CRISE HÍDRICA

Consórcio quer construir 12 reservatórios na região de Campinas

Objetivo é garantir a sustentabilidade hídrica regional; serão necessários R$ 3,5 bilhões em estudos, projetos, obras e desapropriações para ampliar a oferta de água por 20 anos

Maria Teresa Costa
19/05/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 13:19
Está em andamento o projeto para construção de uma barragem no Rio Jaguari entre Campinas e Pedreira  (  Cedoc/RAC)

Está em andamento o projeto para construção de uma barragem no Rio Jaguari entre Campinas e Pedreira ( Cedoc/RAC)

O Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) quer a construção de pelo menos 12 reservatórios de água na região de Campinas, para garantir a sustentabilidade hídrica regional. Serão necessários R$ 3,5 bilhões em estudos, projetos, obras e desapropriações para ampliar a oferta de água em um horizonte de 20 anos, o que exigirá investimentos de R$ 175 milhões anuais — recurso que as 43 prefeituras e 31 empresas associadas esperam obter do Ministério das Cidades. Segundo os técnicos do consórcio, os 12 reservatórios, somados às barragens planejadas para Pedreira, Amparo e Salto, garantirão segurança hídrica em mais de 20 cidades — em Campinas, os estudos indicam a necessidade de dois reservatórios. Outros reservatórios estão sendo propostos em Bragança Paulista com o represamento do Rio Atibaia na Fazenda Velha; em Cabreúva o represamento ocorreria no Ribeirão Jundiuvira. Além disso, haverá reservatórios em Campo Limpos Paulista, Cordeirópolis, Noiva Odessa, Rio Claro, Valinhos e Morungaba (com barragem no Rio Jaguari).A implantação de empreendimentos como esses é demorada porque além dos projetos e licenciamentos necessários, os tramites legais e burocráticos são os que mais demandam tempo, especialmente em relação às desapropriações das áreas inundadas e de reserva legal.Depois de ultrapassadas etapas de projetos, licenciamento e desapropriação, a implantação de um reservatório, segundo o consórcio, deve demorar entre três e quatro anos. O esperado com os 15 reservatórios — os três já planejados e mais os 12 propostos — é que as obras promovam a autossuficiência da disponibilidade hídrica dos municípios das Bacias PCJ, para que os impactos negativos sejam os mínimos possíveis e que os reservatórios possa assegurar os benefícios planejados.Os técnicos observam, em termo de referência do projeto encaminhado ao Ministério das Cidades, que a construção de reservatórios de regularização, além de possibilitar a independência hídrica total ou parcial das cidades, em relação aos cursos de água, obriga a revitalização das nascentes, promovendo recuperação da fauna e flora da região.CampinasHá três grandes barragens planejadas para a região de Campinas. Duas delas estão em vias de serem licitadas pelo governo do Estado e que regularização 7 metros cúbicos por segundo (m3/s). Uma será no Rio Jaguari, entre Pedreira e Campinas, e outra no Rio Camanducaia, em Amparo. As duas barragens, orçadas em R$ 760 milhões, devem ser concluídas em 30 meses e o sistema adutor, que custará R$ 346 milhões, em 18 meses. Ainda não está definido quem será o operador dos reservatórios e nem do sistema adutor. As áreas que serão inundadas, de cerca de 12 quilômetros quadrados, estão declaradas de utilidade pública. O cronograma do governo do Estado prevê a conclusão das obras das represas de Pedreira e Amparo em janeiro de 2018.A outra barragem projetada para a região está sendo levada por um consórcio de cidades que planejam o represamento do Rio Pirai, entre Salto e Itu. A proposta é o fornecimento de água bruta aos sistemas públicos de água dos municípios consorciados e contenção de cheias. Cabreúva e Indaiatuba, além de Salto e Itu integram o consórcio que planeja, até setembro, fazer as desapropriações necessárias.O empreendimento está com o projeto executivo concluído, o licenciamento ambiental finalizando e a execução de desapropriações de áreas de interesse está em andamento. A barragem deverá ter 386 metros de comprimento e 15 metros de altura. O espelho d’água terá 1,3 quilômetros quadrados (km²) e área total a ser desapropriada será de 2,5 km². O volume de reservação da represa será de 9 bilhões de litros de água e a vazão será regularizada em 1,33m³/s. A obra está estimada em R$ 104 milhões. Deste total, o consórcio já tem 44 milhões, provenientes do PAC. Os prefeitos solicitaram ao ministro os R$ 60 milhões restantes.

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