RMC

Comércio perde mais de R$ 4 bilhões

Vendas entre janeiro e setembro deste ano foram 17,98% inferiores na comparação com 2019

Daniel de Camargo
16/10/2020 às 07:32.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:00
Além da redução nas vendas, a pandemia também fez com que não houvesse contratação de empregados temporários para as datas especiais (Cedoc/RAC)

Além da redução nas vendas, a pandemia também fez com que não houvesse contratação de empregados temporários para as datas especiais (Cedoc/RAC)

A Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) atualizou para R$ 4,34 bilhões o faturamento perdido pelo comércio da Região Metropolitana de Campinas (RMC) em decorrência da pandemia da Covid-19. O último levantamento realizado pela entidade, divulgado ontem, mostra que as vendas realizadas entre janeiro e setembro deste ano totalizaram R$ 19,802 bilhões. O montante é 17,98% inferior aos R$ 24,142 bilhões contabilizados no mesmo período de 2019. Há cerca de um mês, o rombo informado pela Acic — avaliando o resultado entre janeiro e agosto — era de R$ 4,04 bilhões, ou seja, R$ 300 milhões a menos.  Considerando apenas Campinas, as perdas contabilizadas são de R$ 1,797 bilhão. Na maior cidade e sede da RMC, as vendas foram 17,68% menores. O montante caiu de R$ 10,165 bilhões para R$ 8,367 bilhões. Economista da entidade, Laerte Martins comenta que a maior flexibilização para as atividades do comércio e de serviços em Campinas e região, agora na Fase Verde do Plano SP, deve contribuir para melhorar esses números. "No entanto, para zerar as perdas acumuladas até aqui, o comércio terá que movimentar nestes próximos três meses (outubro, novembro e dezembro) cerca de R$ 8,7 bilhões. Em 2019, no último trimestre foram faturados cerca de R$ 7 bilhões. Contudo, acredito que a recuperação só virá em 2021, com a esperada vacina contra a Covid-19", disse. Na análise realizada com base em dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), o Departamento de Economia da Acic apontou que as vendas realizadas na RMC aumentaram 5,22% em setembro em relação a agosto. O valor foi de R$ 2,499 bilhões para R$ 2,566 bilhões. No entanto, na comparação com setembro de 2019, quando o faturamento atingiu R$ 2,867 bilhões, o montante foi 10,5% inferior. A entidade destacou ainda que a inadimplência apresentou uma redução de 27,13% na comparação entre o mês passado e agosto. O saldo de registros incluídos saiu de 25.545 para 18.615. Na comparação com setembro de 2019, quando o saldo foi de 18.340, a retração foi de apenas 1,50%. Setores No que diz respeito ao desempenho dos setores, a Acic informou que, na categoria de bens não duráveis, apenas as vendas nos supermercados e hipermercados evoluíram - a alta foi de 20,4%. Drogarias e farmácias, que vinham com faturamento positivo, tiveram as vendas reduzidas em 1,3%, e os postos de combustíveis sofreram queda de 16,6%, apenas em setembro. Materiais de construção (38,1%) e lojas de móveis e departamentos (3,3%) puxaram o crescimento das vendas na categoria de bens duráveis, enquanto o vestuário acumulou perdas de 16% no mês. O segmento de serviços foi o que mais sofreu: as vendas foram drasticamente reduzidas em 54,4% nos setores de turismo/transportes e em 34,6% em bares e restaurantes. Apenas os estabelecimentos de autopeças / automotivos teve uma leve expansão de 2,50%. Digitais Segundo a Acic, as vendas digitais continuam impulsionando o mercado. Associado ao delivery, o comércio eletrônico expandiu em 64,1%, elevando o faturamento de R$ 121,8 milhões em 2019 para R$ 199,9 milhões em setembro de 2020. Dia das Crianças teve retração As vendas do Dia das Crianças de 2020, data comemorativa celebrada no feriado da última segunda-feira, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, sofreram redução de 2,58% na RMC, na comparação com 2019. O faturamento caiu de R$ 428 milhões para R$ 416,9 milhões. Em Campinas a queda foi de 2,56%, com as vendas caindo de R$ 215 milhões para R$ 209,5 milhões. Outro fato a se lamentar foi a não contratação de mão de obra temporária para este ano, diferentemente de 2019, quando foram abertas 1.265 vagas em Campinas e 2.350 na RMC. O valor do presente médio, entretanto, cresceu 2,04% em função do efeito inflacionário que provocou a elevação dos preços dos brinquedos, além do impacto da valorização do dólar nos custos dos presentes importados (cotação de R$ 5,49 por US$ 1). Os brinquedos mais procurados foram bicicletas, eletroeletrônicos, skates, celulares, bonecas Barbie, jogos educativos, além de vestuário.

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