Comércio eletrônico é o segundo maior do Estado

No segundo trimestre de 2018, o comércio eletrônico da região de Campinas atingiu um faturamento de R$ 332 milhões - o segundo maior do Estado de São Paulo - após registrar uma alta de 1,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Com isso, o crescimento acumulado no primeiro semestre foi de 4,8%. Os resultados fazem parte da Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE) elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) em parceria com a Ebit/Nielsen. A pesquisa traz dados sobre faturamento real, número de pedidos e valor médio das compras, além de mensurar a participação do e-commerce nas vendas totais do varejo (eletrônico e físico) no Estado. “O maior responsável por esse crescimento é o aumento do acesso às lojas virtuais através de dispositivos móveis, como celulares e tablets”, explica Mauricio Miguel, criador da PromoContent, plataforma que auxilia empresas na criação do chamado marketing de conteúdo. “Antes, as compras eram restritas aos computadores. Agora, há uma clara migração para os dispositivos móveis, o que permite que uma compra seja feita a qualquer hora e em qualquer lugar. Além disso, as lojas virtuais têm aumentado consideravelmente a receita, investindo em tecnologias que facilitam a vida do consumidor”, diz Miguel. Segmentos sem fim O comércio eletrônico tem também uma vantagem adicional para quem quer empreender: ele permite explorar nichos muito específicos, graças à visibilidade oferecida pela rede. A empresária Flávia Baldini é um exemplo: ela criou a Marrie & Co, uma loja virtual especializada em alimentação funcional. “A gente vem crescendo muito na região de Campinas, mas acreditamos que ainda há muito potencial. O consumidor ainda é um pouco retraído para comprar bens de consumo não duráveis pela internet, como é o nosso caso. Mesmo assim, desde o lançamento da loja, no final de julho, as vendas estão crescendo em torno de 50% ao mês, graças ao trabalho de relacionamento com o cliente”, diz. Tendência nacional Segundo Guilherme Silvestre, sócio da DMKT Digital, empresa especializada em inovação e transformação digital, o faturamento do e-commerce na região de Campinas segue a linha de crescimento do restante do Brasil. “A região Sudeste tem uma grande representatividade no cenário nacional, sendo responsável por mais de 60% dos pedidos on-line do País. Alguns fatores, como a incerteza política em torno das eleições deste ano, tiveram o seu peso no cenário, mas os números continuam sendo bastante animadores”, diz. Ele também destaca o crescimento das transações via dispositivos móveis. “Aproximadamente 32% das compras (ou 17,4 milhões de pedidos) foram feitas a partir de um celular ou um tablet, o que representa um crescimento de 30% em relação aos números do mesmo período do ano passado. E isso obriga os lojistas a se adaptar também”, lembra. RMC De acordo com a pesquisa, a RMC registrou 790 mil compras efetivadas via comércio eletrônico no segundo trimestre, uma queda de 12% sobre o primeiro trimestre de 2018. O valor médio da compra ficou em R$ 420,02, acima da média estadual, mas quase 3% abaixo em relação ao mesmo período de 2017. Já no Estado, as vendas do comércio eletrônico cresceram 3,6% no segundo trimestre de 2018 em comparação ao mesmo período de 2017, atingindo R$ 4,07 bilhões. No primeiro semestre, o crescimento das vendas do setor foi de 4%. O número de pedidos foi de 9,8 milhões, alta de 2,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, com um valor médio por compra de R$ 412,96. Para a Fecomercio-SP, o cenário está mais favorável e deve viabilizar a recuperação nas vendas do comércio eletrônico. A previsão da entidade é que o quarto trimestre também registre um bom desempenho, com as vendas reforçadas pela Black Friday, data especialmente favorável ao varejo eletrônico.