PRÓPRIA

Comércio instala barreira para conter gangue da marcha a ré

Frente de lojas no Centro de Nova Odessa é protegida com barras de concreto

Luciana Félix
09/05/2013 às 09:09.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:00
Rua XV de Novembro com as "estacas" de concreto colocadas na calçada para evitar ataques às lojas (Érica Dezonne/AAN)

Rua XV de Novembro com as "estacas" de concreto colocadas na calçada para evitar ataques às lojas (Érica Dezonne/AAN)

A onda de ataques feita pela gangue da marcha a ré a lojas de Nova Odessa obrigou comerciantes da cidade a instalarem barreiras de concreto na frente de seus estabelecimentos. Ao menos dez comércios construíram bloqueios na calçada para impedir que bandidos subam com veículos na guia para quebrar vitrines e portas de ferro e saquear produtos. Foram ao menos oito ataques em menos de dois meses na cidade, cinco deles nos últimos dez dias. Todos aconteceram durante a madrugada e na região central, que concentra a maioria dos comércios.

A Polícia Civil da cidade investiga os casos, mas até agora não tem pistas dos bandidos. Após a construção de obstáculos e reclamação dos comerciantes, a Prefeitura montou uma comissão multissetorial para discutir medidas para evitar novos ataques. A administração não se posicionou quanto à implantação das barreiras nas calçadas da área central.

Outra medida anunciada pela Prefeitura foi a instalação de câmeras de vigilância, algumas na área central. A estrutura física para o sistema de videomonitoramento começa a ser instalada nos próximos dias. Serão dez pontos, com ao menos 26 câmeras instaladas nas vias de acesso ao município. Dois desses pontos serão instalados na Avenida João Pessoa, no Centro, que receberá duas câmeras — uma na esquina da Avenida Carlos Botelho e outra na esquina da Rua Castelo Branco.

Um dos últimos ataques da gangue ocorreu na madrugada do último domingo na Rua XV de Novembro, no Centro. Bandidos bateram a traseira do carro na vitrine de uma loja de bijouterias e presentes. A colisão estourou parte da porta de ferro do estabelecimento, mas os bandidos não conseguiram ter acesso à loja. Eles fugiram sem levar nada.

A loja atacada fica ao lado de outras duas que também sofreram ataques de bandidos. “Estamos abismados com tudo o que está acontecendo. É muita ousadia. É inacreditável”, afirmou Carlos Alberto Bonfonte, proprietário do estabelecimento atacado. O comerciante instalou no começo da semana as barreiras na frente de sua loja. “As duas lojas vizinhas só não foram atacadas porque colocaram os bloqueios antes. Agora vou ter que arcar com o prejuízo, que já passou de R$ 1,5 mil”, afirmou.

A proprietária de um dos comércios ao lado do recém atacado disse que colocou a barreira na sexta-feira, antes da ação dos bandidos. “Vimos que várias lojas estavam sendo atacadas e procuramos nos prevenir. E deu certo. Se não tivessem os impedimentos, com certeza teríamos sido atacados no domingo”, afirmou Josiane Dozzo.

A vendedora Bruna Gomes Felix trabalha em outra loja que também é vizinha a atacada. “Já entraram com o carro aqui, levaram roupas e acessórios. Depois disso o proprietário instalou os bloqueios. Até agora está dando certo”, afirmou.

Os bloqueios são feitos com canos de PVC recheados de concreto e fixados na beira da calçada. Eles contratam pedreiros para fazer o serviço, que custa em média de R$ 300,00 a R$ 700,00.

A loja Magazine Luiza que fica na Avenida Carlos Botelho também foi atacada. Na frente do estabelecimento foram colocadas 12 barreiras.

Segundo Cláudio Ezziq, presidente da Associação Comercial e Industrial de Nova Odessa, as lojas de eletrodomésticos e roupas são os principais alvos.

Câmeras

De acordo com o comandante da Guarda Municipal (GM) de Nova Odessa, RobsonFontes Paulo, o processo de instalação da estrutura física para as câmeras deve levar cerca de dois meses. A central de monitoramento ficará na sede da GM, na Praça Ângelo Paulo, que passa por reformas e adequações.

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