DINHEIRO NO CAIXA

Comércio estima faturamento de R$ 15 mi com o Carnaval

Os lojistas estão animados com a folia, que deve render mais do que em 2023

Isabella Macinatore/ [email protected]
30/01/2024 às 08:56.
Atualizado em 30/01/2024 às 08:56
Vendedores ambulantes realizam inscrições junto à Setec para obter autorização destinada à comercialização de alimentos, bebidas e souvenirs durante as festividades de Carnaval em Campinas (Alessandro Torres)

Vendedores ambulantes realizam inscrições junto à Setec para obter autorização destinada à comercialização de alimentos, bebidas e souvenirs durante as festividades de Carnaval em Campinas (Alessandro Torres)

Campinas deu largada às festividades carnavalescas neste sábado (27), marcando o início da folia de momo que se estenderá até o dia 13 de fevereiro. De acordo com estimativas da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), a festividade promete impulsionar a economia local com um montante de R$ 15,1 milhões.

A base para esse cálculo considera a participação de aproximadamente 100 mil foliões nas atividades realizadas em ruas, praças e estabelecimentos no ano anterior. O evento contou com cerca de 60 desfiles de blocos e festas carnavalescas, conforme divulgado pela Prefeitura Municipal.

A Acic destaca que a estimativa para 2024 supera levemente o desempenho do ano anterior, sinalizando um cenário promissor para setores como a venda de artigos carnavalescos, o aumento no consumo de bebidas e alimentos durante as festividades, além de um impulso no setor hoteleiro.

Com uma programação que inclui pelo menos 55 blocos de rua, evidenciando um movimento descentralizado no evento deste ano, o aumento da participação de diversas regiões da cidade reforça a perspectiva otimista em relação às projeções para a festividade. Adriana Flosi, presidente da Acic, destaca que, apesar dos desafios decorrentes da inflação e da desaceleração econômica em 2023, há uma expectativa de crescimento, ainda que moderado. Contudo, ela ressalta o cenário positivo que se delineia.

O departamento de economia da entidade projeta um incremento de R$ 2,2 milhões nas vendas do comércio durante o feriado, especialmente no Centro, onde itens como fantasias, confetes e serpentinas ganham destaque. Essa elevação é estimada em 10%, comparada a 2023, quando as vendas desses produtos totalizaram R$ 2 milhões.

Segundo a Acic, prevê-se um aumento de 15% na movimentação financeira relacionada aos blocos de rua, com uma estimativa de R$ 2,3 milhões (em comparação com R$ 2 milhões no ano anterior). Quanto aos bailes de carnaval, estimase um consumo de R$ 4,1 milhões (em comparação com R$ 4 milhões no ano passado), enquanto o consumo de bebidas e alimentação é projetado em R$ 5,0 milhões (R$ 4,5 milhões em 2023).

A projeção aponta para uma movimentação de R$ 1,6 milhões no setor de hospedagem e hotelaria (um aumento de 6,7% em relação a R$ 1,5 milhões em 2023).

O setor de consumo também apresenta perspectivas positivas, com projeções indicando um aumento no faturamento durante os dias de festividade em relação a 2023. As entidades almejam um incremento de até 15% em comparação ao ano anterior.

Essa expectativa otimista é impulsionada pelo crescimento no número de empregos e pela melhoria nos indicadores econômicos, incluindo a redução da inflação e das taxas de juros.

Eliane Rosandiski, professora e economista da PUCCampinas, destacou a importância da movimentação que a festividade gera nos setores comerciais. Segundo ela, ao comparar os dados com a média do ano anterior, percebe-se que, mesmo diante das variações, a preparação para atender à demanda festiva evita frustrações de expectativas. "Nós temos uma situação onde comparamos com a média do ano passado, mas de qualquer forma, para quem está se organizando para atender essa demanda, não haverá uma frustração de expectativas. O que mostra que essa sazonalidade do carnaval acaba movimentando o comércio, setor de alimentos e até mesmo o setor de acessórios com esses foliões que procuram por acessórios e se preparam antecipadamente para essa festa e gera esse efeito positivo para a cidade." Explicou.

Eliane ressaltou ainda a importância do evento como estímulo para os comércios. "É algo que, de alguma forma, a economia vai se organizando para atender às demandas desse público. Então, todo esse calendário festivo acaba funcionando como pequenos estímulos para a economia."

