OBRAS

Construção de barragens deve começar em maio

Represas garantirão segurança hídrica da região de Campinas

Maria Teresa Costa/ AAN
08/03/2018 às 08:16.
Atualizado em 22/04/2022 às 16:45
Represa do Macaco Branco, em Pedreira, na divisa com Campinas, onde será construído reservatório (Leandro Ferreira/AAN)

Represa do Macaco Branco, em Pedreira, na divisa com Campinas, onde será construído reservatório (Leandro Ferreira/AAN)

O contrato para a construção de barragens em Pedreira e Amparo, que garantirão a segurança hídrica da região de Campinas, será assinado até quinta-feira, informou o Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee), e a previsão é que as obras tenham início em maio. As represas serão implantadas nos rios Camanducaia e Jaguari e reduzirão a dependência da região do Sistema Cantareira. A previsão é que as obras sejam concluídas em dois anos e meio. As duas barragens serão executadas pelo Consórcio BP OAS/Cetenco, formado pelas empresas OAS Engenharia e Construção S.A. e Cetenco Engenharia S.A, que ofereceu o menor preço na licitação internacional que recebeu 18 propostas — R$ 196,09 milhões para a barragem de Amparo e R$ 230,9 milhões para Pedreira, no total de R$ 427 milhões. As obras serão custeadas por um empréstimo internacional de US$ 204 milhões junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), tomado para implantação de um projeto de macrodrenagem em Guarulhos. Parte dessa verba, já autorizada pelo Tesouro Nacional, irá para as represas. De acordo com o projeto, o reservatório de Pedreira ocupará uma área de 2,1 quilômetros quadrados no Rio Jaguari e vai permitir uma vazão regularizada de 9,6 mil litros de água por segundo. O reservatório Duas Pontes, no Rio Camanducaia, deverá ocupar uma área de 4,6 quilômetros quadrados e vai permitir uma vazão regularizada de 9,8 mil litros de água por segundo, segundo o Daee. A barragem no Jaguari exigirá a desapropriação de 33 propriedades, das quais 18 estão em Campinas, e a do Rio Camanducaia, de 30. As desapropriações tiveram início e os recursos para isso estão em orçamento. As áreas que serão inundadas, de cerca de 12 quilômetros quadrados, estão declaradas de utilidade pública. As obras têm a licença ambiental prévia emitida pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema). A outorga da Agência Nacional de Águas (ANA) para a represa de Pedreira foi emitida, mas o Estado ainda não conseguiu para a represa de Amparo, que será feita no Rio Camanducaia. Segundo a agência, para que a água possa ser utilizada, haverá necessidade de melhorar significativamente o tratamento do esgoto das cidades situadas ao longo do rio. A Agência Nacional de Águas (ANA) informou ontem que um novo pedido de outorga para a barragem no Rio Camanducaia foi protocolado e que está em análise pela área técnica da agência. Condepacc Para viabilizar a construção da represa na divisa de Pedreira com Campinas, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) abriu mão da preservação de três imóveis que são parte da história da cidade — Usina Macaco Branco e das fazendas Roseira e Espírito Santo, no distrito de Sousas. Esses imóveis estavam em processo de tombamento desde 2004. A usina e as fazendas serão inundadas para a construção dos reservatórios. A Macaco Branco, construída em 1912, e a Fazenda Roseira, do século 19, estão na área de inundação da represa que será feita pelo Daee no Rio Jaguari e que ocupará uma área de 2,1 quilômetros quadrados entre Campinas e Pedreira. Já a Fazenda Espírito Santo, do século 19, está na área de inundação da futura barragem municipal que o prefeito Jonas Donizette (PSB) planeja construir em Sousas, próximo da área conhecida como Três Pontes, no Rio Atibaia. Ela ocupará uma área de 3,5 milhões de metros quadrados e regularizará uma vazão de 7,9m³/s. A represa tem custo estimado de R$ 150 milhões.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por