Em tempos de promoções e ofertas para as compras de final de ano, especialistas alertam sobre os cuidados com calotes, pegadinhas e fraudes
Em tempos de promoções e ofertas inacreditáveis para as compras de final de ano, especialistas alertam sobre os cuidados com calotes, pegadinhas e fraudes na Black Friday — prevista para a próxima sexta-feira e até para esta semana que antecede à data. Na Black Friday, lojas físicas e comércio eletrônico oferecem promoções e oportunidades de compra vantajosas, que atraem os consumidores que recebem o 13º salário nesta época do ano e estão ansiosos por preços convidativos. Vários alertas sobre fraudes e golpes foram feitos pelo delegado da Polícia Civil, Higor Vinícius Nogueira Jorge, do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 5 (Deinter 5). Ele destacou que algumas lojas aumentam antes os preços de seus produtos para, depois, durante a promoção, diminuí-los. "O preço, na verdade, não está com desconto", explicou. Essa prática é conhecida como "Golpe do Duplica e Divide" e representa um falso desconto. O delegado afirmou que para evitar esse tipo de golpe é necessário pesquisar os preços dos produtos e das marcas antes da Black Friday e compará-los, verificando se houve mesmo mudança. "O ideal é fazer isto com uma certa antecedência e até comprovar com panfletos ou anúncios", disse. O delegado deu dicas também de compras pela internet, na qual ocorrem muitas fraudes. "O objetivo é conscientizar as pessoas sobre a realização de compras seguras e prevenir eventuais crimes e prejuízos", afirmou. Segundo Jorge, sites fraudulentos aproveitam o aumento do interesse em compras pela internet e criam sites semelhantes aos oficiais. "Os preços vantajosos tornam-se iscas. Os fraudadores divulgam anúncios patrocinados em redes sociais como o Facebook, Twitter, Instagram e também pelos aplicativos de comunicação como o WattsApp, Telegram e outros", acrescentou. Ao realizar a compra por meio de boletos bancários ou cartões de crédito, o consumidor pode ter seus dados clonados. "Quando a pessoa deixa de receber o produto, percebe que foi vítima de golpe", comentou. Outra modalidade de fraude é o envio de um link que direciona a vítima a um site falso, de uma loja virtual com as mesmas características do site oficial. O site oferece formulários para a pessoa preencher, solicitando informações bancárias e pessoais. Segundo Jorge, alguns sites pedem, inclusive, para o consumidor instalar um aplicativo. "A pessoa acaba sendo enganada com a instalação de um código que monitorará tudo que for realizado no dispositivo", afirmou. É comum também a pessoa receber mensagens em aplicativos e redes sociais divulgando prêmios, desde camisetas, bonés, lanches, perfumes, chocolates e até celulares e outros itens. O delegado afirmou que muitos desses casos acabam levando as pessoas a sites fraudulentos (conhecidos como phishing). A pessoa deve sempre buscar o site oficial, sem clicar no link. É importante também pesquisar sobre os sites e sobre as promoções que estão oferecendo. Para isso, é recomendável buscar no Google; no site do Serviço de Proteção ao Consumidor (Procon) (http://www.procon.sp.gov.br) ou no site Reclame Aqui (http://www.reclameaqui.com.br). TIPOS DE FRAUDES Golpe do Duplica e Divide — Representa um falso desconto. Algumas lojas aumentam os preços e, durante a promoção, diminuem os valores. Na verdade, não há desconto. É necessário pesquisar os preços antes da Black Friday e comparar, verificando se são vantajosos. Sites fraudulentos — Mostram promoções falsas em anúncios patrocinados em redes sociais como o Facebook, Twitter, Instagram, e também em aplicativos como o WattsApp, Telegram etc. A pessoa compra por meio de boletos bancários ou cartões de crédito, que poderão ser clonados pelos fraudadores. A pessoa deixa de receber o produto e percebe que foi vítima de golpe. Envio de link — Fraudador direciona a vítima a um site falso de uma loja virtual com as mesmas características do site oficial. Oferece formulários para preencher e colocar informações bancárias e pessoais. Alguns pedem para instalar um aplicativo. A pessoa acredita e é enganada com a instalação de um código que monitora tudo que for realizado onde ocorreu a instalação. Mensagens falsas — Em aplicativos e redes sociais, são divulgados prêmios fictícios. Ao clicar na falsa promoção, o consumidor é levado a sites fraudulentos (conhecidos como phishing). Fonte: Polícia Civil Consumidor deve defender direitos O delegado da Polícia Civil, Higor Vinícius Nogueira Jorge, informou sobre o direito do consumidor de arrependimento na compra. "Sempre que uma compra for realizada fora do estabelecimento comercial, como as que ocorrem na internet, o consumidor poderá exercer o direito da desistência do contrato, desde que seja obedecido o prazo de sete dias contados da sua assinatura ou ato de recebimento do produto ou serviço", explicou. Caso haja um desacordo comercial entre o consumidor e o site de comércio eletrônico, a pessoa poderá se dirigir ao Serviço de Proteção ao Consumidor (Procon), ao Juizado Especial Cível, ou a um advogado. Poderá também publicar uma reclamação no Reclame Aqui (http://www.reclameaqui.com.br). Entretanto, o delegado afirmou que quem for vítima de crime decorrente de transação fraudulenta deverá ir até uma Delegacia de Polícia e registrar um Boletim de Ocorrência, apresentando a maior quantidade possível de informações. O consumidor pode entregar cópias dos anúncios, perfis nas redes sociais e até conversas mantidas com os criminosos. "Isso vai garantir a realização de uma investigação criminal mais consistente", afirmou.