Em relação à perspectiva de descentralização, a especialista destaca. "Não só do ponto de vista econômico, mas do ponto de vista espacial. Quando você tem aglomeração de pessoas, você descentraliza a festa, isso melhora a disposição das pessoas e gera uma sensação positiva para elas. Facilitando a mobilidade das pessoas e causando uma impressão positiva que é levada em consideração nas projeções da festa no próximo ano. E essa percepção retoma aquela essência da festa popular e faz com que esse calendário se repita."

Em relação aos impactos econômicos, Eliane ressaltou como a pulverização da renda influencia de forma positiva no poder aquisitivo de mais pessoas, o que garante poder de compra: "Essas pessoas que estão envolvidas na festividade e que obtêm lucro no evento geram poder de consumo que se transforma em investimentos em outros setores, causando um efeito multiplicador".

Ainda sobre a importância da movimentação econômica do evento explicou. "Esse volume de recursos movimentado no carnaval tem um peso significativo. Porque ele é melhor distribuído devido à grande participação do número de ambulantes, pequenos comerciantes que não teriam esse nível de produção em outras datas comemorativas."

Para Gabriel dos Santos de Jesus, vendedor ambulante, a participação em eventos de carnaval já é uma tradição familiar enraizada. "Sempre trabalhei na Vila Industrial, moramos lá, e infelizmente este ano não vamos participar porque minha família precisou viajar. A preparação envolve muitas pessoas. Além do milho, que já servimos tradicionalmente, no carnaval levamos pernil, espetinho e várias outras opções. E como são várias funções diferentes não consigo fazer todo o trabalho sozinho."

Jesus destaca a importância dos lucros obtidos durante as festividades carnavalescas que complementam de forma expressiva a renda da família. "Somente nos dias de carnaval, tiramos em média 3 mil reais. Ficam, em média, oito vendedores no local em que atuo, todos oferecendo produtos semelhantes, e as vendas sempre são boas."

AMBULANTES

Parte fundamental dessa celebração são os vendedores ambulantes, que agora podem iniciar suas inscrições. A última sexta-feira (26) marcou o início do período de inscrições, que se estenderá até o dia 5 de fevereiro.

Para participar do evento como vendedor ambulante, é necessário solicitar uma licença na Setec. Vale ressaltar que a solicitação deve ser feita pessoalmente na autarquia. Ao todo, serão disponibilizadas 60 autorizações para a venda de alimentos, bebidas e souvenirs.

Caso o número de inscritos ultrapasse o limite das autorizações oferecidas, a Setec realizará um sorteio público na sede da autarquia, às 10h do dia 6 de fevereiro. No entanto, se o número de inscrições for igual ou inferior ao número de autorizações disponíveis, todos os inscritos serão automaticamente classificados.

Conforme estabelecido no edital, há algumas restrições importantes. A venda de bebidas alcoólicas ou não alcoólicas em caixa térmica, cestas e carrinho manual não será permitida. Esses equipamentos estão reservados exclusivamente para o comércio de comida e souvenirs. As bebidas só poderão ser vendidas em veículos motorizados, como trailers e food trucks, ou em bancas desmontáveis.

Outra proibição expressa no edital é a comercialização de bebidas em garrafas e recipientes de vidro. Para operar nas ruas de Campinas, os ambulantes devem pagar taxas à Prefeitura, de acordo com os equipamentos utilizados. O prazo para efetuar os pagamentos é até 7 de fevereiro.

Após a confirmação do pagamento, os classificados devem comparecer à Setec até as 12h de 9 de fevereiro, munidos de RG, para retirar o colete de identificação do comerciante e a autorização para o serviço.

Confira os preços das taxas, de acordo com os equipamentos utilizados: equipamento de tração manual (caixa térmica, cesta, carrinho manual e varal): R$ 886,92; veículo motorizado (Trailer e Food Truck): R$ 1.414,84; banca desmontável (com metragem máxima de 9m²): R$ 1.414,84.

Os documentos necessários para inscrição variam para pessoas físicas e jurídicas. Pessoas físicas devem apresentar Cartão de Identidade, CPF, comprovante de residência em nome do requerente (recente, dos últimos 3 meses) e certificado de participação em curso de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos para o ramo de alimentos.

Já pessoas jurídicas precisam apresentar empresa registrada na Junta Comercial ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, CNPJ, certidão negativa de débitos junto à Prefeitura Municipal e certificado de participação em curso de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos do funcionário que exercerá a atividade no ramo de alimentos.

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