Copa do Mundo de 2022

Comércio de Campinas ainda espera torcedor em busca de artigos da Copa

Vendas de chapéus, cornetas e viseiras estão fracas, segundo os comerciantes

Henrique Oliveira
09/11/2022 às 09:21.
Atualizado em 09/11/2022 às 13:06
Tainara diz que materiais natalinos ganharam destaque na loja, enquanto vendas de camisetas não oficiais têm apresentado pequena procura (Gustavo Tilio)

Tainara diz que materiais natalinos ganharam destaque na loja, enquanto vendas de camisetas não oficiais têm apresentado pequena procura (Gustavo Tilio)

Apesar da proximidade do início da Copa do Mundo de 2022, o comércio de Campinas divide suas vitrines entre artigos para a torcida brasileira e enfeites de Natal. Na principal rua comercial da cidade, a 13 de Maio, a frente das lojas foi invadida por materiais natalinos, como luzes, árvores e bonecos de Papai Noel, deixando um pequeno espaço para os artigos da Copa.

Comerciantes alegam que os produtos, como cornetas, chapéus e bandeiras, não têm registrado muita procura pelo consumidor, mas a esperança é que as vendas aumentem perto do primeiro jogo da Seleção Brasileira.

Gerente de uma loja de variedades na Rua 13 de Maio, Tainara Barbosa, afirma que nesta semana foram fracas as vendas de itens da Copa do Mundo e, por isso, colocou-os em um lugar tímido, dividindo o espaço com infinidades de luzes coloridas. "Agora, estamos vendendo mais artigos de Natal e menos da Seleção", diz.

Já em uma loja na Avenida Washington Luiz, na Ponte Preta, os artigos da Copa passada (de 2018) voltaram às prateleiras, mas assim como no Centro de Campinas, as vendas ainda estão tímidas. Porém, a expectativa é que quando se aproximar o primeiro jogo do Brasil, no dia 24 de novembro, contra a Seleção da Sérvia, a procura por viseiras, cornetas e camisetas do Brasil possam crescer. 

Ainda fora da região central de Campinas, o que mais os consumidores têm procurado na banca de variedades de Gean Sampaio, no Jardim Europa, são as figurinhas e álbuns oficiais da Copa do Mundo do Catar. 

Diferente deste ano, o comerciante afirma que vendeu muitos artigos relacionados à competição em 2014. Chegou até ser personagem em uma reportagem do Correio Popular naquela época. Apesar das vendas deste ano ainda estarem pequenas, Gean afirma que sua banca possui vários chapéus e camisetas do Brasil que são vendidas a R$ 65,00, tanto na cor amarela como azul. 

"A crise política também atrapalhou um pouco as vendas. Como comerciante, vendi muito figurinhas e álbuns. Acho que vendi uns R$ 40 mil em figurinhas e R$ 5 mil em álbus, embora o lucro seja muito menor", alega Jean. 

O comerciante lembra que, na Copa de 2018, por exemplo, vendia uma camiseta a R$ 40,00 e hoje, para esta Copa, só consegue comprar de seu fornecedor ao preço que vendia ao torcedor. "Eu comprava camisetas a R$ 40,00 e tenho que vender a R$ 65,00. No passado, adquiria 100 camisetas, hoje compro 15. Em 2014, cheguei a quitar o financiamento de uma casa e comprar um carrinho melhor. Neste ano, eu só consigo pagar minhas contas, e olha lá...", lamenta. 

Na Avenida Francisco Glicério, uma loja de variedades enfeitou a frente da loja com cornetas verde e amarelo. Apesar da loja ter se preparado com um estoque variado de produtos que remetem às cores da bandeira brasileira, a vendedora Aline Santos diz que as vendas ainda estão bem fracas. Os produtos estão encalhados, embora estejam visíveis para quem caminha pela Glicério. A bandeira está sendo vendida por preços variados, dependendo da qualidade do material, variando de R$ 20,00 a R$ 60,00. 

Camiseta oficial em falta

A camiseta oficial da Seleção Brasileira de futebol é muito procurada nestas semanas antes da estreia na Copa. Mas o torcedor tem dificuldades em encontrá-la em lojas de Campinas. 

Uma grande rede de artigos esportivos, localizada no Centro, não recebe nenhuma camiseta oficial da Seleção há dias para abastecer seus estoques. De acordo com o gerente da loja, Lucas Generozo, não há previsão de reposição da camiseta oficial, que custa R$ 349,99. "Pode ser que chegue hoje, pode ser que só após a Copa", diz Lucas se referindo à falta do produto oficial da Seleção.

Já a bola oficial da Copa do Mundo de 2022 está exposta na vitrine. A que vai rolar nos gramados dos Emirados Árabes custa R$ 500,00 na loja. Já uma oficial, chamada de 'segunda linha', está na casa dos R$ 250,00. São os únicos produtos oficiais da Copa que a loja possui à pronta entrega. 

Em outra loja de artigos importados no Taquaral, em Campinas, não há nenhuma camiseta oficial do Brasil, nem desta Copa, nem das edições anteriores. De acordo com um vendedor, desde o início de outubro, há falta da camiseta. 

No site da fornecedora de materiais esportivos da Seleção Brasileira de Futebol, não há mais venda da camiseta brasileira. Quando o consumidor acessa o site oficial da empresa, a camiseta masculina nem sequer aparece no monitor, enquanto a feminina, na cor amarela, mostra a mensagem de 'produto indisponível'.

Kit Copa

As cornetas, popularizadas na Copa do Mundo da África do Sul que receberam o nome de 'Vuvuzelas', estão custando R$ 8,00. Já aquelas bandeirinhas, que são colocadas nas janelas dos carros, estão numa média de R$ 10,00. 

Os mais apaixonados podem optar pelos chapéus, no estilo de uma cartola nas cores da bandeira do Brasil, pelo preço de R$ 20,00. 

Caso o tocedor queira comprar esses kit de artigos, terá que desembolsar no mínimo R$ 50,00. Caso consiga uma camisa oficial da Seleção Brasileira, o valor do kit superará R$ 500,00.

Churrasco e Copa

A reunião de amigos para assistir os jogos costuma ser acompanhado de cerveja e churrasco. Um açougue na esquina da Rua Benjamin Constant já está abastecendo seus estoques à espera de uma boa clientela nos dias dos jogos do Brasil na Copa do Catar. 

Thacio Rodrigues é gerente do açougue e diz que aumentou a compra de carnes em 10% para esta Copa em comparação à de 2018, sediada na Rússia. 

"Mas a galera virá comprar ainda mais quando se aproximarem os jogos. Aí o açougue enche de gente atrás de carne e cerveja", diz o gerente, animado com a proximidade do início da competição. Ele conta que muitos optam por comprar pequenas quantidades e fazer o famoso 'rateio' em churrascos comunitários na casa de amigos e familiares. 

O açougue também se preparou para a venda de cervejas. Em seu estabelecimento, a procura pelo chamado kit churrasco é grande. 

Na fila do açougue, o conferente Lucas Matheus diz que está muito cedo para comprar carne para os jogos do Brasil na Copa do Mundo. Ele está esperançoso que os preços tenham queda. "É melhor esperar chegar um poquinho mais perto dos jogos da Copa para comprar uma carninha, uma cervejinha... E se o Brasil passar para as próximas fases, vai ter churrasquinho com a família". 

Para se reunir com os amigos, o torcedor brasileiro terá que enfrentar altos preços para adquirir a carne. Apesar de ligeira queda nas últimas semanas, os preços quase dobraram em comparação aos valores da Copa do Mundo da Rússia em 2018.

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