A empresas estão de olho também em fossos de elevadores, caixas de eletricidade, ralos externos, marquises e outro locais que possam servir de criadouro para o Aedes aegypti
Guilherme Gomes diz que verifica pessoalmente vários pontos que podem servir de criadouros para o Aedes (Elcio Alves/ AAN)
Administradoras de condomínios de Campinas estão adotando medidas extras contra a epidemia de dengue. Além de evitarem acúmulo de água em locais mais comuns, como pratos e vasos de plantas, garrafas, latas, caixas d'ági, o mosquito transmissor da doença. A comunicação com os condôminos também foi reforçada: folhetos nos elevadores e murais dos prédios alertam moradores para que as mesmas medidas sejam tomadas dentro de casa.O sócio-proprietário da Garbens Alexandre Garutti afirmou que instrui zeladores e síndicos profissionais a tomarem cuidado com os jardins. A empresa administra mais de 12 mil unidades habitacionais no município, 80% delas localizadas em condomínios de grande porte. "Como as áreas de lazer desses locais são bem extensas, principalmente os jardins, martelamos muito para os síndicos ficarem espertos com essas áreas". Plantas ornamentais como bromélias são grandes acumuladoras de água, e berçários para as larvas do Aedes. Instruções As instruções para os síndicos da Garbens chegam através de e-mails, e eles são orientados a procurarem a Vigilância em Saúde ao menor sinal de ovos e mosquitos da dengue. E em algumas vezes, as inciativas contra a doença vêm dos próprios moradores. "Tivemos vários mutirões contra a dengue organizados pelos próprios condôminos" . Síndico profissional, Guilherme Gomes administra dois prédios em Campinas. Para eliminar qualquer possibilidade de criadouros de Aedes nas áreas comuns dos prédios, ele contratou uma empresa especializada no controle de pragas urbanas. "Achamos mais seguro que essa empresa fizesse uma dedetização específica contra o mosquito da dengue", contou. O síndico distribuiu ainda cartilhas contra a epidemia da Prefeitura de Campinas entre os moradores e orientou proprietários de apartamentos com piscinas particulares no térreo a cuidarem da água. Verificação Gomes garantiu que nenhum ponto de acúmulo passa despercebido por ele. O síndico verifica pessoalmente, inclusive, as caixas onde passam cabos de eletricidade no chão. Também presta atenção em ralos, bocas de lobo, e fossos dos elevadores. "Peço para o jardineiro chacoalhar as plantas. E reforcei a comunicação interna com folhetos, que deve ser permanente. Muitas vezes a gente fala em um dia, e na outra semana o proprietário ou locatário já esqueceu", completou.A gerente de marketing da Lello, que administra cerca de 150 condomínios em Campinas, Angélica Arbex, reafirmou que a conscientização dos condôminos é a parte mais difícil da prevenção. "Sabemos que o Aedes não voa longe, e em condomínio todo mundo para perto. Há uma concentração de pessoas por metro quadrado maior nos prédios do que nas residências, o que pode tornar o condomínio mais vulnerável . A empresa também distribuiu material próprio aos moradores com dicas de prevenção.Para os moradores, as medidas de zeladores e síndicos são importantes, mas não bastam. "Aqui no meu prédio tem folhetos e vejo o pessoal da limpeza cuidando. Mas se o vizinho não cumpre seu papel dentro de casa, não basta", disse Elizângela Ferreira, secretária, moradora de um condomínio no Jardim Guanabara.