IPC MAPS

Consumo na região crescerá 8,22% neste ano, aponta pesquisa

Ao todo, famílias da RMC deverão consumir R$ 161,59 bilhões em 2024; aumento real previsto, considerando elevação do PIB, será de 2,5%

Edimarcio A. Monteiro/edimarcio.augusto@rac.com.br
11/06/2024 às 04:19.
Atualizado em 11/06/2024 às 04:19

Estudo mostra que os membros da classe A se alimentam mais fora de casa em relação às demais; essa despesa somará em torno de R$ 1,18 bilhão em 2024, o que representará 41,63% do total de R$ R$ 2,85 bilhões dos gastos com alimentação dessa faixa social (Rodrigo Zanotto)

As famílias da Região Metropolitana de Campinas (RMC) deverão consumir R$ 161,59 bilhões em 2024, aumento de 8,22% em comparação aos R$ 149,27 bilhões de 2023, acompanhando o ritmo nacional de crescimento – abaixo do que foi registrado desde 2022. A pesquisa Índice de Potencial de Consumo (IPC) Maps 2024 mostrou que os gastos dos brasileiros deverão ter alta de 8,9%, chegando a R$ 7,3 trilhões, um aumento real de 2,5% diante dos R$ 6,7 trilhões do ano anterior, acompanhando a previsão atual de elevação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2%. Em 2023, o crescimento foi de 3,1%. Já em 2022, o aumento foi de 4,3%.

Apesar do ritmo mais lento neste ano, os dados da RMC e do país apontam para uma recuperação da economia pós-pandemia. “Até 2019, nossa economia crescia a passos bem lentos, na média de 1% ao ano. Em 2020, veio a covid-19 e derrubou brutalmente a economia mundial como um todo. Depois disso, o Brasil felizmente conseguiu se levantar e passou a apresentar índices maiores de crescimento”, afirmou Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing, que há 30 anos faz o cálculo de índices de potencial de consumo a partir de dados oficiais.

Apesar do ritmo mais lento neste ano, os dados da RMC e do país apontam para uma recuperação da economia pós-pandemia. “Até 2019, nossa economia crescia a passos bem lentos, na média de 1% ao ano. Em 2020, veio a covid-19 e derrubou brutalmente a economia mundial como um todo. Depois disso, o Brasil felizmente conseguiu se levantar e passou a apresentar índices maiores de crescimento”, afirmou Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing, que há 30 anos faz o cálculo de índices de potencial de consumo a partir de dados oficiais.

Com o resultado, a RMC manteve a 8ª posição de maior consumo no país e a 2ª no Estado de São Paulo. Maior cidade da região, Campinas tem uma participação de 37,4% no total da área metropolitana, com um consumo de R$ 60,43 bilhões neste ano, o que a coloca em 11º lugar no ranking dos 5.565 municípios brasileiros e em 2º no paulista. Ou seja, a cidade aparece à frente de 16 capitais, entre elas Florianópolis (SC), Vitória (ES), Belém (PA) e Campo Grande (MS).

OPORTUNIDADES
O aumento do dinheiro em circulação resulta em oportunidade de negócios, com aumento de 11,57% no número de empresas da Região Metropolitana, passando de 452.544, em 2023, para 504.887 este ano. O IPC Maps mostrou que 52.343 foram abertas nos últimos 12 meses, média de seis novas surgindo a cada hora. O resultado foi superior ao desempenho nacional, que teve elevação de 8,1%.

Segundo a pesquisa, todos os segmentos apresentaram crescimento na RMC, o maior no setor de serviços. Nessa área, o número saltou de 270.035 no passado para 308.721 em 2024, elevação de 14,35%. O cabeleireiro Eduardo Augusto da Silva ajudou a compor essa estatística. Após 34 anos trabalhando como motoboy, ele trocou de atividade diante da dificuldade de conseguir emprego com Carteira de Trabalho assinada. “Ninguém mais registra motoboy, é muito difícil”, explicou. Para garantir direitos básicos, como auxílio-doença e aposentadoria, e aumentar a renda, ele partiu para o negócio próprio como microempreendedor individual (MEI).

O segundo setor com maior crescimento no número de empresas foi o industrial, com alta de 10,38%, seguido por comércio (5,83%) e agribusiness (2,94%). No recorte do nicho comercial, chamou a atenção o segmento atacadista, com elevação de 6,91%, passando de 11.015 unidades para 11.787 na Região Metropolitana. Nos últimos seis meses, uma rede abriu duas filiais em Campinas, criando 649 novas vagas. Com essas lojas, a empresa passou a ter três unidades na cidade e 100 no Estado de São Paulo, se tornando a maior rede de atacarejo do país. As filiais eram hipermercados do grupo empresarial e foram convertidas em atacadistas.

