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Comércio projeta queda para o Dia das Crianças

Expectativa é de redução de pouco mais de 6% em comparação a 2019

Daniel de Camargo
07/10/2020 às 07:48.
Atualizado em 27/03/2022 às 23:25
A abertura do comércio de rua de Campinas no próximo dia 12, feriado de Nossa Senhora, é facultativa (Wagner Souza/AAN)

A abertura do comércio de rua de Campinas no próximo dia 12, feriado de Nossa Senhora, é facultativa (Wagner Souza/AAN)

Ainda sofrendo os impactos negativos da pandemia da Covid-19, o comércio da Região Metropolitana de Campinas (RMC) deve faturar R$ 26,5 milhões a menos no Dia das Crianças neste ano, em comparação com 2019. Segundo estimativa da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), as vendas devem cair de R$ 428 milhões contabilizados no ano passado para R$ 401,5 milhões — uma redução de 6,19%. A entidade aponta que Campinas, maior cidade e sede da RMC, responderá por praticamente 50% do montante, com os estabelecimentos faturando R$ 201,5 milhões. O resultado indica perda de R$ 13,5 milhões em relação aos R$ 215 milhões registrados em 2019 - queda de 6,28%. Como o Dia das Crianças é comemorado no feriado da Padroeira do Brasil, em 12 de outubro, próxima segunda-feira, o comércio em Campinas funcionará facultativamente. Ou seja, sem a obrigatoriedade de abrir, das 9h às 17h. De acordo com o diretor da Acic, o economista Laerte Martins, o valor médio do presente previsto para esta data é de R$ 150, um crescimento de aproximadamente de 2,04% em relação aos R$ 147 gastos no ano passado. Os presentes mais procurados para os meninos são bicicletas, eletroeletrônicos, celulares e skates e, para as meninas, bonecas, jogos educativos, celulares e roupas. Martins chama a atenção ainda que não há previsão de contratação de mão de obra temporária este ano para a data. Em 2019, 2.350 pessoas foram admitidas na RMC, das quais 1.265 apenas em Campinas. Frequentemente, o especialista tem declarado que a retomada da economia será gradual e lenta. Nesta semana, um balanço divulgado pelo Observatório PUC-Campinas mostrou que o saldo de empregos foi positivo na RMC pelo segundo mês consecutivo. De acordo com estudo da também economista Eliane Rosandiski, realizado a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, quase todos os municípios (20) que compõem a RMC apresentaram resultado positivo na criação de postos de trabalho em agosto. Foram abertas 6.211 novas vagas. Campinas foi o principal destaque. Após cinco meses de déficit, gerou 1.838 novos postos. Queda A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta queda de 4,8% para o Brasil nas vendas referentes ao Dia das Crianças de 2020, em relação a 2019. Contudo, a retração, a primeira nos últimos quatro anos, não será a pior da história. Em 2016, quando o País também passava por uma recessão, o recuo chegou a 8,1%. De acordo com a entidade, a data é a terceira mais importante do calendário do varejo nacional, atrás de Natal e Dia das Mães, e deve movimentar R$ 6,2 bilhões neste ano. Na análise do presidente da CNC, José Roberto Tadros, o travamento do mercado de trabalho, com desemprego em alta, aumento da informalidade e subutilização da força de trabalho, ainda é um obstáculo a ser superado. "Este é um desafio para o setor não apenas para esta data comemorativa, mas também para as demais que estão por vir", afirma. Ressalta ainda que "a redução do valor do auxílio emergencial, a partir de setembro, também deverá dificultar a retomada das vendas, mesmo em um cenário de inflação e juros baixos". Com alta esperada de 3,2%, os hiper e supermercados deverão movimentar R$ 4,4 bilhões (70,2% do total) e ser o único setor com crescimento.

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