REQUALIFICAÇÃO

Condepacc aprova criação de um Hub de Inovação em área do Pátio Ferroviário

Conselho emitiu parecer favorável ao estudo preliminar apresentado pela PUC-Campinas; grupo de trabalho analisará a melhor maneira de executar o projeto para pedido definitivo de cessão à União

Bruno Luporini/bruno.luporini@rac.com.br
15/04/2025 às 11:14.
Atualizado em 15/04/2025 às 11:46

Condepacc destacou que somente após a conclusão e validação dos projetos executivos, contendo todos os detalhamentos técnicos exigidos, será possível iniciar a fase de restauro e de requalificação arquitetônica dos bens tombados que integram a proposta agora aprovada (Kamá Ribeiro)

O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) deu parecer favorável ao Estudo Técnico Preliminar para a implantação do Hub de Inovação em uma área de mais de 41 mil m² do Pátio Ferroviário. Com isso, a Prefeitura, por meio de um grupo de trabalho já existente, poderá finalizar o pedido de cessão definitiva da área junto à Secretaria de Patrimônio da União (SPU). A expectativa é que isso ocorra ainda neste ano, de acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Campinas, Adriana Flosi. 

O espaço está atualmente cedido de forma provisória ao município. Com a validação do Condepacc, o município pode dar seguimento à elaboração do projeto definitivo que será apresentado à SPU. O grupo de trabalho, que inclui representantes das secretarias de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Urbanismo, Infraestrutura, Justiça, Finanças, Serviços Públicos, Gestão e Controle, Administração, além da Sanasa e da Emdec, será o responsável por essa próxima etapa. Adriana Flosi pontuou que está em elaboração o melhor projeto possível para que a União possa realizar a cessão “o quanto antes”.

A secretária de Desenvolvimento Econômico salientou que a elaboração do projeto leva em consideração alguns modelos da União bem-sucedidos, como a revitalização de um prédio histórico, transformado em shopping, no município de Cruzeiro, e a requalificação do prédio do Mercado do Peixe, em Santos. Tais exemplos, para a secretária, são importantes para nortear o projeto campineiro, fazendo com que diminuam as chances de ele não ser aprovado.

O Condepacc destacou que somente após a conclusão e validação dos projetos executivos, contendo todos os detalhamentos técnicos exigidos, será possível iniciar a fase de restauro e de requalificação arquitetônica dos bens tombados que integram a proposta agora aprovada. Ainda de acordo com o Conselho, a admissibilidade reforça que o estudo tem como objetivo orientar e coordenar as futuras intervenções no espaço. A aprovação do estudo pelo Condepacc foi considerada pela Prefeitura como uma etapa essencial para o avanço do processo. Após apresentar o projeto para a SPU ainda em 2025, conforme projetou Adriana Flosi, espera-se que a área seja cedida em definitivo pela União. A partir disso, será iniciada a fase de licitação, que buscará um projeto de concessão para a exploração da área do Pátio Ferroviário.

De acordo com Flosi, a expectativa é apresentar o projeto para a SPU ainda neste ano e, com a área cedida em definitivo pela União, será iniciada a fase de licitação do espaço, através de um projeto de concessão para a exploração dessa parte do Pátio Ferroviário. Assim que toda a parte burocrática estiver solucionada, a expectativa é de dois anos para a realização das obras de restauro e da construção do Hub de Inovação. O custo estimado é de R$ 300 milhões, a serem disponibilizados pela iniciativa privada.

HUB DE INOVAÇÃO

O Hub de Inovação, aproveitando a área de 41 mil m² ao invés dos cerca de 200 mil m² que estão sob a guarda provisória da Prefeitura, foi uma decisão estratégica com o objetivo de diminuir o custo que será investido no local em um futuro edital de licitação. “É preciso que o projeto pare em pé no sentido econômico, para que haja, de fato, interesse de um investidor”, afirmou a secretária Adriana Flosi.

Ela lembrou que a área está em processo de degradação com o tempo. Ela considerou que a requalificação feita por etapas também é uma estratégia para conseguir restaurar as estruturas com mais celeridade do que se o projeto contemplasse todo o complexo ferroviário. Segundo Adriana Flosi, no início dos estudos, em parceria com a PUC-Campinas, os dois barracões ao lado da rotunda estavam com os telhados intactos, mas hoje já existe um buraco em um deles. Portanto, a realização do Hub de Inovação pode garantir a revitalização e manutenção predial. “É uma área valiosa e historicamente importante para a cidade.”

Outro ponto destacado por ela foi o da integração com as estruturas de transporte e circulação de pessoas. A estação do Trem Intercidades (TIC), que ligará Campinas e São Paulo, funcionará ao lado do Hub. Com a requalificação, toda a área será integrada ao Terminal Metropolitano Magalhães Teixeira e ao Terminal Rodoviário, e ligará os bairros Vila Industrial e o Centro. “É potencializar uma área no coração da cidade”.

O estudo prevê também um estacionamento para mais de 400 veículos, restaurante, um mercado e praças de alimentação. Considerando a área total da intervenção, 23 mil m² estão previstos para inovação, 11 mil m² para empresas e 8 mil m² para startups. Com isso, será criada uma ligação direta entre a Rua Doutor Sales de Oliveira, na Vila Industrial, que vai atravessar a área do Pátio Ferroviário, até a Rodoviária de Campinas, passando inclusive por baixo dos trilhos por onde trafegará futuramente o TIC.

No acordo de cooperação técnica assinado em abril de 2023, uma versão preliminar do projeto foi apresentada pela equipe da PUC. Nessa versão, foi previsto que um dos galpões do Pátio Ferroviário concentraria cerca de 50 salas para empresas e startups, 300 estações de trabalho e espaço para eventos com atenção também à economia criativa. O outro teria cafés, laboratório digital e espaços tecnológicos, um deles de multiverso. Dentro do projeto também estava prevista a construção de dois "boulevards", um deles na própria Rua Dr. Sales de Oliveira, que teria a sua calçada ampliada para cerca de 11 metros com empreendimentos comerciais.

Presente na cerimônia de entrega do projeto da PUC para a Prefeitura, que ocorreu em 24 de março, o superintendente do Patrimônio da União no Estado de São Paulo, Celso Santos Carvalho, afirmou que a ação que ocorrerá no Pátio Ferroviário é importantíssima, pois ela aponta para o desenvolvimento econômico com um polo de tecnologia e inovação, com áreas que vão abrigar equipamentos culturais.

INTERESSE SOCIAL 

Em uma entrevista concedida recentemente ao Correio Popular, o secretário municipal de Planejamento, Marcelo Coluccini, afirmou que existe outra área do Pátio Ferroviário que deve ser explorada em outro projeto. “É uma área de 36 mil metros quadrados, que atualmente pertence à União e ela quer que seja destinada à habitação de interesse social”, revelou. Para que tal projeto se concretize, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Campinas, Adriana Flosi, destacou que o Hub de Inovação bem-sucedido pode impulsionar outros projetos para a requalificação das demais áreas do complexo, como a área de interesse social. Isso porque o Hub servirá de exemplo concreto da requalificação do local. “Na medida que existe essa recuperação de um local, tudo o que está no entorno dele também passa a ter uma nova valorização e um novo olhar de possíveis investidores.”

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