“O processo de aquisição de pontos de vendas de hipermercados foi bastante importante para nós. Com esses novos espaços, chegamos a pontos extremamente bem localizados e conhecidos de Campinas, trazendo a experiência completa da rede”, afirma o diretor de Operação da empresa em São Paulo, José Novaes. No Estado, a rede emprega 26 mil funcionários. O atacarejo atende pequenos e médios comerciantes e consumidores em geral, seja na compra de itens unitários ou de grandes volumes.

GASTOS

De acordo com o estudo, o maior gasto na Região Metropolitana previsto para 2024 é com habitação, R$ 18,16 bilhões, o que representa 11,24% do total, o que inclui aluguel, condomínio, luz, água, gás e impostos. Em segundo lugar aparece veículo, R$ 9,18 bilhões, participação de 5,68%, superando a alimentação. De acordo com o IPC Maps, esse gasto chega a representar 12,5% do orçamento familiar e vem aumentando desde 2020, no início da pandemia, em função da crescente demanda por transporte por via aplicativos e deliveries.

A alimentação no domicílio apareceu em terceira lugar no levantamento, somando R$ 5,17 bilhões, com participação de 3,21% nas despesas. Depois vem os gastos com planos de saúdes e tratamento médico/ dentário (1,97%) e alimentação fora de casa (1,95%). O levantamento aborda 22 categorias de consumo, incluindo ainda medicamentos, calçados e outros.

De acordo com a pesquisa, a classe B, faixa que estão as famílias com renda acima de R$ 9.411, é responsável pelo maior fatia do consumo na Grande Campinas, com participação de 44,19%. Já as da classe C, com ganho mensal a partir de R$ 5,28 mil, representam 30%, enquanto as da A, com renda superior a R$ 26,4 mil, 19,23%. Por fim, as classes D e E (até R$ 5,27 mil), é responsável por 4,13%.

O IPC Maps mostra ainda as diferenças nos hábitos de consumos da população. O estudo mostra que os membros da classe A se alimentam muito mais fora de casa. Essa despesa somará em torno de R$ 1,18 bilhão em 2024, o que representará 41,63% do total de R$ R$ 2,85 bilhões dos gastos com alimentação dessa faixa social.

A pesquisa considera a renda per capita na RMC de R$ 79.817,91 neste ano, considerando o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, ou seja, a soma de todos os bens e serviços produzidos. O valor é 8,43% superior aos R$ 67.281,56 do ano passado.

CAMPINAS

A pesquisa mostra que as classes sociais mais abastadas têm uma participação maior no potencial de consumo no município de Campinas. A classe A representa 22,29% do total; a B, 43,82%; a C, 28,77%; e a D/E, 3,6%. O IPC Maps mostrou alta de 10.64% na renda per capita no município, passando dos R$ 53.896,97 em 2023 para R$ 59.634,21 no atual ano. O resultado mostrou uma reversão da queda registrada entre 2022 e o ano passado, quando foi de 1,49%. Em 2022, a renda per capita era de R$ 54.710,07.

O mapeamento mostra que Campinas é a única cidade que não é capital entre as 12 com maior potencial de consumo no Brasil. Marcos Pazzini ressaltou que, até o fechamento desta edição, a expectativa era de otimismo para a Região Sul do país. Entretanto, devido à tragédia provocada pelas enchentes no Estado do Rio Grande do Sul, atingindo a grande maioria dos municípios e afetando mais de 2,1 milhões de gaúchos, não há como prever ao certo o cenário de consumo, sobretudo regional, ao longo dos próximos meses de 2024.

O levantamento aponta que a cidade tem 429.593 domicílios urbanos e uma frota de 973.184 veículos. O consumo per capita no município de R$ 59.634,21. De acordo com o IPC Maps, Campinas tem 26.324 indústrias, considerando todos os portes, 153.629 empresas de serviço, 38.046 estabelecimentos comerciais e 1.681 de agribusiness.

O desempenho dos 50 maiores municípios equivale a R$ 2,804 trilhões, ou 38,3% de tudo o que será consumido em território nacional. De 2023 para cá, os principais mercados vêm mantendo suas posições, sendo, em ordem decrescente: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) Curitiba (PR), Salvador (BA) e Fortaleza (CE), entre outros. Além de Campinas, outras cidades metropolitanas ou interioranas, como Santo André (15º), São Bernardo do Campo (17º), Ribeirão Preto (18º), São José dos Campos (20º) e Sorocaba (21º), no Estado de São Paulo; Uberlândia (22º), em Minas Gerais; e São Gonçalo (24º), no Rio de Janeiro, também se sobressaem.

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