ENCONTRO

Conferência aprova 100 projetos para Campinas

Relatório inclui demandas de habitação, transporte e mobilidade

Sheila Vieira
20/05/2013 às 08:09.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:26
Participantes votam propostas na conferência, na Estação Cultura (Carlos Sousa Ramos/AAN)

Participantes votam propostas na conferência, na Estação Cultura (Carlos Sousa Ramos/AAN)

A instalação de sanitários e bebedouros em pontos de ônibus, regularização fundiária, implantação de ciclovia e aproveitamento dos espaços vazios para tornar a cidade mais compacta, otimizando recursos e diminuindo a necessidade de deslocamentos, são algumas das cem propostas aprovadas ontem na 5ª  Conferência da Cidade. Realizado a cada triênio para discutir políticas urbanas, o evento foi aberto no Salão Vermelho da Prefeitura na sexta-feira.

Participaram dos debates a representante do Ministério das Cidades, Giovana Victer, o presidente da Câmara de Vereadores, Campos Filho, e o presidente da Conferência, o secretário municipal de Planejamento, Ulysses Semeghini. Mais de 400 pessoas participaram do plenário montado ontem e anteontem no galpão da Estação Cultura.

O relatório com as propostas para a Conferência Estadual será concluído até o final da semana e divulgado no site do Ministério das Cidades. Além das ideias para melhorias a longo prazo, Semeghini citou reivindicações imediatistas apontadas por populares, como bebedouro e sanitário nos pontos finais de ônibus.

Na área de habitação, uma das principais demandas é a regularização fundiária, principalmente em locais de risco ocupados há muito tempo. A proposta beneficia quem mora em áreas públicas, ocupadas de forma desordenada e sem infraestrutura mínima para sua legalização.

Foram levantados vários projetos de transporte, como outros modais, entre eles o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). “A mobilidade urbana foi umas das principais discussões do evento”, disse o secretário municipal de Planejamento. Na área de saneamento, a reivindicação é para que o município trate 100% do esgoto, índice hoje em 80%.

Habitação, transporte e mobilidade receberam mais propostas interessantes, avaliou o vereador Pedro Tourinho (PT). Segundo ele, a maior mobilização social foi para habitação, superando saneamento. “É um dos problemas sociais emergenciais. O município ainda está engatinhando nessa área”, disse.

Na área de habitação, o petista destacou a criação de uma zona especial para moradias de interesse social, que poderá ser distribuída em diversas macrozonas. A proposta visa diminuir a concentração de empreendimentos de caráter social na Macrozona 5, geralmente implantados na região do Campo Grande.

Tourinho citou como relevante a implementação do plano cicloviário municipal, e a criação de ciclovia na Avenida Norte-Sul, pedido levado à Conferência pelo Movimento dos Ciclistas de Campinas.

Moradora da ocupação Joana D’Arc, na região do bairro Cidade Jardim, a aposentada Silvana Pequena, de 41 anos, esperava propostas voltadas à habitação.

Segundo ela, uma alternativa é o uso dos espaços vazios urbanos federais em programas de habitação para combater a falta de moradia na cidade. “Estamos vivendo em precariedade extrema. Sem energia, com água de caminhão-pipa e usando fossa”, disse.

Os arquitetos Flávio Januário José e Edoardo Aranha desenvolveram o projeto de “ecovila urbana”, com mudanças na legislação para alterar o zoneamento urbano e criar áreas de uso misto. Segundo os arquitetos, seria permitido variar o tipo de edificação e o tamanho dos lotes em uma mesma quadra para melhor aproveitar recursos naturais, promover integração e qualidade ambiental.

Segundo o presidente da Conferência, a edição deste ano teve participação maior da sociedade nos três dias do evento. Ontem foram eleitos os 60 delegados que irão representar o município na Conferência Estadual, no segundo semestre.

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