PLANO DIRETOR

Conselho propõe maior adensamento urbano

Objetivo é mesclar tipos e tamanhos das unidades habitacionais

Maria Teresa Costa
21/08/2018 às 08:56.
Atualizado em 22/04/2022 às 01:17
Vista aérea de Campinas: conselheiros mantêm o mínimo de cinco unidades habitacionais por hectare (Guilherme Gongra/AAN)

Vista aérea de Campinas: conselheiros mantêm o mínimo de cinco unidades habitacionais por hectare (Guilherme Gongra/AAN)

Parecer do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (CMDU) ao projeto da nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS), que tramita na Câmara Municipal, publicado ontem no Diário Oficial, propõe mudanças para garantir o adensamento populacional nas diversas áreas da cidade e estimular a mescla de tipos e tamanhos das unidades habitacionais, para que haja convivência de diferentes classes no mesmo bairro e região. O parecer, favorável ao projeto, traz uma série de propostas de alterações, que podem ou não ser acatadas pela Prefeitura, uma vez que o conselho é um órgão consultivo, sem poder de veto. “A gente espera que nossas propostas sejam adotadas, quer por mudanças que venham do Executivo ou que sejam apresentadas pelos vereadores, para garantir que o aumento da densidade populacional definido no Plano Diretor seja viabilizado”, disse o presidente do CMDU, João Verde. Os conselheiros mantêm o mínimo de cinco unidades habitacionais por hectare e ampliam de 50 para 79 unidades por hectare, como forma de viabilizar lotes de 126 metros quadrado na Zona Residencial (ZR), Zona Mista 1 (ZM1) e Zona Mista 2 (ZM1). A ZR é predominantemente residencial, mas é admitido usos não residenciais de baixa incomodidade, nela estão bairros como Amarais, parte do Taquaral, Parque Imperador. A ZM1 tem mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa e média incomodidades, e inclui parte do Taquaral, do Ouro Verde e outras. Já a ZM2 mescla usos não residenciais de baixa e média incomodidades, visando promover o médio adensamento habitacional em áreas urbanas dotadas de infraestrutura. Entre as áreas incluídas, estão a Vila Brandina e o Jardim Garcia. O CMDU propõe que na construção dos prédios residenciais também haja mudança para garantir maior adensamento populacional. Na ZM1, o conselho altera de 10 para 5 o mínimo de unidades habitacionais por hectare permitidas e mantém o máximo de 220; na ZM2, reduz de 20 para 10 o mínimo e mantém máximo em 440; já na ZM4 (o Centro e o Cambuí estão nessa zona), o conselho propõe reduzir o mínimo de 100 para 20 e ampliar o máximo de 500 para 700 unidades habitacionais. Já na Zona de Centralidade 2 (ZC2), onde está boa parte do bairro dos Amarais, a proposta é reduzir de 100 para 20 o mínimo e ampliar de 500 para 700 o máximo de unidades por hectare, enquanto na ZC4, onde está, por exemplo, a Avenida Norte-Sul, a proposta é reduzir de 200 para 50 o mínimo e ampliar de mil para 1,4 mil unidades habitacionais por hectare. “A ideia das alterações é poder viabilizar o adensamento populacional na cidade, para ter mais pessoas morando onde há infraestrutura e na medida em que os usos mistos são permitidos, dar condições de que as pessoas possam morar perto de onde trabalham, ter lazer. Esse adensamento é orientado pelos corredores de transporte público”, afirmou Verde. Verticalização O projeto que está na Câmara estabelece que qualquer edificação que possuir altura superior a 10 metros medidos a partir do nível médio do terreno ficará condicionada ao afastamento mínimo de 3 metros. Para os conselheiros, isso inviabilizaria a verticalização na área central, onde os terrenos são mais estreitos. Por isso estão propondo que a região central (ZC4) seja isenta do cumprimento dessa regra. Verde observou que as propostas de alteração pontuadas no parecer são mais ajustes técnicos, para garantir o adensamento previsto no Plano Diretor. Segundo ele, o conselho participou diretamente na fase de elaboração do novo zoneamento, das audiências e debates, onde muitas propostas foram incluídas.

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