma das pacientes que será beneficiada pelo programa do governo que ajuda a instituição.